Editores do PS Blog e membros da Bluepoint Games escolhem o encontro mais memorável de Shadow of the Colossus
O texto abaixo foi publicado no PlayStation.Blog brasileiro.
Aclamado por três gerações de hardware PlayStation, Shadow of the Colossus conquistou um lugar especial em nossos corações. Do momento em que você derrota seu primeiro gigante, você sabe que algo não está certo… que talvez você não devesse estar matando criaturas tão majestosas. Mas essa é a sua missão, e uma vida depende dela.
Cada Colosso é especial, com uma aparência única, comportamento diferente e, de vez em quando, com sua própria trilha sonora. É difícil sair dessas batalhas sem ficar emocionado pelo drama visceral que testemunhamos em cada cena. Nós aqui do PS Blog com certeza nos sentimos assim, e compartilhamos os nossos encontros mais memoráveis abaixo. Conte para nós nos comentários, qual foi seu Colosso favorito?
Para quem ainda não jogou, o game está gratuito com sua assinatura PS Plus até o dia 6 de abril*. É a hora perfeita para baixar e ver o que está perdendo.
Randall Lowe (Produtor, Bluepoint Games)
No início do projeto, ainda estávamos tentando estabelecer exatamente como seria o padrão visual. Ficávamos indo e vindo em idéias quando finalmente escolhemos um conceito que alinhou todos e todas as ideias diferentes de como seria o visual do jogo.
Decidimos que faríamos um grande esforço — 10 semanas nos concentrando, com foco total em uma área do jogo, para estabelecer o nosso padrão visual mínimo e qualidade de jogabilidade que Shadow teria quando fosse lançado.
No final deste período de 10 semanas, juntamos a equipe toda no que chamamos internamente de “reuniões triângulo” — em um espaço no nosso estúdio onde ambas as alas do escritório se juntam para formar um triângulo. Para Shadow, tínhamos mais espaço aberto no escritório do que em nosso projeto atual, então fez sentido juntar todos lá. De qualquer jeito, uma vez presentes, passamos a verificar esta “fatia vertical” do jogo, que culminou com a derrota do primeiro colosso. Foi a primeira vez que a equipe tinha visto a nossa versão do encontro completo com o primeiro colosso, com pelos dinâmicos, iluminação, efeitos de partículas, aúdio… tudo junto. Me esqueço quem estava jogando na época, mas fizeram Wander assobiar para chamar a atenção do colosso.
Ainda me arrepio só de pensar sobre esta primeiras vez em que vimos o Colosso virar e olhar para nós, depois vir em nossa direção para tentar nos esmagar, seus pelos balançando conforme se movia, o chão tremendo sob seus pés. Foi um momento incrível! Dava para sentir o orgulho de todos na equipe pelo que havia sido realizado. O som audível de “uau” dos presentes foi demais! Não havia mais dúvida que tínhamos acertado, e que tínhamos a fórmula para o resto do jogo na nossa frente!
Olhando para trás, agora que se passaram alguns anos, é meio engraçado o quanto estávamos maravilhados, já que a área em torno do primeiro colosso ainda iria melhorar tanto durante o desenvolvimento — comparado com o que era durante aquela fatia vertical — mas serviu ao seu propósito e nos deu a clareza para fazer o remake do jogo que amávamos.
Por coincidência, a experiência toda foi recriada por todos assistindo a apresentação da PlayStation durante a E3 de 2017, quando o nosso trailer foi mostrado. Ouvir as reações do público ao ver o primeiro Colosso olhar para Wander foi um dos momentos mais incríveis de nossas carreiras.
Brett Elston: O Sétimo Colosso
Quando já havia derrotado seis Colossos, foi fácil começar a me sentir confiante e preparado para meu próximo desafio. Bípede, quadrúpede, mais alto que qualquer coisa que já viu na vida… sim, já vi e derrotei todos. Mas quando vi o abismo escuro onde morava esta criatura em especial, minha confiança cedeu.
