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PlayStation VR2 – Review

Nos últimos anos, as empresas têm investido muito em campos que imaginávamos como futuristas. Metaverso, realidade aumentada, realidade misturada e, é claro, a realidade virtual – coisas que estamos ouvindo cada vez mais no nosso cotidiano.

A Sony, por sua vez, tem investido forte na realidade virtual desde a geração passada do PS4 com o PlayStation VR. Com o PS5, era esperado uma evolução natural e, com menos de três anos no mercado, a Sony lança o PlayStation VR2.

Com mais acessibilidade, funcionalidades e tecnologia, o PlayStation VR2 pode ser descrito em uma palavra: surreal.

PlayStation VR2

PlayStation VR2

Experimentar o PlayStation VR2 é uma daquelas sensações de algo realmente novo. Em minha vida de jogador de videogames foram poucas as vezes que isso ocorreu. Jogar Sonic the Hedgehog no Mega Drive em uma TV grande, jogar Super Mario 64 e Star Fox 64 pela primeira vez, jogar Wii Sports e ver um jogo de PS3 (Mirror’s Edge) em uma TV LCD são alguns pontos que guardo com carinho em minha memória e que, para mim, definiram aquele pulo de geração que tanto gostamos de ver. Ou seja, aquele momento que ficamos de boca aberta com a evolução tecnológica que os videogames conseguem nos proporcionar. E, agora, posso adicionar o PlayStation VR2 à essa lista.

O PlayStation VR2 é, sem dúvida, incrível. A configuração é fácil e os controles permitem uma imersão sem palavras. Os gráficos – no caso de Horizon Call of the Mountain – são muito realistas e vivos. Sem querer soar clichê, mas você é realmente transposto para uma nova realidade. Vídeos, imagens e textos sobre o PS VR2 não farão você ficar convencido – apenas jogando é possível entender o que há de tão especial nisso.

Os próximos tópicos abordarão com detalhes cada seção do headset.

PlayStation VR2

Controles Sense

Um dos pontos principais do PlayStation VR2 são os seus dois controles Sense. Ao contrário do PlayStation VR do PS4 em que utilizávamos o PS Move, o PS VR2 vem com esses dois controles Sense em qualquer pacote à venda e ambos são obrigatórios para os jogos que utilizam o headset.

À primeira vista e também no início de seu manuseio, os dois controles serão estranhos. Você terá dificuldade de achar os botões, principalmente quando levamos em conta que na mão direita estão o X e o O (esse último na parte de cima), enquanto que na mão esquerda estão o triângulo e quadrado. É uma posição não-natural para quem joga há muito tempo (exceto para o X) e você vai se confundir em achar os botões quando o jogo pedir, ainda mais sem poder vê-los por estar com o headset em seu rosto.

Os Sense também oferecem L1 e R1 onde deve ficar o seu dedo do meio. Os gatilhos adaptáveis (como do DualSense) ficam em posições esperadas e de fácil manuseio. Os controles também possuem mecanismos de segurança bastante úteis: além dessa esfera ao redor da nossa mão que impede que nos machuquem, temos uma alça que previne o controle de ser arremessado.

Além do headset captar exatamente onde estão os controles Sense e permitir uma imersão incrível, há sensores que que captam os seus dedos também. Isso significa que só de colocar a mão em cima dos botões (e não pressioná-los), o jogo saberá se você está de mão fechada ou aberta.

O único defeito dos dois controles, além da confusão dos botões (algo que com a prática você se acostuma), é a forma de carregá-los. Entenda: a bateria dos controles é relativamente longa. Em nossos testes, após estar com a bateria cheia, conseguimos jogar por quase 5 horas. Não fizemos outro teste do tipo – afinal, pense que com o PS VR2 você não vai ficar várias horas a fio jogando como ficaria com o DualSense. Ou seja, quando parar de jogar, colocará para carregá-los – e é aí que está a dor de cabeça.

São dois controles independentes que utilizam o mesmo cabo do DualSense. Se você não tem uma base de carregamento, seja para o DualSense ou para os próprios Sense do PS VR2 (a base deles chega em breve ao Brasil), na prática significa que você precisa de três cabos/USB livres para carregar controles. No meu caso, deixo o DualSense na base dele e os dois Sense carregando pelo PC (para não precisar deixar o PS5 ligado). Não estou querendo problematizar isso, mas é importante ressaltar que você tenha esses três espaços livres (e cabos suficiente, o PS VR2 vem apenas com um) para não ter que cancelar sua jogatina porque não carregou um Sense.

PlayStation VR2

Rastreamento Ocular

Além dos controles Sense, o PlayStation VR2 possui o headset em si. Na parte interior dele, temos as duas lentes (ou seja, o local que você ficará olhando enquanto joga). Após configurar certinho tudo (explicamos mais adiante essa parte), você pode aproveitar os belos mundos através dessas lentes. Mas há algo aqui que é uma tecnologia simplesmente incrível e que muitos não devem saber de sua existência: o rastreamento ocular.

As palavras deixam claro exatamente o que essa função faz, mas apenas na prática você sairá convencido. Durante a configuração, notará que o headset consegue acompanhar perfeitamente para onde você está olhando. Mas é somente dentro dos jogos que você percebe que isso é sensacional. Por exemplo, em Horizon Call of the Mountain, é possível selecionar os menus apenas olhando para eles. Você olha e confirma pressionando o X. Sim, apenas olha, mais nada. É incrível a precisão disso.

Por conta desse rastreamento ocular, temos o chamado foco nítido. Se você olhar para um determinado ponto do jogo, notará que ele estará em alta resolução, enquanto que o restante não. É como se criasse uma visão panorâmica. E acredite: funciona.

PlayStation VR2

Outras Funcionalidades

O PlayStation VR2 possui outras funcionalidades interessantes que valem a menção. Primeiramente, há uma resposta tátil no próprio headset. Em outras palavras, o headset vibra.

Apesar de parecer que a vibração acontece com frequência como se fosse o DualSense, não é o caso. Em nossos testes, a vibração só ocorreu em momentos realmente intensos e não o tempo todo. Dessa forma, não é uma vibração que se torna incômoda.

Há também o Áudio 3D que o próprio PS5 já possui. Essa parte dispensa elogios, pois você já a conhece caso tenha o console. Porém, vale destacar que o áudio 3D torna a experiência ainda mais imersiva.

Há um único porém na questão do áudio. Os fones de ouvido do headset não são bons de serem encaixados. Entenda: seu formato é de fone intra-auricular, como vários outros existentes no mercado. Eles ficam em uma peça distinta que você coloca no próprio headset (foto acima). A peça se encaixa bem e ficaria presa se você não se movimentasse. Como estamos olhando para todas as direções, acontece do fone de ouvido sair da sua orelha. Comigo isso foi muito frequente a ponto de irritar.

Por sorte, você pode usar o PULSE 3D ou outro fone, não sendo obrigatório exatamente esse. A única inconveniência é que você terá que se preocupar em mais um item a ser colocado em sua cabeça quando for jogar.

PlayStation VR2

Instalação e Configuração

Uma das principais críticas que o PlayStation VR recebeu é a sua instalação e manuseio. São vários fios, unidade de processamento, necessidade da câmera do PS4 e assim por diante. O PS VR2 consegue fazer a mágica de ser algo simples e muito direto.

Primeiramente, temos apenas um cabo USB Type-C que é conectado na parte da frente do PS5. O cabo é longo, portanto você pode ficar bem longe do console, caso haja necessidade.

O headset em si possui dois mecanismos que afastam a parte das lentes e outro que “abre” a alça do headset para que seja inserido em sua cabeça. Tirando a primeira configuração que é um pouco mais demorada (mas nem tanto), você sempre terá que fazer o seguinte quando for jogar:

  • Pressionar o botão na parte superior de onde ficam as lentes do headset (do lado de fora, é claro) para que fique bem afastado;
  • Pressionar um botão na parte traseira do headset, para que a alça que circula sua cabeça seja expandida ao máximo;
  • Colocar o headset na cabeça e ajustar essas duas coisas que você manuseou até que esteja bem encaixado;
  • Ligar o headset e pegar os dois controles Sense;
  • Configurar a visibilidade (mesmo que você tenha deixado tudo certinho da última vez que jogou, essa parte vai acabar se desconfigurando por conta do que você precisa fazer para colocar e tirar o headset da cabeça);
  • Essa parte da visibilidade é ajustada aproximando ou afastando as lentes, assim como utilizando uma pequena “roda” que mexe as lentes para a esquerda ou direita;
  • Com as lentes configuradas, você confirma a área jogável (ou seja, o espaço ao seu redor e que você pode interagir sem encostar em objetos);
  • Pronto, é só jogar.

Parece complicando falando, mas é algo que em menos de 1 minuto (depois que você pega o jeito, é claro) está solucionado.

PlayStation VR2

Modo “Cinema”

Qualquer conteúdo do PS5 que não seja pensado para o VR, sejam jogos ou mídia, pode ser visualizado no PlayStation VR2. Todos eles ficarão em um formato de tela plana que você enxerga através do headset (o menu principal do PS5 já estará dessa forma desde o início, aliás). O botão Options, ao ser segurado, permite que você “resete” a posição dessa tela para onde estiver olhando. O tamanho da tela também pode ser ajustado.

