Immortals of Aveum – Preview e Trailer de Revelação
A crescente onda de jogos buscando recriar a experiência de ser um poderoso mago de batalha é algo que muito vem me agradando. Por tantos e tantos anos jogos de FPS ficaram restritos ao já esperado uso de armas de fogo ou, no máximo, arco-e-flecha e espadas. Mas agora é a vez de todos os jogadores que sonharam em sair por aí atirando raios, bolas de fogo e todo tipo de poder terem o seu momento para brilhar.
O mais recente desses jogos é o vindouro Immortals of Aveum, desenvolvido pelo recentemente criado Ascendant Studios, composto por veteranos da indústria que trabalharam em jogos como Call of Duty: WWII, BioShock 2, Borderlands 2 e Dead Space. O título busca dar aos jogadores a empolgação de se sentir um poderoso mago lutando em batalhas contra criaturas mágicas e desafiadoras, em um mundo à beira da destruição.
Embora o jogo tenha sido anunciado durante o The Game Awards 2022 com um teaser trailer, a EA finalmente revelou mais detalhes sobre o título, que faz parte da cada vez mais renomada iniciativa EA Originals, através de um trailer divulgado hoje. No entanto, à convite da publisher, nós pudemos conferir mais sobre ele através de um evento de prévia para a imprensa e embora o anúncio oficial já seja bem empolgante, o que nos foi mostrado e dito nos deixa mais animados para o título que já está logo ali.
Pouco foi mostrado sobre a história além do fato de que os jogadores assumirão o controle de Jak, um rapaz que cresceu abandonado nas ruas de Seren e após surpreendentemente desenvolver habilidades mágicas além da idade esperada, se vê forçado a se juntar a uma guarda de elite chamada d’Os Imortais.
Este grupo, encarregado de proteger Lucium, um dos dois poderosos reinos em constante guerra pelo controle do mundo de Aveum, se vê encarregado de desvendar os segredos do planeta quando, forçados pela imparável marcha dos seus rivais do reino de Rasham, eles precisam encontrar uma forma de salvar o futuro da humanidade.
E, bem, pelo que foi possível ver do jogo, há um potencial imenso na narrativa que o jogo vem se propondo a contar. Embora a ideia de uma “guerra eterna”, aqui literalmente chamada de “Everwar”, pelo controle de um recurso específico (nesse caso, a magia), ou de um protagonista dotado de uma rara habilidade que o coloca entre um dos, se não o único capaz de salvar o mundo seja bem clichê, ela o é por um motivo simples: quando bem contada, funciona bem.
Em vários aspectos Immortals of Aveum parece um dos projetos mais ambiciosos do EA Originals até aqui e essa narrativa, embora se apoie nesses pontos, promete ser grandiosa. Apesar da experiência com FPS famosos por sua história esteja presente aqui, o time também conta com nomes envolvidos em Mafia III e The Wolf Among Us, títulos reconhecidos pela qualidade da sua narrativa.
Junte a isso a presença de dubladores com currículos interessantes em Hollywood e em jogos como Gina Torres, Darren Barnett e Lily Cowles e há importantes indícios de que o jogo pode vir a figurar entre algumas das melhores histórias contadas em 2023. Ainda assim, por tudo o que vimos, é o gameplay que mais promete aqui.
As batalhas se baseiam muito no fato de que Jak é um dos raros Battlemages dotados da capacidade de manipular três tipos distintos de magia, os chamados Triarch Magnus. Essas magias se dividem em três tipos distintos, cada qual codificado com uma cor distinta, sendo elas Force (magias azuis mais precisas, similares a uma pistola), Chaos (magias vermelhas com mais dano de área, comparáveis a uma escopeta) e Life (as magias verdes, de disparo automático similares a uma submetralhadora ou rifle). O uso dessas habilidades é baseado no consumo e obtenção de mana, algo intimamente ligado ao lore do título.
É um sistema parecido com o que foi visto em jogos como Ghostwire:Tokyo e, dado o quanto o sistema de combate daquele jogo já era empolgante e desafiador, o mesmo cenário parece ir se desenhando aqui. Com uma grande e importante diferença: o know-how da equipe em jogos do gênero transborda a cada cena vista, indicando que o foco aqui é em te fazer se sentir poderoso e na ofensiva, diferente da constante reatividade que pautava o combate do jogo da Tango Gameworks.
