Worldless – Review

Facebook
Twitter
WhatsApp

“Worldless se passa em um universo recém-nascido baseado em entidades presas num conflito eterno pela natureza polarizadora de suas atrações. Essas interações podem resultar em uma troca de suas polaridades, mas esse processo é muito instável, e quem sabe que novos resultados podem advir dele…”

Essa é a sinopse oficial de Worldless, jogo de estreia da Noname Studios, lançado em 21 de novembro para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series, Switch e PC pela Coatsink. Soa como algo lindo e inteligente, e talvez de fato seja, mas infelizmente não é algo que deixa claro o que está se passando no universo do game.

Worldless

Worldless é um jogo bastante abstrato, cuja falta de maiores diálogos e explicações durante sua jornada faz com que você siga por algum caminho não por entender o que está acontecendo, mas porque saber que precisa ir por determinado lugar para chegar a algum destino. Seu forte acaba não sendo a história, mas sim a beleza visual e os desafios.

Vamos falar sobre a beleza, então. Os desenvolvedores usaram e abusaram de cores e luzes, e fizeram isso muito bem. Cada “mundo” em Worldless tem sua cor predominante (a que vai estar no fundo), e cada um dos personagens controlados possui uma cor também (azul e laranja). O mapa lembra lindas constelações, que vão se acendendo e se revelando conforme você vai descobrindo e derrotando novos inimigos.

Worldless

As lutas contra os inimigos são baseadas em turnos. Você terá uma barra de saúde e outra de tempo de turno. Durante sua aventura será possível aprimorar ambas, sendo assim capaz de sofrer mais dano antes de ser derrotado, e podendo atacar por mais tempo durante seu turno. Em caso de derrota, você jamais morrerá; ao invés disso, será jogado para fora da batalha (literalmente), e poderá iniciá-la novamente quantas vezes quiser até conseguir uma vitória.

A maioria dos inimigos, apenas com algumas exceções, poderão ser derrotados de duas formas: perdendo toda a vida ou sendo absorvidos. No primeiro caso, um totem deles permanecerá no lugar da batalha, podendo ser repetida, a qualquer momento. Em caso de absorção, você irá adquirir um orbe azul ou uma pedra laranja em forma de losango, que poderão ser trocados por novos poderes na extensa árvore de habilidades. Uma vez absorvidos, os totens desaparecem do local.

Worldless

O grande ponto negativo de Worldless é a falta de explicações. Além da história ser abstrata ao extremo, muitas coisas práticas de jogabilidade não são explicadas. Alguns movimentos e habilidades eu precisei descobrir sozinho, e isso atrasou muito a minha jornada, já que se eu tivesse sabido dessas coisas antes, não teria perdido tanto tempo em certas partes. Algumas técnicas, por exemplo, só podem ser usadas depois de “preparadas”. Isso significa que, no meio da batalha, é necessário uma luz aparecer no personagem, simbolizando que já é possível utilizá-las. São sempre golpes poderosos que podem fazer toda a diferença contra inimigos fortes.

Uma coisa que pode causar frustração é que muitas batalhas dependem de um ou alguns momentos cruciais, em que o timing será essencial. Caso você não consiga bloquear ou se esquivar de um ataque no milésimo de segundo correto, todo o seu esforço até aquele momento específico na batalha vai por agua abaixo. É um jogo que pode ser considerado difícil, e muitas vezes a mesma coisa precisará ser tentada de novo, e de novo, e de novo. Em alguns casos, porém, uma vez que você entenda como os inimigos funcionam (e cada um é bastante diferente dos outros), o nível de dificuldade dos desafios fica mais suave.

Worldless

Em Worldless, outro ponto bastante explorado pelos desenvolvedores foi o backtracking. Há inúmeros momentos em que você está seguindo por um caminho, mas logo percebe que não vai conseguir continuar, pelo menos não por enquanto, seja porque o inimigo bloqueando o caminho é forte demais, ou porque você ainda não tem alguma habilidade necessária. Sendo assim, a exploração é sempre interessante, porque você com certeza vai lembrar de algum lugar onde ficou preso antes, e se não lembrar, tem o mapa pra te auxiliar a encontrar partes não exploradas ainda.

Um momento chave é quando você passa a poder controlar o personagem laranja. Não só os golpes em batalha são diferentes, mas também habilidades de locomoção, possibilitando que cheguem em lugares diferentes (especialmente se combinadas, uma vez que é possível trocá-los praticamente a qualquer momento). O azul tem como base um impulso que pode dar na direção que quiser, enquanto o laranja tem pulo duplo. Além destes, outras habilidades úteis são adquiridas depois, liberando novos caminhos pelo mapa.

Worldless

De forma geral, Worldless é um jogo lindo e divertido de ser explorado, possibilitando a descoberta de novos locais a cada instante. Ele possui, contudo, um lado negativo, principalmente em relação à falta de melhores explicações e ao entendimento de algumas mecânicas. Recebi o jogo com algumas semanas de antecedência, e pude jogá-lo sem pressa. Tive uma boa experiência, principalmente por não precisar tentar de novo e de novo imediatamente depois de falhar tantas vezes no mesmo lugar. Recomendo o mesmo: jogar sem pressão e desfrutar do que o game oferece de forma despretensiosa.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Thunderful.

Veredito

Worldless destaca-se por sua estética visual vibrante e desafios estratégicos em batalhas por turnos. A abordagem abstrata da trama e a falta de explicações detalhadas podem ser frustrantes, requerendo descobertas por tentativa e erro. A experiência oferece momentos intensos, nas quais o timing preciso é crucial e que tornam o jogo desafiador. O backtracking incentiva a exploração e a resolução de desafios com novas habilidades, apesar de alguns elementos frustrantes em relação ao entendimento das mecânicas.

80

Worldless

Fabricante: Noname Studios

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Ação / Metroidvania

Distribuidora: Coatsink

Lançamento: 21/11/2023

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (sem Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Worldless stands out for its vibrant visual aesthetic and strategic challenges in turn-based battles. The abstract approach to the plot and the lack of detailed explanations can be frustrating, requiring discovery through trial and error. The experience offers intense moments, in which precise timing is crucial. Backtracking encourages exploration and solving challenges with new skills, despite some frustrating elements regarding understanding the mechanics.

[/lightweight-accordion]

Worldless stands out for its vibrant visual aesthetic and strategic challenges in turn-based battles. The abstract approach to the plot and the lack of detailed explanations can be frustrating, requiring discovery through trial and error. The experience offers intense moments, in which precise timing is crucial. Backtracking encourages exploration and solving challenges with new skills, despite some frustrating elements regarding understanding the mechanics.

Picture of Bruno Ribeiro

Bruno Ribeiro

Jornalista por formação, professor de inglês por ocupação (e por amor), e escritor já há mais de 20 anos, mas que só agora tomou vergonha na cara e resolveu se dedicar mais a essa área, publicando alguns trabalhos e escrevendo sobre jogos, uma de suas grandes paixões.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo