Until Dawn

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Until Dawn é um jogo de terror que foi anunciado há muito tempo para o PS3 e que usaria o PlayStation Move. Após anos de espera e a transição para o PS4, a primeira super produção da Supermassive Games finalmente é lançada.

Antes de ler esta análise, o leitor precisa ter em mente que Until Dawn sempre foi promovido como um jogo de escolhas (à la Heavy Rain) e com uma temática de terror de filmes com adolescentes, como Pânico e Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado. Esta mensagem precisa ser clara porque você não encontrará algo no jogo que fuja disso.

A premissa de Until Dawn é que oito jovens estão isolados em um chalé na montanha. O motivo dessa reunião é a tentativa de superação de um acidente trágico que aconteceu um ano atrás nesse mesmo lugar. Os jovens decidem que é hora de superar esse trauma comemorando juntos "em homenagem" a esse acidente. Ideia brilhante, certo? O que poderia dar de errado? Sem entrar em spoilers, essa seria a maneira mais neutra de comentar sobre a história.

Entre os capítulos, você conversa com um analista – uma espécie de psiquiatra. Essas sessões são o melhor o que o jogo tem a oferecer em relação à história, pois são realmente marcantes. Ao jogar, tente ser honesto em suas respostas – o resultado é realmente interessante.

O coração de Until Dawn é o efeito borboleta, algo que o jogo tenta deixar claro a todo instante que está acontecendo. Ou seja, uma decisão tomada terá consequências no futuro que podem ser devastadoras. Um exemplo para esclarecer: em um dado momento, você pode escolher se a jovem que está controlando atende a um grito de pedido de ajuda ou corre para continuar com o grupo de amigos que está mais adiante. Uma dessas decisões causará a morte dela. Sim, a morte. E essa morte afetará o curso da história de certa forma. Esse efeito descrito é quase instantâneo, mas há escolhas que só mostrarão suas consequências mais tarde.

Mas obviamente que não é toda e qualquer decisão que causará um efeito desses. Algumas delas, principalmente os Quick Time Events (QTEs) que acontecem aos montes durante a jornada, não mudam o resultado final. Mas o jogo não deixa claro o que muda ou o que não muda, então você tenta seguir o que acha que é certo para evitar desastres maiores, pois é só um save – você não pode salvar em um ponto e "ver o que dá" para voltar e mudar sua escolha.

A história é boa e interessante, se você considerar, novamente, a temática. Mas há dois pontos falhos. O primeiro é o final, o qual não posso detalhar, mas que me decepcionou. O segundo é tentar assustar ou dar medo no jogador. Há alguns sustos de vez em quando que podem fazer você levantar da cadeira, mas a maioria é previsível e sem graça. Além disso, é impossível morrer no jogo. Digo, é impossível morrer "no gameplay". Seu personagem só morrerá com as escolhas que você tomar. Portanto, se está lá andando em um ambiente hostil em Until Dawn, você não terá um medo verdadeiro. Um The Evil Within em dificuldade elevada passa mais tensão por justamente ter uma barra de vida em jogo.

Until Dawn possui uma história relativamente curta dividida em 10 capítulos. É possível terminá-la em cerca de 5 a 6 horas. Mas, devido ao efeito borboleta, você jogará muitas outras vezes para ver as diferentes consequências e diferentes histórias que surgem.

Como são oito personagens, o jogo faz uma transição suave para cada um deles. Ou seja, você acaba controlando praticamente todos, mas um de cada vez e conforme a história progride. Não é da sua escolha quando irá controlar um ou o outro. Além disso, há momentos que são duplas e a CPU move um deles.

