Análise – Xenon Racer

Xenon Racer é um jogo de corrida futurístico sendo que sua principal mecânica de jogabilidade é bastante simples e comum no gênero. Devido ao desenvolvimento de uma nova tecnologia, carros de corrida agora podem acumular energia ao realizar derrapagens e esta energia é utilizada em turbos que deixam os carros temporariamente mais velozes.

A idéia de um jogo de corrida focar na concatenação de derrapagens e turbos não é nova, mas o que difere todos os títulos de seus demais pares é a execução. Xenon Racer, felizmente, tem essa mecânica muito bem construída, sendo possível derrapar e controlar seu veículo mesmo nas velocidades mais altas. É algo que necessita de prática do jogador e encontrar um veículo apropriado, mas o fato disso ser possível já é um grande positivo.

As pistas são, usualmente, ambientes urbanos localizados em diferentes países e em sua grande maioria são adequadas para a principal mecânica de Xenon Racer que são as derrapagens e os turbos. Cada pista tem uma variedade de diferentes curvas e que logo dão espaço para o uso dos turbos e, quando este quase termina, logo existe uma outra curva para tentar carregá-lo novamente. É possível acumular até três cargas do turbo seja pelas derrapagens ou passando por painéis especiais nas pistas, portanto, também é possível completar voltas utilizando o turbo em quase todos os momentos.

Infelizmente, existem algumas pistas e algumas partes que atrapalham ou dificultam bastante a concatenação entre derrapagens e turbos seja por causa de elevações ou simplesmente um número muito grande de curvas. Uma das pistas, por exemplo, é formada principalmente por curvas, dando amplas oportunidades para carregar o turbo, mas não para utilizá-lo de maneira apropriada.

De fato, os maiores problemas de Xenon Racer estão em detalhes que, quando acumulados, acabam afetando a experiência como um todo. Existem vários veículos e estes podem ser customizados visualmente e com peças que alteram sua velocidade máxima, aceleração, manuseabilidade, entre outros. Esse seria um ótimo elemento se a interface do usuário não fosse péssima.

A campanha é dividida em etapas e, ao conquistar alguma, o jogador recebe peças e/ou veículos, porém nunca é bem comunicado quais peças foram recebidas e para qual veículo. Mesmo enquanto se seleciona as peças, é difícil saber quais você possuí e quais você ainda tem que obter. Consequentemente, minhas experimentações com os diferentes veículos e suas peças foi mínimo justamente para evitar de lidar com a interface.

A inteligência artificial dos oponentes e, por consequência, a dificuldade geral do jogo também precisam de ajustes sendo que estas variam entre o muito fácil e o virtualmente impossível. Logo no início de uma corrida, é comum um ou dois oponentes se afastarem consideravelmente dos demais e cabe ao último lugar, o jogador, fechar essa diferença inicial. O piloto líder, no entanto, tem suas habilidades batizadas por Schrödinger, pois enquanto ele não é observado ele parece um piloto digno da fórmula 1 e quando se está perto você observa erros amadores de direção. Isso causa problemas com o próprio aprendizado do jogador, pois será uma experiência frustrante no início devido à dificuldade injusta e tedioso quando se tiver dominado melhor as derrapagens e turbos.

Além da campanha e seus eventos, o jogo ainda conta com modo para dois jogadores, time attack e o modo online que já se encontra vazio. Nas corridas que participei contra outros jogadores não houve nenhum lag perceptível até porque não existe interação entre os jogadores. É possível ver aonde os demais pilotos estão, mas não existe contato entre os carros, fazendo com que o modo online seja, essencialmente, um time attack multiplayer.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Soedesco.