Marvel’s Spider-Man: Miles Morales – Review

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Nota: Marvel’s Spider-Man: Miles Morales foi jogado do início ao fim no PS4 Pro, portanto a análise é completamente baseada na experiência fornecida pelo título da geração atual. Tivemos acesso à versão de PS5 somente na quarta-feira e sendo o mais franco possível, não deu para jogar esta versão do início ao fim também (jogamos cerca de uma hora). Dito isso, criamos uma seção dedicada à versão de PS5 no fim desta análise e que não afeta a nota da versão de PS4. Serve apenas como indicativo do que você encontrará “a mais” no novo console.


Marvel’s Spider-Man foi um dos melhores títulos lançados em 2018. A produção da Insomniac Games agradou muitos jogadores trazendo uma épica aventura de Peter Parker em um universo que era ao mesmo tempo familiar e inédito. O gameplay também era sensacional – claramente inspirado em outros jogos do gênero, mas com um toque único. Havia defeitos, é claro, como as missões repetitivas e há quem não gostou do mundo aberto. Mas, de forma geral, era um título que marcou época.

Depois de seu lançamento, Marvel’s Spider-Man recebeu três DLCs: The Heist, Turf Wars e Silver Lining. Os três seguem uma história chamada de “The City That Never Sleeps” (a cidade que nunca dorme), que é basicamente o nome do Season Pass. Juntos, os conteúdos oferecem uma duração de cerca de 6 horas. Se for em busca do 100%, os três DLCs levam em torno de 10 a 12 horas. Sob essa ótica, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é basicamente um Season Pass 2.

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales
Fonte: PS4 Pro.

Isso é ruim? Absolutamente não. Mas se você acha que temos aqui um jogo do mesmo tamanho de Marvel’s Spider-Man, talvez possa se decepcionar. Desde o início sabíamos que a escala do título seria semelhante à de Uncharted: The Lost Legacy, mas uma comparação com os três DLCs – para quem jogou – faz muito mais sentido e é mais realista.

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales acontece algum tempo depois dos eventos do jogo de 2018. Miles ainda está aprendendo a ser um Spider-Man, com o veterano Peter ensinando as coisas. O jogo parte do pressuposto que você já conhece o título anterior, pois muitos golpes e movimentos já podem ser executados desde o início.

O game começa com Miles e Peter ajudando a polícia a transportar um vilão para a Balsa (espécie de cadeia). Porém, algo dá errado e um confronto se inicia. Uma ação desenfreada já acontece nessa parte e, por incrível que pareça, tudo flui muito bem no PS4. Aliás, a parte técnica é algo que precisa ser destacado no PS4: tirando algumas coisas óbvias no PS5, o PS4 não deixa de ser uma excelente opção para Marvel’s Spider-Man: Miles Morales. O loading é praticamente inexistente no PS4 também: há o inicial e, caso morra, o jogo recarrega o checkpoint. O fast travel também oferece um loading. Mas todos esses casos são curtos e bem tranquilos. No fim, isso significa que, se você jogar sem morrer e não usar um fast travel, não verá loading em momento algum.

Após a batalha contra esse chefe, temos início à jornada em si. Peter sai de foco completamente (ele viaja com Mary Jane como fotógrafo freelancer) e toda a história é focada em Miles. Você vai conhecer os amigos dele, sua família e, é claro, a treta que envolve a Roxxon, Tinkerer e todo o restante. Não vamos dar spoilers, obviamente, mas a história é bem interessante e prende você do início ao fim. Há muitos momentos previsíveis, como “ok, é óbvio que fulano é cicrano” ou que tal decisão será tomada por tal personagem. Não é exatamente clichê, mas não espere algo inovador e memorável. Inclusive, talvez seja um ponto positivo: a história, em escala, é bem mais centrada no Harlem e em poucos vilões. O jogo de 2018 tinha uma história épica repleta de vilões do cabeça de teia, mas que acabou deixando vários deles sem o destaque que mereciam.

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales
Fonte: PS4 Pro.

O gameplay de Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é bastante similar ao jogo de 2018. Os comandos são basicamente os mesmos, mas há diferenças significativas para passar a impressão de que estamos jogando com Miles e não com Peter.

Primeiramente, o combate. Para quem jogou o título anterior, se sentirá em casa. Quadrado ainda executa os combos, sendo que ao segurar você joga o oponente para cima. Triângulo serve para você se aproximar do inimigo com um ataque combinado com a teia. X pula e O desvia dos ataques. Ao atingir um combo de 15 acertos, você pode causar um finalizador com triângulo e bola. A barra que serve para curar vida ainda existe aqui, mas ela está associada a uma novidade exclusiva de Miles: o Venom.

