Jim Ryan diz que Nintendo é outro mercado, Xbox vende nos EUA e muito mais

Mais um dia do processo judicial entre a Microsoft e a FTC dos Estados Unidos está acontecendo e hoje tivemos a presença (em forma de vídeo gravado) do CEO da Sony Interactive Entertainment, Jim Ryan, comentando vários assuntos.

Veja um resumo a seguir (via The Verge):

• Sobre as vendas do Xbox Series: “Como nós, eles estão preocupados com a escassez de suprimentos, mas a demanda por seus produtos é robusta”;
• Por que os jogos do Xbox vendem mais nos EUA do que em outros países: “Muitos de seus jogos envolvem um elemento de tiro e multijogador online. Ambos são tipicamente mais populares nos Estados Unidos do que fora dele”;
• Sobre a Nintendo: “Consideramos que a Nintendo participa de um segmento de mercado diferente do Xbox e do PlayStation. A tecnologia de hardware da Nintendo é de natureza muito menos sofisticada para PlayStation ou Xbox. Seu hardware normalmente é vendido por um preço mais barato e seu público-alvo é bem mais jovem”;
• Jim Ryan diz que é benéfico para desenvolvedores terceirizados assinar um acordo de exclusividade para a PlayStation porque “os esforços de desenvolvimento necessários para fazer esse jogo são reduzidos”;
• Jim Ryan diz que a empresa tem medo de compartilhar kits de desenvolvimento e informações de console de próxima geração com a Microsoft para seus jogos: “simplesmente não podíamos correr o risco de uma empresa pertencente a um concorrente direto ter acesso a essas informações”. A Sony tomou a decisão de adiar o fornecimento de devkits do PS5 para a Microsoft para Minecraft: “os kits de desenvolvimento permitem que os desenvolvedores tenham visibilidade e trabalhem no conjunto de recursos que nosso novo console implantará. Os riscos comerciais associados ao conhecimento desses conjuntos de recursos vazando para nosso principal concorrente não são algo que confiaríamos em qualquer contrato para impor.”
• O chefe do Xbox, Phil Spencer, enviou a Jim Ryan uma lista de compromissos de jogos no ano passado que permaneceriam no PlayStation após o fechamento do acordo proposto com a Activision Blizzard. A lista incluía Overwatch, mas não Overwatch 2. “Outros jogos da Activision no PlayStation devem ser suficientemente amplos para se alinhar totalmente às expectativas dos jogadores”, disse Ryan no e-mail. Ele chama isso de “uma lista não significativa” em seu depoimento.
• O que a Sony pensa sobre Starfield? Perguntam a Jim Ryan se há algo de errado em a Microsoft fazer exclusividades como Redfall. Ele disse: “Não gosto, mas fundamentalmente, mas não tenho nada contra isso.” E quanto a Starfield? “Não gosto, mas não vejo como anticompetitivo.”
• Jim Ryan: “eu disse a ele [Bobby Kotick] que achava que a transação era anticompetitiva, esperava que os reguladores fizessem seu trabalho e a bloqueassem”. Ryan diz que Kotick queria “se proteger” com um contrato prolongado de Call of Duty com a Sony: “o que Bobby queria fazer era se proteger estendendo a colaboração de marketing entre a Sony e a Activision, caso a transação não prosseguisse”.
• Jim Ryan discutiu a importância do conteúdo próprio para afastar a concorrência do Game Pass: “Uma das razões pelas quais estamos investindo maciçamente em desenvolvimento e publicação próprios é para nos fornecer uma vantagem contra a pressão de um modelo de negócios histórico. Ter um modelo de negócios em que você possui elementos de cima para baixo aumenta sua capacidade de ser autodeterminado”.
• Advogado da Microsoft: Você acha que seria melhor se a Microsoft mantivesse os jogos da Activision no PlayStation?
  Ryan: Sim.
  Advogado da Microsoft: Então você acredita que é do interesse da Microsoft disponibilizar os jogos da Activision em várias plataformas?
  Ryan: Não, eu não concordo com isso.
  Advogado da Microsoft: Então, se você estivesse cuidando do Xbox, recomendaria tornar Call of Duty e outros jogos da Activision exclusivos para Xbox e PC?
  Ryan: Essa é uma pergunta hipotética que não quero responder.
  Advogado da Microsoft: Então você não pode responder?
  Ryan: Não tenho conhecimento suficiente para responder a essa pergunta.
• Jim Ryan falando com os investidores da Fidelity disse que os editores não gostam do Xbox Game Pass: “Falei com todos os editores que unanimemente não gostam do Game Pass, porque seu valor é destrutivo”. Ele defende os comentários dizendo que é uma “visão muito comum pelos editores”. Advogado da Microsoft: Então você não tinha motivos para pensar que o Sr. Kotick colocaria Call of Duty no Game Pass se essa transação não fosse concluída? Ryan: Correto. Ryan também disse aos investidores que esperava mais de 25 milhões de assinantes do Xbox Game Pass e 50 milhões de assinantes do PlayStation Plus da Sony durante a reunião com investidores.
• O PlayStation Now tinha uma base de assinantes de 3 milhões de usuários, diz Ryan. Ele prevê que os jogos em nuvem não serão uma coisa significativa até pelo menos 2025:
  “a tecnologia de nuvem se tornará um componente significativo de como os jogadores acessam os jogos entre 2025 e 2035. Estamos fazendo investimentos significativos em nuvem na expectativa de que ela se torne uma maneira muito significativa de como os jogadores acessam os jogos”. A Sony começou recentemente a testar o streaming em nuvem para jogos PS5, com planos de adicionar isso como um recurso à sua assinatura PlayStation Plus Premium.