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Casas de apostas já são os maiores financiadores do futebol no Brasil

As casas de apostas chegaram devagar no mercado e em menos de cinco anos desde a legalização da atividade no Brasil, em dezembro de 2018, já são uma presença constante no mundo do futebol no País. Dos 40 clubes das Séries A e B já têm parcerias com tais empresas e o Cuiabá, única agremiação ainda fora do “bolo” dos bookmakers, já está em busca de um acordo do tipo.

Antes da pandemia muitos times tinham parcerias com bancos nacionais ou estrangeiros. A situação, porém, mudou radicalmente no último quinquênio e em época de tanta carência em tantos setores da economia e dos esportes, as populares “bets” tornaram-se uma “mão na luva” para os clubes.

Estima-se que o segmento venha a injetar algo em torno de R$ 3,5 bilhões na modalidade mais popular dos esportes no planeta, com alguns clubes como Corinthians, Botafogo e Cruzeiro e São Paulo tendo acordos master e recebendo milhões pelo patrocínio em seus materiais esportivos.

Os recursos das casas de apostas não estão restritos aos clubes das Regiões Sudeste e Sul, mais ricas do País. O Fortaleza, por exemplo, agremiação que tem crescido muito no cenário nacional nos últimos anos, também tem acordo com uma empresa do gênero, o mesmo ocorrendo com o Bahia e o Goiás. Mesmo na Série C o América (RN) conseguiu fechar um patrocínio interessante para as condições de um clube tão limitado financeiramente.

Gigantes do mercado de bookmakers em todo o mundo, como a própria líder planetária, a britânica bet365 e a 22bet, ambas como décadas de atuação e milhões de clientes em praticamente todos os continentes, estão investindo pesado no Brasil, com muito potencial de expansão devido à sua gigantesca população e paixão pelos esportes.

As casas de apostas não estão presentes apenas nos uniformes dos principais clubes do País. Nos intervalos das partidas de diferentes competições nacionais sempre há a veiculação de comerciais de tais empresas. Os estádios têm suas placas espalhadas pelos lados dos gramados ou mesmo na fachada. As bets parecem onipresentes e não há com recuar nesta tendência.

O atual governo federal tem elaborado regras mais claras e transparentes, ao mesmo que tempo que planeja uma pesada taxação sobre as ações dos bookmakers. Mesmo criticando a sanha do Poder Público, os empresários do segmento mantêm-se favoráveis á regulamentação, que daria mais credibilidade às casas mais sérias e tem o potencial de atrair mais clientes para os jogos pela internet.

Um dos pontos que têm colaborado muito para a expansão das apostas pela internet em todo o mundo, em especial no Brasil, é o avanço na tecnologia de aparelhos de telefonia móvel. A maior parte das apostas na atualidade são feitas na plataforma mobile e não mais por meio de computadores pessoais, notebooks e outras mais tradicionais. Para apostar pelo smartphone, por exemplo, basta baixar o aplicativo da casa de preferência na própria internet, o que não tem qualquer custo.

A abertura da conta na empresa pode ser feita no próprio site, com poucos toques na tecla do celular. As casas pedem alguns dados pessoais – o que é de praxe por motivo de segurança – e requisita ao candidato a cliente que informe qual a modalidade de pagamento das apostas. Em média as empresas não demoram mais de 24 horas para a checagem das informações e a liberação. A pessoa então cria uma senha e já pode começar a apostar. As empresas mais sérias, porém, não admitem em nenhuma hipótese que pessoas com menos de 18 anos apostem.

Apesar de muitos acharem que apostas esportivas, assim como futebol, é “coisa de homem”, o machismo e o preconceito também não valem no ambiente dos bookmakers. Se antes somente 30% dos apostadores eram mulheres, agora 49% são do sexo feminino, praticamente meio a meio entre os usuários.

Enfim, de uma maneira ou de outra as casas de apostas são uma realidade e o dinheiro que trazem é mais do que bem-vindo aos clubes brasileiros. Algumas das agremiações já mudaram o formato de gestão e tornaram-se SAFs, empresariais e com muito mais profissionalismo. A necessidade de recursos, porém, permanece a mesma no velho e bom “esporte bretão.”

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