Dark Rose Valkyrie

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A produtora Compile Heart é particularmente conhecida pelos seus RPGs produzidos com baixo orçamento, que consequentemente resultam em jogos com gráficos ruins, assets reutilizados, um desempenho apenas funcional, jogabilidade repetitiva, pacing ruim e personagens que, em primeira impressão, parecem genéricos. Dark Rose Valkyrie é produzido nesse mesmo molde de jogos da Compile Heart, o que significa que possui os mesmos problemas descritos acima e que também são comuns em outros jogos da produtora, como Fairy Fencer F e os da série Neptunia.

Esses problemas, principalmente os estéticos, acabam por afastar muitos jogadores logo em seu primeiro contato com algum título da produtora. No entanto, aqueles que conhecem e aceitam essas falhas também sabem que a Compile Heart é uma das poucas produtoras que toma riscos com seus jogos, trazendo novidades para o gênero RPG com resultados que podem variar do terrível ao ótimo. Dentro do molde Compile Heart de produção, Dark Rose Valkyrie é um dos melhores jogos até o momento e um RPG que certamente vale a pena ser jogado contanto que você saiba o que esperar dele.

O jogador acompanha a história pelo ponto de vista de Asahi Shiramine, comandante novato da Força Especial Valquíria, um esquadrão recém-criado que utiliza armas experimentais para derrotar Chimeras. Chimeras são animais, insetos e seres humanos que foram infectados por um vírus de origem alienígena que os tornam muito mais fortes e violentos. O sistema Valquíria são as armas experimentais que, apesar de extremamente potentes, causam estresse mental severo em seus usuários, levando-os a desenvolverem um problema de dupla personalidade.

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Infelizmente para Shiramine, uma organização chamada Quo Vadis revela que conseguiu controlar o vírus Chimera e seus membros se tornaram uma espécie de “raça superior”, fazendo com que Shiramine passe a ser responsável por investigar essa organização enquanto também deve lidar com múltiplos ataques de Chimeras.

A Força Especial Valquíria, comandada por Shiramine, é composta por cinco mulheres (Ai, Luna, Yue, Amal e Coo) e dois homens (Kazuki e Kengo) e um dos pontos mais impressionantes do jogo é a escrita que torna todos os personagens interessantes. Cada um tem suas crenças, problemas pessoais, hábitos e mais que são gradativamente e, mais importante, naturalmente apresentados por meio de conversas, sendo que o jogador tem a opção de escolher as respostas de Shiramine nos diálogos com sua equipe. Felizmente, as conversas são, em grande parte, interessantes, abrangendo uma grande variedade de assuntos e, mais impressionantemente ainda, Shiramine é um protagonista inteligente e com boas capacidades interpessoais, o que ajuda a tornar todo diálogo do jogo interessante.

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Conhecer seus companheiros de equipe é um dos pontos mais importantes, pois existe um traidor dentro da sua equipe. Parte da premissa de Dark Rose Valkyrie é que um ou vários de seus membros faz parte da organização Quo Vadis e cabe ao comandante descobrir o(s) membro(s) infiltrado(s). A premissa é interessante porque não há como descobrir se o traidor faz isso de maneira consciente, ou se foi infectado pelo vírus Chimera, ou se a traição é um produto de sua personalidade dupla. De tempos em tempos, Shiramine faz uma entrevista com os membros da equipe e deve tentar descobrir quem está mentindo para tentar cercar o(a) traidor(a).

A entrevista consiste em recolher testemunhos e encontrar contradições para descobrir quem está mentindo. Lembra um pouco a série Phoenix Wright, no entanto, o número de perguntas é limitado pela confiança da sua equipe e, às vezes, é possível terminar as entrevistas sem informação suficiente para apontar quem é o mentiroso. Uma das soluções seria simplesmente reiniciar o jogo e refazer a entrevista, mas há múltiplas entrevistas diferentes para prevenir que jogadores façam isso. Isso também afeta um pouco sua qualidade, sendo que, em algumas entrevistas, as contradições são lógicas, enquanto que em outras são saltos lógicos bem exagerados.

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Infelizmente, as entrevistas não afetam a história de maneira drástica. Os eventos principais são pré-definidos, portanto, isso acaba minando um pouco da proposta inicial de que qualquer um poderia se tornar um traidor. Fazendo uma pesquisa sobre a versão japonesa, os requerimentos para o final verdadeiro estão atrelados à confiança de sua equipe e uma das formas de se aumentar a confiança é pelas entrevistas.

Quando não se está focado na história, o jogador estará explorando os diferentes mapas e batalhando as Chimera em missões obrigatórias e opcionais. O mapa principal do jogo é enorme e separa suas diferentes dungeons, sendo bastante confuso de ser navegado, mas faz seu papel em dividir as diferentes regiões e liberar o acesso as estas gradativamente, conforme se avança na história principal. Cada dungeon tem múltiplas áreas a serem exploradas e uma ambientação diferente, o que restringe um pouco o reuso abusivo de assets.

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O combate é um sistema por turnos combinado com elementos de tempo real (Grandia, no PSX, tem um sistema de batalha semelhante) onde cada personagem tem seu turno para escolher sua próxima ação, no entanto, a execução da mesma ocorre em tempo real. É um sistema diferente do ATB visto em Final Fantasy (ou da maioria dos RPGs), já que a execução de cada comando pode interromper turnos, criar combos e mais. Essencialmente, o fator “tempo” dos ataques se torna uma peça muito mais importante na estratégia geral de combate.

Existem inúmeras mecânicas de combate, fazendo com que o jogo seja excessivamente complexo. Ataques, habilidades, magias, transformações, ataques especiais em equipe, formações, customização de equipamentos e muito mais ajudam a criar um sistema de combate que é profundo, mas que também requer bastante dedicação do jogador na administração de suas várias mecânicas.

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O combate é bastante repetitivo no decorrer da jornada e isso certamente irá cansar alguns jogadores, mas seu maior problema é o balanceamento. A grande maioria de minhas batalhas foi do fácil para então, de repente, encontrar enormes picos de dificuldade em alguns dos chefes do jogo. Batalhas contra múltiplos inimigos são muito mais difíceis devido a como as características do tempo real funcionam. Devido ao excesso de sistemas, o balanceamento deve ter se tornado uma tarefa muito difícil a ponto do jogo só ter as dificuldades fácil, difícil e muito difícil.

Veredito

Dentro do molde dos títulos da Compile Heart, Black Rose Valkyrie é um de seus melhores RPGs e é um jogo agradável contanto que se aceite as falhas comuns da produtora e se mantenha expectativas realistas sobre ele. O jogo pena em utilizar o potencial completo de muitos de seus sistemas e premissas, no entanto, seus personagens e trama são os destaques que devem atrair jogadores para sua jornada. 

Jogo analisado com código fornecido pela Idea Factory Internacional.

Veredito

80

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Within Compile Heart frame, Black Rose Valkyrie is one of their best RPGs and a good title if you can accept their classic shortcomings and keep expectations in check. The game fails to use the full potential of its systems and premises, however, the characters and plot are the strong points that will keep players engaged in its journey.

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Within Compile Heart frame, Black Rose Valkyrie is one of their best RPGs and a good title if you can accept their classic shortcomings and keep expectations in check. The game fails to use the full potential of its systems and premises, however, the characters and plot are the strong points that will keep players engaged in its journey.

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