Ghost Trick: Phantom Detective – Preview e Demo Disponível
Apesar de relativamente pouco lembrado hoje em dia, o Nintendo DS talvez seja um dos mais interessantes e impactantes consoles de todos os tempos. Em um período em que a indústria vinha caminhando cada vez mais por um período de segurança e baixa inovação nos consoles de mesa, foi o pequeno portátil da Nintendo quem deu espaço e liberdade para brincar com conceitos e ideias.
Infelizmente, graças às limitações impostas pelo hardware e sua “gimmick” principal, alguns dos melhores e mais inovadores jogos daquela geração acabaram ficando presos no DS. É por isso que sempre que alguma publisher encontra uma forma de modernizar um desses jogos e trazê-lo para plataformas modernas é um sucesso que merece e precisa ser celebrado.
É justamente por isso que quando a Capcom anunciou a remasterização de Ghost Trick: Phantom Detective, foi de uma felicidade imensa. Afinal, trata-se de um jogo que recebeu vários prêmios de jogo do ano pro DS em 2011, aclamado pela crítica e ainda melhor recebido pelo público. Então, quando o convite da Capcom para testar a demo da versão de PS4 do título veio, a expectativa era bastante positiva.
E, bom, como já era de se esperar considerando o trabalho feito pela Capcom na remasterização da série Ace Attorney, o resultado inicial é bastante positivo. Ghost Trick: Phantom Detective é mais um jogo adventure da brilhante mente de Shu Takumi, diretor, criador e roteirista dos 04 primeiros Ace Attorney e dos dois The Great Ace Attorney.
Quer você já esteja familiarizado com o trabalho dele ou não, a demo é uma ótima forma de se familiarizar com o conceito de Ghost Trick e, bem, as características comuns ao trabalho do diretor. Nele, o jogador assume o controle de Sissel, um recém-assassinado homem que, ao se tornar um fantasma, descobre que possui poderes especiais que o ajudam a manipular o mundo ao seu redor.
O problema é que, salvo por essas habilidades, Sissel não se lembra de nada. Absolutamente nada. E, como um recém-falecido fantasma, o tempo que ele ainda tem na Terra é bastante restrito. Com isso, Sissel decide, ajudado por uma luminária possuída por um outro fantasma, usar o tempo que resta para descobrir o que exatamente aconteceu com ele, quem ele era e o motivo da sua morte.
Tão importante quanto o inventivo plot, que já no começo da demo é muito bem escrito, casando incríveis pitadas de humor e intriga investigativa o suficiente para lhe prender na busca por saber cada vez mais, é o excelente gameplay de aventura que o jogo apresenta. Sissel descobre logo cedo que, como fantasma, ele tem a habilidade de possui objetos e corpos.
É a partir daí que Sissel é capaz de voltar até 04 minutos antes da morte daquele corpo e usar dos objetos para realizar as chamadas “Ghost Tricks”, buscando salvar essas pessoas e, através disso, descobrir informações importantes para alcançar seu objetivo. A demo mostra apenas os primeiros momentos do jogo, mas são mais do que suficientes para dar um belo gostinho de como esse gameplay funciona, fugindo do tradicional sistema de “point-and-click” que outros adventures costumam usar em suas investigações.
É um sistema bem desafiador já de cara, mas fácil de se resolver e intuitivo até mesmo para quem não tem muito costume com jogos do gênero. A transição do uso da segunda tela e da stylus para o DS4/DualSense foi muito bem executado, sendo imperceptível o legado do uso da tela de toque se você não estiver ciente que se trata do remaster de um jogo de Nintendo DS.
Nesse ponto cabe dizer ainda que, visualmente, o jogo recebeu um belíssimo tratamento da Capcom. O visual dos cenários e dos modelos de personagem ainda tem uma certa simplicidade que são herança do seu passado como jogo de um console portátil de mais de 10 anos, mas a resolução foi imensamente melhorada e o jogo é bem agradável aos olhos jogando na TV.
Embora ainda não seja a versão final do jogo, é incontestável que a demo mais do que traz a segurança de que esse relançamento de Ghost Trick: Phantom Detective mais do que faz jus a qualidade do original e é uma ótima forma de apresentá-lo a um novo público. Ainda assim, caso ainda fique alguma dúvida, eu recomendo imensamente testar a demo e se deixar fisgar pelo carisma de mais uma obra genial do Shu Takumi.