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Valorant (PS5) – Preview

Como trazer um dos maiores jogos do mundo para consoles? Essa foi a resposta que a Riot Games buscou responder com o anúncio e rápido lançamento do beta de Valorant para PlayStation 5. Embora ainda não seja o lançamento completo e oficial do jogo para a plataforma da Sony, é um caso fascinante de como um título há tanto tempo disponível no PC e com uma base de jogadores já estabelecida conseguiu migrar com sucesso para os controles.

É um estudo de caso curioso quando comparado, por exemplo, com o lançamento (e esquecimento de sua existência) da principal influência para a existência de Valorant nos consoles lá em 2012, quando Counter Strike: Global Offensive chegou ao PS3 e logo foi colocado de lado. E um claro teste do quanto, apesar de nunca ter deixado de ser um gênero imensamente popular, o mercado de jogos de tiro nos consoles se consolidou como algo mais viável para jogos competitivos.

Por isso, quando tivemos a oportunidade de testar a beta do jogo no PS5, era impossível recusar. E o que percebemos é que, embora não seja a versão final (ainda) do título (a Riot Games promete o lançamento completo do jogo ainda em 2024), e, é claro, ajustes ainda são necessários, é fácil se prender ao jogo e entender o porquê dele ser um grande fenômeno global.

Valorant

Bom, mas o que é Valorant? Trata-se de um FPS competitivo 5v5 bastante inspirado por Counter Strike, cujo principal modo de jogo coloca as duas equipes se enfrentando em rodadas usando a mesma dinâmica de uma equipe atacante buscando plantar bombas em alvos pré-definidos enquanto a outra a defende. A grande novidade e diferencial do título é que ele também é um hero shooter, com cada membro da equipe escolhendo um herói diferente antes do começo da partida.

Essa inclusão da dinâmica de heróis ao já bastante estratégico modo de jogo tornam ele bem variado e exigindo dos jogadores uma dedicação bem grande para não só aprender como funcionam cada uma das armas disponíveis (sendo 17 no total), mas também todas as habilidades e combinações possíveis envolvendo os personagens, aqui chamados de Agentes, dos quais existem atualmente 24, cada um contando com três habilidades que podem ser compradas no começo de cada round (que basicamente substituem como funcionariam as granadas no controle).

O sistema de rounds do modo principal é bem intuitivo e fácil de entender e realmente funciona de forma bem similar ao que vemos em CS. Jogadores começam com uma certa quantidade de dinheiro que pode ser usados para comprar armas, poderes ou escudos e vão ganhando mais dinheiro a cada nova rodada, com bônus disponíveis a depender da sua performance. A quantidade de rounds que você precisa ganhar vão variar a depender do modo de jogo, mas é bem divertido, funcional e rápido de entender.

 

Uma das primeiras coisas que me chamaram a atenção foi a quantidade de modos disponíveis na beta. Não só o jogo tem um modo normal e ranqueado, no qual o jogo é dividido em duas metades de 12 rounds e vence a equipe que chegar a 13 vitórias primeiro (o número pode parecer alto, mas os rounds são bem rápidos), mas a versão do beta já conta com um modo de partidas mais rápidas chamado Spike Rush e um Team Deathmatch, mais casuais e voltados para momentos de menor tensão dos jogadores.

Todos os modos são bem legais e funcionais e chama bastante a atenção o fato de que o jogo se encaixou bem no console. Jogadores mais experientes de PC podem aproveitar a experiência no PS5 mantendo todo seu progresso, já que o jogo exige a criação de uma conta da Riot para manter o cross-progression e a beta já traz o sistema de passe de batalha através do qual é possível completar objetivos diários e semanais, ganhar recompensas e pontos que podem ser usados para, entre outras coisas, desbloquear novos Agentes (jogadores da beta começam com 05 desbloqueados).

Mecanicamente falando, o jogo funciona muito bem no PS5. Ao contrário de outros FPS, nem todas as armas possuem ADS. Por isso, ao contrário do instinto natural, ao segurar L2 o jogador entra em um modo de mira focada, que é essencialmente como funcionaria um ADS só que sem a proximidade maior da câmera, já que ela reduz a sensitividade do movimento e permite atirar com maior precisão, em troca de reduzir a velocidade de movimentação do personagem. É incrivelmente útil, por mais que force o jogador em certas armas como a Vandal, que tem ADS embutidas, a acessarem ele usando L2+R3, sendo a única parte mais complicada dessa transição do jogo para consoles.

No mais, o jogo roda bem no PS5. O mapeamento das habilidades para L1, R1 e O é bem prático e intuitivo, com talvez o maior ajuste necessário sendo essa questão do ADS e a adaptação a se jogar com um foco maior em hipfire, já que o jogo tem um dos tempo para matar mais curtos que eu já vi em um jogo. Mesmo assim, só com um tutorial curto, eu já me vi jogando de forma menos tenebrosa do que esperaria e o jogo te passa uma sensação de evolução gradual muito boa.

São elementos que, embora o jogador precise ir se adaptando aos poucos, como seria de se esperar, mostram que Valorant tem um enorme potencial como jogo competitivo na crescente biblioteca de esports do PS5, o que levará a uma programação de esports do Valorant. Embora não vá se tornar a forma principal de jogar no Valorant Champions Tour, certamente ele terá torneios dedicados em eventos da Sony, por exemplo, já que, sinceramente, ele faz jus ao rótulo de um dos maiores e melhores FPS do mercado.

Voltando à parte técnica, a velocidade de conexão é bem agradável, raramente demorando mais do que 20 ou 30 segundos para entrar em uma partida e os loadings são rápidos dentro do possível. O jogo também não tem qualquer tipo de problema visual, o que já era de se esperar pois os jogos da Riot Games não são os mais ricos em detalhe do universo. Dito isso, a estética é muito bonita, os cenários são vibrantes ainda que simples e ele tem uma identidade visual bem marcante, com personagens legais e carismáticos e efeitos, ainda que, novamente, simples, bem funcionais para suas habilidades.

No geral, embora ainda precise de um ou outro ajuste, Valorant tem tudo para ser uma excepcional e muito bem-vinda adição à biblioteca do PS5. Pelo pouco tempo que já tivemos a oportunidade de jogar, fica claro que ele faz jus ao sucesso que tem e seguirá tendo e a transição para consoles promete ser tão tranquila e bem-sucedida quando o jogo tiver seu lançamento final quanto a já bem sucedida fase de teste beta. Basta que, ao contrário de lançamentos de peso similar no passado, a Riot siga investindo nessa versão tanto quanto a de PC.

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