A forma mais fácil de dizer como é a sensação de ver essa tela é de estar em um cinema. É tudo escuro e há uma tela plana gigante na sua frente. Dito isso, estar em um cinema tem suas consequências.

Jogar em um cinema não é exatamente a melhor experiência possível (ainda mais se a tela for muito grande), portanto, sinceramente, não recomendo muito jogar “games normais” no PS VR2 dessa forma. Vale a experiência e a curiosidade, mas aproveitar em sua TV ou monitor continuará sendo a melhor forma.

Tentamos verificar aplicativos de mídia compatíveis com o PS VR2, porém até o momento desta publicação não havia nenhum. O YouTube não trazia funcionalidades em vídeos 360º e não há um Media Player que rode vídeos VR, por exemplo.

Horizon Call of the Mountain

Jogos

O PlayStation VR2 já possui uma enorme seleção de títulos que estão chegando no lançamento (veja os lançamentos da PlayStation Store desta semana). Nós estamos com sete títulos em mãos no momento (oito se levarmos em conta o update de Resident Evil Village). Vamos publicar gameplay de todos eles em nosso canal do YouTube e também trabalhar em reviews deles nos próximos dias.

O primeiro será Horizon Call of the Mountain. Seu review chega nesta semana sem falta, possivelmente amanhã (22). O restante virá aos poucos nos próximos dias. Estamos com o PS VR2 somente desde a última quinta-feira à noite, portanto não conseguimos jogar tudo ainda. Agradecemos a sua paciência!

Especificações Técnicas

  • Tipo de tela: OLED
  • Resolução: 2000 x 2040 por olho
  • Taxa de atualização: 90Hz, 120Hz
  • Distância entre as lentes: Ajustável
  • Campo de visão: Aprox. 110 graus
  • Sensores:
    • Sensor de movimento: sistema de detecção de movimentos de seis eixos (giroscópio de três eixos, acelerômetro de três eixos)
    • Sensor anexado: sensor de proximidade infravermelho
  • Câmeras:
    • 4 câmeras incorporadas para rastrear headset e controle
    • Câmera infravermelha para rastrear cada olho
  • Feedback: Vibração no headset
  • Comunicação com o PS5: USB Type-C
  • Áudio:
    • Entrada: microfone embutido
    • Saída: conector de fone de ouvido estéreo

Onde Comprar?

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  • Headset de RV
  • Controle PlayStation VR2 Sense (L)/(R) com pulseira fixa
  • Cabo USB (para emparelhamento e carregamento do controle)
  • Fones de ouvido estéreo
  • Três pares de almofadas do fone intra-auricular
  • Materiais impressos
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Inclui:

  • Headset de RV
  • Controle PlayStation VR2 Sense (L)/(R) com pulseira fixa
  • Cabo USB (para emparelhamento e carregamento do controle)
  • Fones de ouvido estéreo
  • Três pares de almofadas do fone intra-auricular
  • Materiais impressos
  • Código do voucher da PlayStation Store para Horizon Call of the Mountain

Veredito

O PlayStation VR2 é surreal. Simples de configurar, fácil manuseio e uma experiência única nos videogames. O potencial é incrível e jogos como Horizon Call of the Mountain nos deixam ansiosos para o futuro.

Por outro lado, infelizmente, é uma tecnologia que poucos terão acesso (não é qualquer pessoa que terá dinheiro para adquirir o PS5 e mais o PS VR2). Levando em conta essa questão do preço, é triste também pensar que toda a biblioteca do PS VR do PS4 não pode ser aproveitada por não existir retrocompatibilidade entre os headsets VR.

Além disso, temos jogos fantásticos nesta janela de lançamento como o próprio Horizon Call of the Mountain, os patches para RE Village e Gran Turismo 7, e assim por diante. Mas ainda falta saber sobre o futuro. Queremos (e precisamos) saber no que a Sony está trabalhando, assim como todas as outras desenvolvedoras. Não precisa ir muito longe, mas por exemplo saber o que vai ser lançado no primeiro ano já seria uma grande ajuda para o usuário tomar a sua decisão na aquisição – no momento, mal sabemos oficialmente o que chegará no primeiro mês.


Acessório analisado com uma unidade fornecida pela Sony Interactive Entertainment. Os jogos serão avaliados nos próximos dias, começando por Horizon Call of the Mountain.

PlayStation VR2

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