Isso pode ser visto no foco demonstrado em combos de magias. O jogo promete uma vasta variedade de poderes e caminhos a seguir na progressão do seu personagem, com supostamente mais de 25 encantamentos e 80 talentos para melhorar o seu personagem e a possibilidade de tanto se especializar em um tipo específico ou aprender um pouco sobre cada um dos três caminhos distintos. Haverá todo um sistema de upgrade para melhorar a eficiência e potência dos seus equipamentos e magias ao longo do jogo, dando ao jogador liberdade para customizar a sua experiência.
Embora isso seja possível, o foco realmente parece na constante alternância entre magias e a interação entre elas. O principal exemplo que foi demonstrado foi o uso de Shatter para quebrar escudos inimigos e a possibilidade de tanto puxá-lo para perto de com Lash ou detoná-lo usando Fragfire, bem como a possibilidade de combar as três habilidades em sequência. Ao longo do jogo você encontrará habilidades distintas que darão maior variedade e estratégia ao combate, como escudos diferentes para se proteger de magias inimigas, magias de movimentação ou ataques de área maior que trazem maior variedade ao combate.
E embora não seja o jogo mais bonito já visto em trailers, afinal ainda é um jogo da EA Originals, ele surpreende pelo quão belos os efeitos parecem ser. Tudo o que vimos indicam que isso é, ao menos em parte, fruto de um jogo mais linear, bastante focado em sua narrativa e nem tanto em exploração ou interação com o mundo ao seu redor. Novamente, isso parece uma decisão bem consciente com base na experiência da equipe, visto que jogos como Dead Space, Bioshock e Call of Duty tem uma abordagem bem similar (e uma das comparações feitas foi de “Call of Duty se fossem dragões no lugar de helicópteros”).
No caso de Immortals of Aveum essa decisão parece ser a mais acertada. Afinal, talvez um escopo maior em um jogo que é a estréia da desenvolvedora, por mais que esteja em desenvolvimento há 05 anos, acabaria atrapalhando a criação de algo que, por tudo que foi mostrado, parece ser bastante promissor. Essa narrativa mais linear acaba proporcionando ao jogo focar no que ele parece estar fazendo de melhor, que é sua história e o combate, sem se perder ao precisar criar um mundo maior e preenchê-lo com missões secundárias descartáveis.
Ainda assim, se prepare para uma experiência rica e longa, já que o estúdio promete uma campanha de mais de 25 horas se valendo de tudo de melhor que a Unreal Engine 5 tem a oferecer, incluindo tecnologias de ponta em termos de iluminação e partículas. O mundo como um todo e seu conceito parecem bastante interessantes e uma campanha mais longa deve proporcionar os jogadores bastante contato com o universo e lore promissores.
Por fim, cabe dizer que é algo muito bem recebido que a EA já, desde o começo, confirmou que o jogo terá legendas em português, permitindo assim que mais jogadores compreendam a história e possam aproveitá-la como ela merece. Com o jogo sendo exclusivo para a geração atual, há uma clara expectativa de que ele explore e aproveite bem todo o potencial técnico que o PS5 tem, incluindo aí as já esperadas vantagens do DualSense.
Considerando tudo isso, é inegável que tudo que pudemos ver de Immortals of Aveum é algo incrivelmente empolgante. O estúdio faz questão de citar em vários momentos que não só é um “RPG focado na história”, mas a culminação da visão da mente criativa por trás do jogo, o CEO do estúdio, Bret Robbins, o antigo chefe da EA Redwood e da Visceral Games que volta agora a trabalhar com a EA nesse jogo.
Com o lançamento tão próximo, previsto para o próximo dia 20 de julho, tudo indica que essa nova parceria entre velhos conhecidos vai caminhando para o sucesso. E, se tudo o que vimos se juntar para entregar uma experiência digna da sua ambição, a estreia da Ascendant Studios tem todo potencial para ser o primeiro passo da desenvolvedora rumo à imortalidade.