Em relação ao gameplay, logo no início você possui a escolha de jogar com o sensor de movimentos do DualShock 4 ou com os controles tradicionais. O PS Move, ironicamente, não é compatível com o jogo. Considerando os controles tradicionais, há pouquíssimas mecânicas: você controla o personagem pelo ambiente com o analógico da esquerda (L3), sendo que o da direita (R3) serve para direcionar a luz, como uma lanterna ou tocha. Segurando L1 é possível andar mais rápido. Há objetos que podem ser interagidos, desde alavancas até itens de fato. Para isso, você segura R2 e o move com o R3 – quem jogou The Order: 1886 reconhecerá essa mecânica, pois ela é idêntica. Já durante as cutscenes, você escolhe qual opção deseja com o R3 e pressiona X, O, triângulo ou quadrado, conforme o que aparece na tela. Por fim, há em alguns momentos que você não pode mexer o controle de forma alguma – para indicar uma sensação de "segurar a respiração", pois você está escondido. Essa ação é indicacada pela luz do DualShock 4 na tela, a qual deve ficar dentro de uma área definida.

É somente isso. O jogo é bastante acessível e talvez isso seja um dos seus maiores charmes – não só você, jogador hardcore, poderá aproveitá-lo, mas também sua namorada que só sabe esmagar botão ou seu pai que até hoje não sabe qual que é o X.

A parte técnica de Until Dawn é simplesmente perfeita. Os gráficos são realmente belos e detalhados. Os personagens são muito bem modelados também. A única crítica fica por conta dos lábios – quando o personagem (principalmente as garotas) deseja exibir um momento de tensão, os dentes ficam aparecendo de uma forma meio estranha, não natural.

Considerando tudo que foi descrito, você pode deduzir que a história é o principal elemento de Until Dawn e nada disso será aproveitado pelos brasileiros se não existir uma legenda ou dublagem. E aqui há os dois. E mais: você pode mesclar. É possível jogar tanto dublado e legendado, como dublado em inglês e com legendas em português do Brasil, agradando gregos e troianos.

E a qualidade da dublagem é muito boa. The Order: 1886 e The Witcher 3: Wild Hunt são jogos recentes que mostraram ter ótimas dublagens e Until Dawn está no mesmo nível. É claro, a versão original conta com um elenco de ponta, com Brett Dalton ("Agentes da S.H.I.E.L.D."), Peter Stormare ("Prison Break", "O Mundo Perdido: Jurassic Park"), Hayden Panettiere ("Heroes", "Nashville"), Rami Malek ("Uma Noite no Museu", "Mr. Robot") e mais. A dublagem em português nunca conseguirá superar o trabalho de atores que, além de oferecerem a voz, também fizeram sessões de captura de movimentos. Mas jogar com ela ao invés de inglês não tornará a experiência diferente e é isso que importa.

Por fim, Until Dawn se resume à sua campanha. Não há multiplayer, seja online ou offline. No entanto, há colecionáveis – quatro categorias deles, inclusive. Três sendo diversos itens que juntos esclarecem mistérios do jogo, enquanto que a quarta são os totens. Os totens são itens escondidos no cenário que, ao serem pegos, revelam o futuro com uma rápida cena. É mostrado ao jogador que o totem é de morte ou de fortuna, por exemplo, e cabe a ele interpretá-lo e ficar atento quando será aplicável o que acabou de ver. É uma espécie de spoiler de eventos futuros, mas que não estraga a diversão, pois são rápidos e é praticamente impossível saber quando acontecerão para quem está jogando pela primeira vez.

Veredito

Until Dawn possui uma história interessante que merece ser conferida, mas não crie expectativas pelo final e não espere por sustos ou muitos momentos de tensão. O gameplay é simples e totalmente baseado nas decisões, e é justamente aqui que o jogo brilha – no efeito borboleta. As dublagens e legendas também merecem ser elogiadas. No fim, é um bom jogo, mas é relativamente curto e apenas as decisões variadas causam vontade de conferi-lo novamente. Talvez se fosse um jogo de PSN de 20-30 dólares, a recomendação seria ainda maior.

Jogo analisado com cópia física fornecida pela Sony.

Veredito

78

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