LittleBigPlanet foi uma série bastante inovadora no PS3 e definiu a posição da Media Molecule como uma das melhores desenvolvedores sob o teto da Sony. LittleBigPlanet 3 acabou sendo desenvolvido pela Sumo Digital, enquanto que a Media Molecule trabalhava no inovador Dreams. Pode não parecer, mas LBP3 foi lançado no fim de 2014 e a série acabou ficando nesse limbo desde então.
Agora, com a chegada do PS5, a Sumo Digital volta nos oferecer um título da série, mas que na verdade é uma espécie de spin-off inteiramente focada no Sackboy (o protagonista de LBP): Sackboy: A Big Adventure (Sackboy: Uma Grande Aventura no Brasil).
Apesar dessa introdução necessária sobre LittleBigPlanet, esqueça a série. Se você a jogou ou não, não fará diferença aqui. Sackboy: A Big Adventure é um título completamente único que apenas pega um pouco da base de LBP para criar algo diferente.
Sackboy: A Big Adventure é um jogo de plataforma com uma espécie de visão isométrica. Você controla o pequeno Sackboy, podendo jogar sozinho ou com amigos offline (um patch será lançado em dezembro e que permitirá jogar online também). As fases são divididas por mundos e há inimigos, colecionáveis e, é claro, chefes.
Há um jogo em específico que não consigo deixar de lado para exemplificar melhor o conceito de Sackboy: A Big Adventure. Trata-se de Super Mario 3D World do Wii U (e que chegará em breve ao Switch também). Se você chegou a jogar esse título no console da Nintendo, sabe exatamente o que encontrará nesta jornada do Sackboy, pois o conceito é muito similar.
Primeiramente, vamos falar da história. Sackboy: A Big Adventure apresenta um enredo que envolve o terrível Vex (simplesmente um ser quase mítico, feito de caos e medo) que sequestra os amigos de Sackboy e os força a construírem seu Conversor. Esse dispositivo diabólico e mortal vai transformar o Artemundo, uma terra fantástica de pura imaginação e sonhos, em um lugar feio, tórrido e desolado, um verdadeiro pesadelo.
O pequeno Sackboy (que é você), portanto, deve se tornar um Cavaleiro Tricotado, derrotar Vex e salvar o Artemundo e os sackianos.
A história é bem divertida e com um aspecto infantil (assim como o jogo todo). Mas precisamos ressaltar a excelente dublagem em português do Brasil. Vex, por exemplo, é dublado por Mário Jorge, conhecido por ser o dublador do ator Eddie Murphy.
A estrutura de Sackboy: A Big Adventure é muito simples. Como dito anteriormente, temos os diferentes mundos (cinco no total, mais um extra e um com apenas desafios) que possuem cerca de 10 fases cada. Cada fase tem vários colecionáveis, principalmente as esferas que são usadas para abrir caminho para o chefe (você precisa de um determinado número para avançar, mas dificilmente não terá o número exigido quando chegar nessa parte). A maioria das fases podem ser jogadas sozinho ou com seus amigos, mas existem algumas poucas que foram criadas para o multiplayer, exigindo que você jogue com alguém.
Não vou mentir: Sackboy: A Big Adventure é outro jogo no multiplayer. Sozinho, o gameplay é divertido, mas logo fica um pouco monótono e a “velocidade” do game é um pouco baixa. Apesar de você poder rolar com bola e continuar fazendo isso para ir mais rápido, é notável a ausência de um botão de corrida. Essa ausência não incomoda no multiplayer, o que explica a decisão dos desenvolvedores.
É possível jogar em até 4 pessoas, tornando o game caótico e divertido. Em nossos testes, considerando que jogamos no PS5 e não temos um segundo DualSense, aproveitamos o multiplayer via Share Play, o qual funcionou muito bem assim (apesar da limitação dos 60 minutos que ainda existem para cada sessão).
O gameplay de Sackboy: A Big Adventure é bem direto e lembra, em partes, LittleBigPlanet. Além de pular com X (e poder planar levemente à la Yoshi segurando o X), Sackboy pode dar pequenos socos com quadrado e rolar com bola. R2 permite que você agarre em objetos ou pegue-os para arremessá-los.
Em determinadas fases, há certos acessórios que Sackboy coleta e pode usar, como um bumerangue, gancho e até mesmo um que fará ele parecer o Homem de Ferro. No entanto, esses itens são atrelados às fases. Não é algo que você desbloqueia e pode usar depois. As fases são inteiramente criadas em cima desses dispositivos. É algo válido, considerando que são níveis divertidos.
Mas as melhores fases – de longe – são as musicais. É impressionante a quantidade de música licenciada que existe em Sackboy: A Big Adventure. Uma comparação instantânea que surge nesse aspecto é Rayman Legends, mas não é a mesma coisa. As fases do jogo da Ubisoft eram dinâmicas e precisavam ser jogadas no ritmo estabelecido pela música. Em Sackboy: A Big Adventure, a música progride enquanto você avança na fase, mas você dita o ritmo. O que a música faz na fase é determinar o comportamento dos inimigos, por exemplo, assim como as plataformas.
Algo que existe em LittleBigPlanet e está presente aqui são as customizações. Conforme você avança no game, vai liberando vários trajes para o seu Sackboy. Também é possível comprá-los na loja de Zom Zom com moedas in-game. Além dos trajes, há gestos (emotes) e a “pele” (costura) do seu Sackboy. Obviamente, os trajes podem ser mesclados, então você pode montar uma Chapeuzinho-Vermelho com uma barba Viking e uma asa de um robô.
Sackboy: A Big Adventure não é um jogo longo e também não é difícil. Terminamos a aventura, mas não com 100%, em 9 horas. Porém, um determinado número de fases ainda ficaram abertas para serem concluídas e há muitos desafios (alguns difíceis) ainda a serem concluídos. Até completar isso tudo, que neste caso dependerá bastante da habilidade do jogador, pode levar um total de 15 a 25 horas.
Entenda: os pontos ditos no parágrafo anterior são sob a visão de alguém que joga títulos de plataformas há décadas. Games desse gênero dependem exclusivamente da habilidade e adaptação do jogador, portanto é difícil classificar se um título de plataforma é fácil, difícil, longo ou curto. Uma fase que um veterano termina em 5 minutos, pode levar mais de 30 minutos para os inexperientes. Inclusive, Sackboy: A Big Adventure, por não ser um jogo muito difícil e ainda por cima contar com um cooperativo, é muito indicado para um público mais jovem (com menos de 10 anos).
No fim das contas, Sackboy: A Big Adventure é um jogo divertido e altamente recomendado para quem busca uma diversão multiplayer. Sozinho é uma boa pedida também, mas a verdadeira essência está em jogar com outras pessoas.
Vale ressaltar que Sackboy: A Big Adventure no PS5 conta com loadings praticamente inexistentes e gráficos muito bonitos. Jogamos o título no novo console da Sony para esta análise, mas há uma versão para PS4 e que inclusive você terá acesso, caso tenha a cópia digital (o upgrade da edição física também é gratuito). O canal Digital Foundry fez uma boa análise técnica comparando as diferentes versões.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.
Veredito
Sackboy: A Big Adventure é um ótimo e divertido jogo de plataforma, principalmente se você jogá-lo com amigos. Sozinho, a diversão é menor, mas ainda está presente. Porém, a falta de um botão de corrida é bem notável neste último caso.
Sackboy: A Big Adventure is a great and fun platform game, especially if you play it with friends. Alone, the fun is still there, but less present. The lack of a run button is also quite noticeable in this case.
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