Intitulada “Campeões”, a nona temporada de Overwatch 2 traz uma mudança substancial no gameplay do jogo e em seu modo competitivo. Ainda que o usual seja intercalar cada season com um mapa ou herói, dessa vez não houve nada do tipo. Ainda assim, é uma atualização digna de sua atenção.
Começando pelo mais importante, todas as classes e quase todos os personagens passaram por alterações para acomodar a nova visão dos desenvolvedores para o game. Tal visão consiste em dar mais ferramentas de sobrevivência para os heróis, ao mesmo tempo que houve um aumento dos projéteis/tamanho dos ataques.
Os jogadores veteranos vão notar de imediato como ficou mais fácil acertar os tiros agora. Em alguns casos, a mudança foi até exagerada, como foi o caso da pistola da Mercy. No entanto, aos poucos, a Blizzard vai refinando a fórmula. Por meio dessa nova proposta, acertar tiros ficou mais fácil, o que diminui a barreira técnica de heróis específicos, colaborando para que os usuários do jogo consigam jogar com um leque maior de heróis, sem perder a eficiência. É uma alteração que lembra também os primórdios de Overwatch 1, quando a “box” dos tiros era bem significativa também.
Agora todas as classes possuem regeneração de vida e todos os heróis ganharam mais pontos de vida. No caso de suporte, a regeneração ativa em 2 segundos e meio após não tomar dano, ao passo que em Tanks e DPSs, somente depois de 5 segundos e com recuperação de apenas de 20 de vida por segundo.
Personagens que possuíam HP menor, como Tracer ou Widowmaker, ganharam apenas 25 de vida, enquanto Tanks tiveram acréscimos de até +100 HP. É uma modificação que só o tempo vai dizer o quão “justa” e balanceada é. Na prática, isso significa que os conflitos vão durar mais tempo, ou seja, o “time to kill” é maior.
Quem joga Overwatch 2 recorrentemente sabe que por muito tempo a classe de suporte foi extremamente privilegiada e os DPSs bastante oprimidos. Para tentar contornar a situação, a Blizzard introduziu uma relevante nova habilidade passiva para os “atacantes”, em que os ataques aplicam um “bônus” que diminui a cura recebida em 20%.
Para a surpresa de ninguém, tais mudanças acarretaram em novos problemas de balanceamento. Todavia, este é um problema natural em Overwatch, tendo em vista a vasta quantidade de heróis com habilidades distintas. Nesta nona temporada, Tracer, Sigma e Zennyata são alguns dos heróis que se destacaram até o momento. Outros, como Illari, Junkrat e Mauga precisam urgentemente de ajustes para melhor se enquadrarem nesse novo sistema. Vale destacar que Pharah recebeu um pequeno rework e agora conta com uma nova habilidade de deslocamento horizontal, se tornando um pouco mais móvel do que sua versão anterior.
O modo competitivo foi reestruturado também; o MMR dos jogadores foi “resetado” e agora o rank é atualizado ao final de cada partida. Esse feedback imediato do desempenho no competitivo é algo que a comunidade pediu por um tempo, demonstrando que a Blizzard ouviu mais um anseio de seu público.
Para os jogadores mais entusiastas, agora é possível chegar a um novo rank, denominado “Campeão”. Tal condecoração está acima do grão-mestre e não é nada fácil de se alcançar. Paralelo a isso, a nona temporada introduziu as armas de Jade, que utilizam uma moeda competitiva diferente das temporadas passadas. E como em toda temporada, há muita novidade no que se refere à customização de personagens.
O Passe de Batalha tem como tema central um universo de terror cósmico, dentro de Overwatch. Torbjorn, por exemplo, recebeu uma skin de Cthulhu e a skin mítica dessa vez pertence à Moira. Na loja do game há diversas novas skins, inclusive com o retorno de algumas emblemáticas, como é o caso do Hanzo Cupido, que estreou no Dia dos Namorados (Valentine’s Day) do ano passado.
Por mais simples que sejam, os novos eventos do Arcade são uma bem-vinda distração das partidas PvP tradicionais. Na temporada dos Campeões, o modo “Crise Cósmica” traz um interessante coop, com possibilidade de traição – ou seja, um misto de PvE com PvP. Há também novas fases no modo Hero Mastery, em um jogo que se assemelha a um Tower Defense. São essas pequenas ofertas fora do quickplay ou competitivo, que diversificam ainda mais o entretenimento que Overwatch pode prover.
E o que reserva o futuro? Sabemos que na décima temporada teremos uma nova heroína DPS e que, muito em breve, ainda na nona season, Overwatch 2 deve receber novas skins temáticas. De acordo com o teaser já divulgado, muito provavelmente será uma parceria com Cowboy Bebop. No momento, o jogo precisa de mais atenção no balanceamento, mas não é algo que seja passível de reclamação, dada as mudanças recentes no gameplay.
Jogo analisado no PlayStation 5, com Passe da Temporada fornecido pela Blizzard.