O Venom é basicamente a bioeletricidade de Miles. Ao bater nos inimigos ou desviar de seus ataques, essa barra é preenchida e você pode usá-la segurando L1. Por exemplo, L1+quadrado faz Miles dar um soco bioelétrico que causa bastante dano, além de deixar o oponente caído. Mais adiante na jornada, você destrava outros tipos de ataque, como socar o chão e causar um efeito de área, ou o contrário, sair do chão e levar mais de um oponente com você para o ar. O Venom também é um golpe importante na história, pois basicamente anula determinados inimigos.

Além do Venom, Miles também aprende a ficar invisível. Essa habilidade não possui uma barra de uso, porém você pode ficar invisível apenas por um tempo limitado e é preciso esperar “recarregar” para usar de novo. Sendo franco, essa habilidade é pouco usada: ela é bem útil (a ponto até de ser meio poderosa demais) nas partes de stealth – se um inimigo ver você, fique invisível, fuja, e espere a situação se acalmar. As partes de stealth são basicamente as mesmas do jogo de 2018, então não há muito o que adicionar aqui – além de não serem muito frequentes e, na maioria dos casos, você pode solucionar tudo na porrada sem ser discreto.

Spider-Man: Miles Morales

Ainda sobre o combate, há os acessórios: Miles tem acesso a quatro deles. Eles são usados pressionando R1 e pode trocar segurando o botão (para abrir a roda de seleção). A teia clássica, que recarrega com o tempo, é o dispositivo que você mais vai usar. Não quero estragar a surpresa dos outros três, mas todos passam um ar de novidade.

Essas são, basicamente, as novidades no sistema de combate. Não quero dizer que é apenas isso, mas sim que muitas coisas do jogo anterior ainda existem aqui: você ainda pode arremessar objetos com L1+R1, o chute aéreo segurando quadrado e assim por diante.

Saindo um pouco do combate e indo agora mais para o lado de se balançar por New York: o gameplay é o mesmo, em sua essência, nessa parte. Mas mesmo sendo igual, o visual é único de Miles. O que quero dizer com isso é que, apesar de Miles se balançar com R2 como Peter, ele faz manobras e acrobacias ao seu estilo. A única diferença no controle é que as acrobacias agora são feitas segurando quadrado, e não triângulo e bola. Claro, há outras coisas pequenas, como a possibilidade de usar o Venom de Miles para dar um “pulo duplo” digamos assim, mas as coisas no geral são as mesmas (andar pelas paredes com R2, se agarrar a objetos com L2+R2, etc).

Miles possui acesso a uma árvore de habilidades da mesma forma que Peter. Porém, a árvore tem três ramificações, cada uma dedicada a um sistema: Venom, combate e a invisibilidade. Você também pode destravar os Trajes, que existem em um número considerável (todos muito bons e com origens definidas). Mas se você for como eu, só usará isso em uma segunda jornada ou no pós-game.

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales

Após terminar o jogo, ou durante ele, você tem acesso a diversas atividades. Apesar da história e suas missões serem interessantes e diferenciadas do jogo de 2018, as atividades só possuem um novo nome. Por exemplo, os desafios de Taskmaster meio que viraram os desafios de Peter Parker. Ao invés de mochilas, você procurará um determinado item que Miles escondeu pela cidade com sua amiga. E ao invés de achar o que a Black Cat fez, precisa encontrar um som idêntico ao que você está ouvindo no local. E claro, ainda há algumas missões paralelas e crimes que acontecem aleatoriamente pela cidade. Ou seja, todo esse sistema de conteúdo opcional continua muito parecido, só recebeu uma maquiagem.

Algo diferente, porém, é o New Game+. Ultimamente, isso chegou via patch nos jogos da Sony, mas Marvel’s Spider-Man: Miles Morales oferece a opção já no lançamento – inclusive será preciso terminá-la para platinar.

Não tive problemas com bugs em Marvel’s Spider-Man, mas Marvel’s Spider-Man: Miles Morales sim. Não foram muitos e não afetaram meu progresso, mas é preciso relatá-los. Por exemplo: em uma missão opcional específica, Miles precisa resgatar um gato. O cidadão que fornece a missão dá uma mochila para que Miles guarde o gato nela. Comecei a rastrear o gato e, no momento que peguei a coleira dele, os controles de Miles simplesmente pararam – nenhum botão funcionava mais. Tive que reiniciar o checkpoint e, na segunda vez, a missão foi. Mas não sem ocorrer outro bug: quando recarreguei o save, Miles estava com outro gato que não tinha nada a ver com a missão na mochila. Foi no mínimo hilariante. Mas ao chegar no gato da missão em si, é como se o jogo tivesse desconsiderado o bug.

