Shuhei Yoshida diz que começou a mexer com indies para não perder o emprego
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O site VentureBeat divulgou uma entrevista com Shuhei Yoshida focada em seus 31 anos na PlayStation.
Há alguns pontos interessantes na entrevista. Confira abaixo o que foi dito.
Sony se torna global
GamesBeat: No ramo de jogos, a Sony estava se tornando muito mais global na época. Não estava tão focada no Japão. A tomada de decisões se tornou mais global.
Yoshida: Absolutamente. Esse processo começou na época da Andrew House. Jim Ryan meio que o completou. Ainda havia uma transição acontecendo de certa forma, mas estava praticamente completa. Foi um longo processo. Mais de cinco anos. Pouco a pouco. A Worldwide Studios foi a exceção. Já éramos globais em 2005, mas todas as outras partes da empresa estavam divididas. Cada editora tinha que enviar três masters diferentes para lançar jogos ao redor do mundo.
Sob Jim Ryan, a organização… ele removeu a sede individual. Não havia mais SCEA. Shawn Layden perdeu o emprego. Não havia SCE Europa ou SCE Japão. Ele reorganizou tudo em grupos baseados em funções. Marketing global, vendas globais, terceiros globais, RP global. Todas as partes da empresa se tornaram globais. Ela tinha sede nos Estados Unidos. Jim Ryan estava em Londres, mas era uma empresa sediada nos EUA. No Japão, todos os diferentes grupos reportavam aos EUA ou à Europa.
Shuhei Yoshida não se aposentou e relação com indies
GamesBeat: Por que você decidiu se aposentar?
Yoshida: Bem, eu não me aposentei. Eu deixei a empresa. Jim Ryan foi o último líder da nossa geração. Ken Kutaragi, Kaz Hirai, Andrew House, Shawn Layden, eu, éramos todos o mesmo grupo dos dias do PS1. Passamos para a próxima geração de gerência, como Hideaki Nishino e Hermen Hulst. Nos últimos cinco anos, minha responsabilidade foi promover jogos indie dentro e fora da PlayStation. Eu queria comunicar, especialmente para as novas pessoas que se juntam ao PlayStation, o quão importante é apoiar jogos indie. Eles criam o futuro. Externamente, eu estava comunicando aos desenvolvedores e editores indie que queríamos melhorar as coisas para eles. Pouco a pouco, conseguimos melhorar nossos sistemas, nossas funções de loja, nossa comunicação.
Alguns anos atrás, uma das razões pelas quais consegui esse emprego com Jim foi que fomos criticados pela comunidade indie. Eles disseram que a PlayStation não se importa com indies. Você não ouve mais esse tipo de crítica. Ano passado, tivemos muitas anedotas de nossos parceiros indie de que seus novos jogos estavam vendendo melhor no PlayStation do que em qualquer outra plataforma. Isso é incrível. Alguns jogos vendiam melhor no PlayStation do que no PC. Quando comecei esse trabalho há cinco anos, nossos parceiros indie diziam que, quando lançavam seus jogos multiplataforma, a versão Switch vendia de três a cinco vezes mais do que no PlayStation. Pouco a pouco, essa lacuna diminuiu. Temos uma equipe forte dentro da empresa apoiando os indies.
Yoshida escolhia trabalhar com indies ou perdia o emprego
Em um dado momento, Yoshida esclarece que ou pegava o trabalho com indies ou perdia o emprego:
Yoshida: Mudando de first-party para indies? Bem, eu não tinha escolha. Quando Jim me pediu para fazer o trabalho indie, a escolha era fazer isso ou deixar a empresa.