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Remnant II: The Dark Horizon – Review

Remnant II, o jogo de tiro em terceira pessoa que considero um dos melhores do ano de 2023, completou recentemente seu primeiro aniversário. Para celebrar a ocasião, a desenvolvedora Gunfire Games e a distribuidora Arc Games lançaram a aguardada terceira expansão para o game, intitulada The Dark Horizon, que também veio acompanhada por uma atualização gratuita com o novo modo boss rush.

Tal qual ocorreu com os dois DLCs anteriores, The Awakened King e The Forgotten Kingdom, que expandiram respectivamente a história dos mundos de Losomn e de Yaesha, The Dark Horizon utiliza como cenário o planeta tecnológico de N’erud. A história gira em torno de uma região que foi preservada no tempo pela ação de uma inteligência artificial avançada, conhecida como Alepsis-Taura.

Remnant II: The Dark Horizon

Para eliminar essa ameaça, o viajante deverá avançar pelas áreas principais até encontrar e destruir barreiras da IA com o intuito de enfraquecê-la. A grande novidade em termos de exploração que chega com The Dark Horizon é a estrutura dos mapas principais, que são dispostos em áreas separadas por um poço contendo um líquido mortal. Para chegar em algumas dessas áreas será necessário o auxílio de um planador.

Esses veículos estão dispostos em lugares estratégicos e devem ser utilizados para vencer as grandes distâncias e também explorar a verticalidade do mapa. Durante o voo é possível pegar um impulso com os muitos gêiseres espalhados pelo poço para facilitar a locomoção.

Remnant II: The Dark Horizon

A maneira como as áreas principais foram planejadas acrescentam novas camadas à exploração de Remnant II, mas também evidencia um problema que perdura desde o lançamento do jogo: a orientação pelo mapa 3D. Com a introdução dos diferentes níveis e de maiores distâncias entre os pontos de interesse, muitas lugares inexplorados não estarão visíveis no mapa, dificultando assim a progressão pela campanha.

A ambientação apresenta boas novidades. Tanto o Setor de Agronomia quanto a Necrópole Definhada se caracterizam por visuais escuros, mas que são contrastados por uma flora composta majoritariamente por plantações alienígenas. Esses cenários tornam-se mais tensos à medida que a localização dos alvos muitas vezes fica obstruída pelas plantas.

Remnant II: The Dark Horizon

As dungeons de transição e secundárias não trazem muitas novidades em termos visuais além do que já havia sido apresentado no mundo de N’erud, inclusive repetindo a prática das outras expansões de reciclar áreas do jogo base. Dentre os melhores mapas, um funciona como um laboratório de desenvolvimento de robôs. Em outro é necessário evitar uma nuvem de gás tóxico. Mas o que mais me chamou a atenção é uma estação de trem, pela qual só é possível avançar ao saltar pelos trilhos enquanto os vagões passam em alta velocidade.

Já o novo arquétipo atua mais como suporte para o jogador e para o restante do grupo. Chamado de Warden, ou Guarda, como foi traduzido para nosso idioma, sua característica é proteger seu dono e os demais aliados através de comandos feitos a um drone que pode fornecer energia de escudo, cura ou atacar os inimigos, dependendo da variante escolhida.

Remnant II: The Dark Horizon

Sua vantagem principal concede proteção ao viajante sempre que ele fica sem sofrer dano por um tempo e garante um ganho na reserva de energia para torretas e drones. Sendo assim, o Guarda possui ótima sinergia com o arquétipo de engenheiro. Além disso, a função de cura também funciona bem com outras builds que sacrificam vida para maximizar o dano.

De certa forma, acredito que o Guarda ficou um pouco abaixo dos outros dois arquétipos que vieram com as expansões anteriores em termos de jogabilidade. Mas a grande vantagem que fornece para a sobrevivência o torna uma boa opção, principalmente para os jogadores solo.

Algo que definitivamente não me agradou na expansão foi a luta final. Alepsis-Taura é um boss que não apresenta o nível de desafio que esperava para a conclusão de Remnant II. Até mesmo a possibilidade de enfrentá-lo logo no início da expansão para conseguir uma arma secreta, algo que, de acordo com informações fornecidas pelo próprio chefe, deixaria a luta muito mais difícil, na prática não se confirmou.

Remnant II: The Dark Horizon

Outra decepção foi a missão de um dos novos NPCs. Para completá-la e conseguir uma das novas armas é necessário adquirir uma enorme quantidade de materiais de drops raros dos três principais mundos. Essa prática, que é bem mais comum em jogos do gênero MMO, casou muito mal com a proposta de ação de Remnant II.

Falando um pouco sobre o conteúdo gratuito da atualização, a grande novidade é o modo Boss Rush. Ao longo de áreas escolhidas aleatoriamente dentre as muitas disponíveis nos três principais mundos, os jogadores enfrentam uma sequência de chefes e coletam modificadores a cada cenário vencido para tentar alcançar o final e receber novas recompensas.

Remnant II: The Dark Horizon

Esse modo pode ser criado com um limite máximo de três, seis ou dezenove chefes e é uma boa maneira de relembrar as principais batalhas do jogo. Além disso, também é possível escolher qualquer um dos quatro modos de dificuldade. A Boss Rush é uma excelente adição que explora ainda mais o conceito de rejogabilidade de Remnant II.

Outra novidade da atualização é a remodelagem do sistema de fragmentos. Ao invés de colocar os bônus em espaços limitados na relíquia, uma aba foi adicionada ao menu, na qual o jogador pode escolher quais fragmentos quer ativar para gerar prismas capazes de fortalecer sua build. Ainda que essa mecânica envolva aleatoriedade e um certo grind para funcionar de forma mais efetiva, é um sistema muito superior ao anterior.

Remnant II: The Dark Horizon

Em se tratando de The Dark Horizon, posso dizer que é um DLC que encerra o ciclo de expansões de Remnant II de forma razoável. Por mais que haja uma quantidade interessante de conteúdo, a impressão que tive é que os maiores destaques estão na atualização gratuita. No fim das contas, The Dark Horizon tinha tudo para ser aquela chave de ouro para fechar bem o ciclo do desenvolvimento de Remnant II. Só que, ao invés disso, analisando apenas o conteúdo pago, a expansão me pareceu a menos relevante das três lançadas.

DLC analisado no PS5 com código fornecido pela Arc Games.

Veredito

Remnant II: The Dark Horizon amplia o arsenal de armas e itens e explora uma nova história no planeta de N’erud ao introduzir mais mecânicas de locomoção que, por muitas vezes, complicam a navegação de forma desnecessária. O Warden é um arquétipo interessante principalmente para jogadores solo e a adição do modo boss rush explora consideravelmente o fator replay do jogo.

70
Troféu indicativo da nota

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