Jogamos: Dragon Ball: Sparking! ZERO é Budokai Tenkaichi mais personalizável
Aguardado há uma década e meia, Dragon Ball: Sparking! ZERO não tem nenhuma ambição revolucionária. Fãs de Budokai Tenkaichi querem uma continuação direta para a clássica série de luta inspirada pela obra de Akira Toriyama, e é exatamente isso que o jogo oferece.
Mas por mais que a mecânica de combate seja familiar, Sparking! ZERO também algumas cartas escondidas na manga que o separam de seus predecessores.
O PSX Brasil teve a oportunidade de jogar o novo título durante o Summer Game Fest Play Days, em Los Angeles, e a impressão geral é muito positiva.
É essencialmente Budokai Tenkaichi 4, completo com gráficos explosivos modernos e algumas ideias divertidas em termos de modos.
Caminhos não tão batidos
Durante a demonstração, que durou cerca de uma hora, a Bandai Namco revelou dois modos inéditos de jogo.
O primeiro deles é o equivalente ao modo história, que acompanhará os eventos de Dragon Ball Z e Super a partir das perspectivas de 8 personagens. Naturalmente, a campanha de Goku será mais longa, mas Vegeta e outros 6 também terão a oportunidade de recontar suas histórias no jogo.
Como insinuado pelo trailer mais recente do jogo, o grande twist do modo história de Sparking! ZERO é a possibilidade de fazer escolhas não canônicas e conduzir a história para lados inesperados.
Logo antes da luta contra Raditz, por exemplo, Goku pode optar por não levar Piccolo junto – o que terá repercussões diferentes. De acordo com a Bandai Namco, essas escolhas costumam surgir em cenas de diálogo, mas também podem aparecer durante batalhas.
Outra novidade – pequena, mas bem legal – do modo história é possibilidade de alternar a câmera para uma visão em primeira pessoa em cutscenes importantes. No teste, vimos o golpe final de Piccolo em Raditz e Goku a partir dos olhos do próprio Goku.
Criando tretas
Outro modo demonstrado pela primeira vez durante o Play Days foi o de batalhas personalizáveis: uma opção que permite aos jogadores criar, com tela de título, diálogos próprios e até mesmo cenografia única, batalhas específicas envolvendo as dezenas de guerreiros do jogo.
Dá, por exemplo, pra criar uma batalha entre Satan e um time com todos os principais vilões da série Z, personalizando as conversas entre os figurões entre as sessões de pancadaria. É possível até mesmo alterar as condições de batalha com regras dinâmicas – por exemplo, ativando a recuperação completa da vida do Satan quando ele derrota o Cell, ou então enfraquecendo o Frieza quando o Buu é derrotado.
De acordo com a Bandai Namco, a intenção do modo é permitir que jogadores imaginem cenários absurdos envolvendo os personagens da série, e depois compartilhem suas criações online com outros jogadores.
Em termos de opções de jogo, a última revelação da demo foi a de que Sparking! ZERO terá uma opção de multiplayer em tela dividida local. Infelizmente, a única fase acessível neste modo será a da Sala do Tempo.
Tradição, mas com surpresinhas
Em termos de mecânica, Sparking! ZERO é extremamente familiar, em um nível que praticamente garante que quem gostava de Budokai Tenkaichi ficará feliz, e quem não gostava dificilmente mudará de opinião.
Combates acontecem em grandes arenas tridimensionais altamente destrutíveis, incluindo a possibilidade de troca de socos no ar, terra e água. A câmera acompanha o lutador por trás, com o foco no horizonte sempre preso ao combatente inimigo. A sensação é a de que os mapas são maiores do que eram nos tempos do PlayStation 2, mas a maior velocidade dos lutadores compensa a diferença e mantém a ação em alta velocidade.
Muitas das mecânicas clássicas da série estão de volta, como esquivas rápidas que abrem espaço para contra-ataques, habilidades de uso limitado como a Transmissão Instantânea de Goku, e até mesmo conflitos diretos que ocorrem quando os dois jogadores usam habilidades equivalentes ao mesmo tempo, e que são resolvidos com o macetar de um botão.
O principal recurso em jogo é o Ki, medido por uma barra abaixo da barra de vida. Jogadores podem carregar a energia livremente, e, dadas as condições certas, ultrapassar os limites da barra normal para ativar o modo Sparking – e, com ele, um bônus de força temporário e a possibilidade de utilizar a habilidade ultimate de cada guerreiro.
As ações dos jogadores também são limitadas por dois contadores – o de habilidades e o de transformações -, que são recarregados na medida em que golpes normais são desferidos. Certos guerreiros têm limites numéricos diferentes para estes contadores.
Em certas circunstâncias, é possível “reforçar” o uso de uma habilidade com um pressionar do gatilho R2, consumindo parte da barra de Ki. É uma mecânica de risco e recompensa: caso você acabe exagerando no consumo do Ki, pode esgotar a barra e ficar alguns segundos completamente indefeso enquanto ela se recupera.
Mas a grande surpresa dos combates de Sparking! ZERO é o fato de que, de certa forma, ele é um jogo de luta em equipes. Na demo, era possível montar equipes de até 3 guerreiros, mas a versão final do jogo permitirá confrontos de até 5 contra 5. Apenas um lutador de cada time fica na tela por vez, mas há algumas mecânicas que se aproveitam do aspecto de time, como a de fusões: caso as versões de Dragon Ball Super e Vegeta estejam no mesmo time, por exemplo, é possível usar o contador de transformações para fundir os personagens.
Por fim, há outro aspecto da mecânica de transformações digna de menção: no decorrer da batalha, é possível transformar um guerreiro várias vezes, e até mesmo reverter uma transformação. Isso tem valor porque cada forma dos personagens tem habilidades distintas.
Em geral, porém, apesar das diferenças, a ação de Sparking! ZERO também retém os aspectos mais divisivos de Budokai Tenkaichi, como a repetitividade e a falta de precisão nos controles – elementos que podem afastar alguns, mas que nunca impediram a série de ser muito popular.
Sem dublagem, mas com textos em português do Brasil, Dragon Ball: Sparking! ZERO será lançado no dia 11 de outubro para PS5, Xbox Series e PC.