Quando vi este Colosso, vi também que os desafios de Wander não seriam apenas em terra. Qual a profundidade da lagoa onde ele mora? Há alguma outra coisa lá embaixo? Toda a experiência que consegui até este ponto voou pela janela — ou se preferir, se afogou nas profundezas desconhecidas deste encontro marcante.
Enquanto outras batalhas aconteciam em áreas abertas e bem iluminadas, este inimigo mergulha várias vezes, causando tanto um senso de fascinação quando um pouco de talassofobia. Jamais vou me esquecer da sensação de me segurar e rezar pela minha vida enquanto ele escorregava pela escuridão, tentando se livrar de mim e dar voltas para me atacar como se fosse um enguia. O encontro todo me fez tremer nos dias do PS2, e 13 anos depois, continuou a se destacar no remake.
Kristen Zitani: O Décimo Colosso
Vou ser honesta, parte do motivo pelo qual este é o meu colosso favorito é por ter achado tão difícil! Quando Wander encontrou a entrada da caverna de areia do Décimo Colosso, já achava que tinha dominado o jogo. Os puzzles iniciais eram desafiadores e as batalhas doces e amargas, mas até este ponto consegui fazer tudo em uma ou duas tentativas. Tudo isso mudou quando encarei os olhos amarelos do Décimo Colosso enquanto ele me perseguia pelo subterrâneo.
Ficar à frente do colosso era difícil, acertar minhas flechas mais ainda. Mas quando finalmente confiei em Agro para correr reto sem guiá-lo, dando tempo para acertar meus tiros e derrotar aquele sentinela, foi a melhor sensação.
Sid Shuman: O Décimo Primeiro Colossus
Nunca vou esquecer a minha batalha com este pequeno pugilista. A essa altura no jogo, já havia derrotado 10 gigantes majestosos com uma combinação de escaladas, saltos, penduradas e golpes. Estava confiante, talvez até demais.
Então este terror entrou em cena e mudou tudo. Ele não é gigante e lento; é pequeno e veloz, o que pede uma estratégia diferente. O jogo de gato e rato deste encontro expande os sistemas do jogo de maneiras mágicas. De usar uma tocha acesa para forçar o colosso a recuar, até tentar se segurar enquanto ele galopa pelas trilhas dos penhascos, este encontro foi incrível, e marcou Shadow of the Colossus como um dos games mais surpreendentes e inovadores de todos os tempos.
Tim Turi: O Quinto Colosso
Até o Quinto Colosso, toda batalha se passou em terra firme. Sabia que algo seria diferente quando entrei nas águas escuras. O monstro gigantesco passando pelos pés de Wander me deu calafrios. A verdade do encontro foi um choque.
Uma enorme besta alada feita de pedras e plantas voa no alto. A majestosa criatura parou nas runas e vigiava todos os meus movimentos. Não desejava lutar, apenas observar. A única tensão na cena calma estava na corda do meu arco. A flecha voou pelo ar e bateu sem causar nem um arranhão em sua pele. O colosso abriu suas asas impressionantes e levantou voo.
Ainda me lembro da adrenalina que bateu quando o gigante voador mergulhou em minha direção. O jogo força você a olhar bem em seus olhos e saltar em seu ombro cheio de musgo para subir à bordo dele. Então, o “passeio” muda drasticamente. A única ameaça à Wander é não conseguir ficar agarrado e cair. Caçar os símbolos vulneráveis ao longo das asas e cauda foi emocionante. Esta emoção intensa foi a mesma que senti quando o colosso aceitou seu destino e caiu nas águas escuras. Meu castigo foi tentar subir das profundezas, tentando escapar o pecado que era a missão bem sucedida de Wander.
O encontro ainda é o momento mais forte do jogo até hoje.
Essa é a opinião da nossa equipe, mas com menos membros do que Colossos, não tivemos a chance de ver nem ouvir sobre todo o elenco.