Harada diz que Tekken é mais popular na Europa; dá a sua visão de como popularizar jogos de luta
O produtor da série Tekken, Katsuhiro Harada, participou do podcast Game Maker’s Notebook da Academy of Interactive Arts & Sciences e fez alguns comentários interessantes.
Primeiramente, Harada disse que a série de jogos de luta é mais popular na Europa. As vendas totais, considerando todos os títulos, consistem em mais de 50% apenas na Europa. Na América, Tekken tem cerca de 30% das vendas, enquanto que o restante engloba o Japão e os outros países.
Um outro comentário é que Harada acredita que os jogadores mais jovens estão mais interessados em games baseados em equipe do que em jogos de luta 1×1, porque isso lhes dá menos responsabilidade se perderem.
Harada respondeu que o gênero terá que encontrar maneiras de integrar uma competição mais baseada em equipes, porque é isso que a geração mais jovem de jogadores tende a favorecer. “Parece-me que a forma como os jogos de luta são jogados evoluiu ao longo do tempo, com as gerações”, explicou Harada.
“No Japão, e provavelmente na maior parte do mundo, minha geração é grande. Representa uma boa parcela da população. Isso tornou nossa sociedade competitiva. Se você se candidatasse a uma escola ou a um emprego, sempre havia muita concorrência. Por causa disso, as pessoas da minha geração preferem resultados definitivos, um vencedor e um perdedor claros. Isso se aplica a pessoas com cerca de 50 anos”, justifica.
“Mas a maioria dos jovens hoje em dia é o oposto. Eles raramente estão ansiosos para se envolver em confrontos individuais. Além disso, como os jogos de luta colocam você sozinho contra um único oponente, você terá que aceitar toda a responsabilidade se perder. Você não pode culpar mais ninguém. Em jogos de tiro em equipe, quando os jogadores ganham, eles podem dizer que venceram por causa de suas próprias contribuições, mas quando perdem, é porque enfrentaram um time ruim”, continua.
Harada está pensando em como incorporar essa mudança cultural ao gênero de luta para ajudar a torná-lo atraente para a geração mais jovem de jogadores. “Não estou dizendo que devemos transformar repentinamente um jogo de luta em um jogo de quebra-cabeça ou em um jogo de estratégia em tempo real”, diz ele. “Ainda acho que há demanda por jogos como esse, esse tipo de luta corpo a corpo. Mas talvez pudéssemos incluir outras formas de competir, fora do jogo principal. Por exemplo, talvez eles nem sempre tenham que lutar um contra um. Eles poderiam optar por batalhas em equipe, como partidas 3 contra 3. Acho que podemos querer incorporar isso nas classificações oficiais do modo online. Talvez as partidas de equipe pudessem ter posições dentro de uma equipe, algo como a ordem dos companheiros nas partidas de judô”.
“Neste momento, no modo online de Tekken, cada jogador luta sozinho, batalha após batalha, apenas tentando subir no ranking. Talvez com modos mais variados baseados em coisas como equipes ou regiões, poderia mudar a forma como vemos também”.