O game chegou a travar na batalha final (com o aplicativo fechando com mensagem de erro). Mas, mais uma vez, recarreguei o save e estava bem no momento que deu o erro, basicamente. Considerando a situação em que estamos vivendo (a pandemia), é compreensível o jogo não estar totalmente polido nesse sentido e tenho certeza que esses poucos travamentos devem ser corrigidos via atualizações.

Marvel's Spider-Man: Miles Morales

Um dos bugs, no entanto, nos leva a outro ponto do jogo: a localização. No caso, uma fala apenas (sim, só uma) saiu em inglês da boca da personagem no meio da cutscene. Mas o que quero falar da localização é que ela está ótima e no mesmo nível do jogo de 2018. Mas há algo que ficou estranho: trocaram o dublador de J. Jonah Jameson. Como era um personagem que falava pelos cotovelos no game original, a troca de voz ficou muito estranha aqui – mais do que o novo modelo de Peter, que como aparece pouco, você nem nota tanto assim (teremos que ver isso na remasterização). Por outro lado, Miles escuta mais o podcast da Danika, então não é algo tão crítico assim, mas precisava ser comentado.

Por fim, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é um excelente jogo. É curto e muito de sua base vem do antecessor, mas merece ser conferido. E a versão de PS4 é ótima.


Versão de PS5

Como dito no início da análise, pudemos jogar o início de Marvel’s Spider-Man: Miles Morales no PS5. Sendo bastante franco e honesto, a versão de PS4 não fica tão atrás assim da versão de PS5. Meu ponto é que, se você não tem dinheiro para um PS5, garanto a você que Marvel’s Spider-Man: Miles Morales no PS4 continua sendo um ótimo jogo.

Em relação ao conteúdo, é o mesmo nas duas versões. A principal diferença, como você imagina, é o lado técnico. E se você se importa com isso, aí esqueça meu comentário anterior.

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales no PS5 possui duas coisas que tornam a experiência de outro nível: o DualSense e os gráficos a 60 quadros por segundo (fps). Em relação ao DualSense, você pode conferir os detalhes do controle em nossa análise do PS5. Mas, logo no início, quando Miles desce do metrô, a vibração do controle é surreal. O feedback háptico nos gatilhos não é muito absurdo como pode ser visto em Astro’s Playroom, mas também gera um diferencial.

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales a 60 fps é lindo demais. O modo padrão é que deixa o jogo a 30 fps com Ray Tracing ligado (e tecnicamente a 4K, mas não gosto de afirmar isso até termos uma análise detalhada). Mas o Ray Tracing é algo que, no meio da ação do jogo, você não notará muito (você não vai notar as poças ou espelhos dos prédios, mas sim o inimigo ou o caminho para onde precisa ir). Então a troca de Ray Tracing pelos 60 fps é muito bem-vinda. Sinceramente, neste caso, depois de ver os 60 fps, você dificilmente vai querer voltar para os 30.


Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.

Veredito

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é relativamente curto, porém não deixa de ser excepcional. O gameplay de Miles consegue ser diferente o suficiente de Peter, mesmo a base de ambos sendo parecida. A história é interessante, mas um pouco previsível e bem menos “épica” que a do jogo de 2018. Apesar desses pontos, é uma excelente adição à biblioteca do PS4 e, agora, do PS5.

85

Marvel's Spider-Man: Miles Morales

Fabricante: Insomniac Games

Plataforma: PS4 / PS5 / PC

Gênero: Ação / Aventura

Distribuidora: Sony Interactive Entertainment

Lançamento: 12/11/2020

Dublado: Sim

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Marvel’s Spider-Man: Miles Morales is relatively short, but it is still exceptional. Miles’ gameplay manages to be different enough from Peter, even though the base of both is similar. The story is interesting, but a little predictable and much less “epic”. Despite these points, it is an excellent addition to the PS4 (and now PS5) library.

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Marvel’s Spider-Man: Miles Morales is relatively short, but it is still exceptional. Miles’ gameplay manages to be different enough from Peter, even though the base of both is similar. The story is interesting, but a little predictable and much less “epic”. Despite these points, it is an excellent addition to the PS4 (and now PS5) library.

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