[PSN] Shatter

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Jogos de quebrar blocos existem desde 1976, quando a Atari lançou o então inovador Breakout. nele, o jogador controlava uma pequena plataforma na parte de baixo da dela e devia rebater uma bola e quebrar os blocos localizados no topo da tela. Um conceito simples mas altamente viciante, que "inspirou" outras produtoras a tentarem replicar o sucesso de Breakout, como a Taito com seu Arkanoid de 1986. A idéia do jogo, com uma ou outra mudança, manteve-se a mesma nas últimas décadas. Até que Shatter foi lançado, em 2009, tornando-se um dos melhores jogos disponíveis na PSN, de qualquer gênero.

 

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Shatter é de uma simplicidade e uma genialidade que impressionam. Inspirando-se nos clássicos jogos do estilo, Shatter ainda tem como objetivo destruir blocos para avançar no jogo, mas introduz diversas novidades que mudam totalmente a forma de se jogar. A mecânica de rebater a bola é incrementada com o uso de dois modificadores: um para aspirar a bola e desviar sua trajetória para mais próximo da nave que o jogador controla, e outro modificador que assopra a bola para longe da nave. A simples adição desses dois comandos faz com que Shatter seja, facilmente, o melhor jogo do estilo até hoje.

Com esses modificadores é possível ter um controle muito maior sobre a bola e permite que o jogador crie estratégias para acumular pontos conforme preferir. Nesses jogos geralmente o fim de cada fase fica frustrante, com poucos blocos a destruir e apenas o rebatimento da bola para fazê-lo pode tornar o jogo entediante. Shatter sana isso e faz com que cada fase seja rápida e dinâmica, sem deixar de ser desafiadora. Para trazer ainda mais variação ao estilo, as fases podem ser de três tipos: o tradicional, com a nave no canto inferior e se movendo na horizontal; no estilo shooter, com a nave no lado esquerdo e se movendo na vertical; e em formato circular, no qual o jogador se move na borda da circunferência em um ângulo próximo de 120º.

 

 

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A variedade das fases é aliada á variedade dos blocos que se deve destruir. São diversos tipos, desde os tradicionais que são destruídos com um toque da bola até outros que necessitam de diversos toques para se quebrarem. Alguns são explosivos, outros são como foguetes que são ativados quando tocados e criam bagunça ao sair batendo nos outros blocos e outros parecem ter vida própria, se deslocando sozinhos na direção da sua nave com a intenção de acertá-lo e tirar-lhe uma vida. Os blocos, assim como a bola, são afetados pela física de aspiração e sopro, então o jogador deve ter cuidado ao usar esses movimentos.

Ao destruir os blocos são liberados um de dois tipos de itens. O tipo mais simples são pequenos símbolos "S" estilizados como no logotipo do jogo. Ao absorver esses itens e acumulá-los, uma barra se enche e ela então pode ser usada como escudo (para evitar que um bloco acerte sua nave e lhe tire uma vida), estando completa ou não, ou usada como uma chuva de mísseis, que só pode ser usada caso a barra esteja 100% cheia. Esses mísseis destroem os blocos que atingem e são uma ótima forma de avançar rapidamente nas fases.

 

 

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O outro tipo de item liberado é o dos power-ups, e eles são de diversos tipos. Um fornece uma vida extra, outro deixa a bola mais manobrável, outro dobra a quantidade de símbolos "S" na tela, dentre outros. A vida extra, em especial, pode ser usada de uma forma diferente. O jogo permite usar cada vida extra como uma bola extra a ser usada num jogo. Você pode então ter múltiplas bolas na tela ao mesmo tempo, sacrificando sua vida, tornando o jogo mais difícil de controlar, mas potencializando seu poder de destruir blocos e de ganhar mais pontos.

Os gráficos são bons, usando um estilo minimalista que representa bem o ambiente futurista do jogo. O jogo por vezes utiliza cores mais vibrantes, como no modo Challenge, que possui imagens bem psicodélicas de fundo. O design da nave que o jogador controla é interessante, e é explicado pela "história" que o jogo possui. Os chefes também são interessantes e cada um é mais diferente que o outro. Cada chefe possui pontos fracos específicos e que devem ser explorados de formas diferentes, muitas vezes usando a mecânica de aspirar e soprar.

Todas essas características já fariam de Shatter um ótimo jogo, mas falta uma que o faz ser realmente excelente: sua trilha sonora. Shatter possui 13 músicas em sua trilha sonora, e elas são simplesmente fenomenais. Cada uma é mais bem elaborada e empolgante que a outra, e combinam perfeitamente, sem exceção, com o jogo. As músicas possuem uma base eletrônica com o acréscimo de guitarras e baixos. Faltam adjetivos para explicar o quanto as músicas são boas, por isso seguem exemplos de músicas de três mundos para o leitor ter uma idéia melhor do que se fala:

 

Freon World: http://www.youtube.com/watch?v=jTDy5uMOZ94

Granular Extractor: http://www.youtube.com/watch?v=euFi0PLtzv8

Amethyst Caverns: http://www.youtube.com/watch?v=RxdzTf9JOP8 (music video oficial)

O jogo valeria a pena ser jogado só pela trilha sonora, acredite. Felizmente a desenvolvedora do jogo, Sidhe, percebeu a jóia que tinha em suas mãos e organizou a trilha sonora e a disponibilizou para venda em altíssima qualidade nesse site: http://sidhe.bandcamp.com/ . Essa trilha é tão boa que o autor desse texto não hesita em dizer que ela é uma das melhores trilhas sonoras de qualquer jogo já lançado, e possivelmente pode ser a sua favorita de todos os tempos. Ela é tão boa assim.

 

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Contudo, Shatter não é perfeito. O jogo é um tanto curto, contando com apenas 10 mundos divididas em algumas fases, e pode ser terminado em pouco tempo. Após terminado, habilita-se um boss rush, no qual se enfrenta todos os chefes do jogo em sequência. Há um modo extra, no qual deve-se rebater três bolas em três fases diferentes para acumular pontos, sem vidas extras e sem poder usar os mecanismos de aspirar e soprar. É um extra muito simples e que não acrescenta muito à longevidade do jogo. Há leaderboards online, sendo essa a única forma de interação com outros jogadores. Não há multiplayer de forma alguma, e visto o que a Sidhe conseguiu fazer com o single player, é possível acreditar que ela poderia ter pensado em alguma forma de acrescentar multiplayer a Shatter.

Em Suma, Shatter é um grande jogo, estando definitivamente entre os melhores disponíveis na PSN. Sua jogabilidade simples mas com nuances complexas, sua trilha sonora fantástica e todo o pacote, no final, fazem com que Shatter seja obrigatório para qualquer dono de PS3. Mesmo possuindo apenas 10 mundos, esses podem ser repetidamente jogados buscando-se pontuações maiores, sem contar os troféus que o jogo oferece, e isso é feito ao som de uma trilha sonora muito animada, que nunca deixa o jogo ficar entediante. Shatter é altamente recomendado para qualquer um.

 

Veredito

94

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