Way Down – Review

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O maior evento esportivo do mundo estava acontecendo naquele ano de 2010 na África do Sul e a maioria das pessoas estavam ansiosas frente à televisão para acompanhar as emoções do futebol em uma Copa do Mundo. A Espanha em particular estava se saindo muito bem com o 1×0 e deixava seu povo tão confiante para uma vitória que muitos estabelecimentos comerciais fecharam suas portas para assistir às competições. No entanto, nem todas as pessoas estavam tão interessadas no campeonato e, com a atenção do público voltada para a seleção, uma equipe inteligente aproveitava a oportunidade para fazer a maior ação de suas vidas: roubar o banco da Espanha.

O jogo Way Down traz uma proposta de ação que envolve o comando de diversos personagens e múltiplas tarefas para chegar às profundezas do subterrâneo da instituição financeira com o objetivo de fazer com que os personagens saiam milionários. A dinâmica entre os personagens bem como a ideia principal é interessante e utiliza de elementos de espionagem, disfarce, técnicas de hackeamento e muitos outros fatores que deixariam a aventura muito interessante se não fosse por problemas técnicos.

Toda a concepção do game é mal estruturada e foge dos padrões mais elementares do momento fazendo de Way Down uma experiência negativa, mas que tinha potencial para ser um jogo melhor. Desde os gráficos até fatores como design de personagens, quase todos os aspectos falham em entregar um jogo fluido e bem programado para que a proposta de roubar um banco fosse mais impactante.

Way Down

Em termos gráficos, Way Down não apresenta nenhum diferencial ou brilho próprio e conta com texturas borradas e baixa definição parecidos com jogos da sexta geração. A cena de abertura mostra uma arte interessante e bonita em que os personagens estão em um contraste entre o preto e o branco muito próximos dos visuais das HQs, o que prometia entregar gráficos satisfatórios ao longo da campanha. No entanto, a expectativa é quebrada com um visual falho que faz com que os jogadores questionem a qualidade do game como um todo.

Os cenários são interessantes por explorar vários pontos famosos da Espanha como o banco e o metrô, mas a transposição desses lugares para o universo digital ficou abaixo do que seria esperado com localidades mal exploradas e limitadas pelo jogo. As cores são opacas e deixam de mostrar toda a vivacidade dos lugares que poderiam ser bem representados com a utilização de um motor gráfico mais potente e de acordo com padrões atuais como muitas desenvolvedoras indies fazem.

Não há motivos que justifiquem um gráfico mal elaborado, com personagens de feição rígida e sem emoção com movimentação artificial muito distante das experiências de movimentação possíveis na atual geração. A baixa resolução e falta de qualidade gráfica faz com que o jogo perca o potencial de causar impacto e emoção no jogador que está tramando o assalto a um banco sendo que muito das localidades poderiam ser um atrativo a mais para gerar o clima esperado pelos produtores.

Way Down

Em conjunto com a experiência visual, estão os aspectos sonoros que são um pouco melhor trabalhados, mas não convencem muito por conta da dublagem mal encaixada e de uma trilha sonora que passa despercebida conforme as missões avançam. A composição musical de Way Down busca ser cativante dentro da proposta do assalto a um banco, porém a falta de alinhamento com os personagens e com os momentos de tensão deixa o game pouco expressivo e sem graça.

Existe um esforço no trabalho de áudio em entregar um jogo inteiramente dublado em que diversas personalidades assumem a narrativa como protagonistas. É possível perceber a intepretação nas vozes dos atores, mas a experiência como um todo não é convincente muito por conta das expressões faciais congeladas que não demonstram o potencial dos envolvidos na trama. Dessa forma, Way Down não é um jogo em que a parte auditiva esteja bem representada e bem trabalhada, pois muitos momentos que poderiam ser de grande impacto, principalmente nas missões de maior risco, não apresentam emoção e não parecem parte da experiência sonora que é tão importante para qualquer produção.

Tentar roubar um banco com base em estratégias e disfarces parece uma ideia muito interessante de imediato se o título trouxesse um conjunto de técnicas aprimoradas para destacar os objetivos que precisam ser cumpridos. Vale destacar que as ações que devem ser realizadas durante os atos são interessantes e bem pensadas, incluindo vários momentos de tensão e expectativa como se esconder em lugares específicos, se passar por uma especialista em quadros, estudar a planta para reconhecer pontos de fraqueza da construção. Mas tudo isso perde muito da essência ao estar ligado a comandos mal executados que não correspondem à proposta pensada.

Way Down

Os personagens são lentos, caminham de forma desengonçada e com pouca naturalidade. Além disso, não há um botão para correr, o que faz muito falta no layout do controle visto que muitas das missões possuem tempo para serem completadas. Ter uma variedade maior de comandos seria interessante para expressar mais versatilidade e coerência na ideia de praticar um ato como o de um assalto. Outro ponto negativo é que todos os personagens possuem os mesmos controles apagando suas identidades e até mesmo o balanceamento do jogo, já que diferentes habilidades de acordo com o perfil poderiam ter sido exploradas para oferecer mais profundidade aos membros do time. Soma-se também aos problemas de jogabilidade os botões de ação que precisam ser executados para da continuidade à campanha, porém tais comandos são falhos e podem não aparecer no momento ideal causando confusão no jogador.

Portanto, é possível afirmar que Way Down é uma boa ideia com má execução e pobre em diversão por entregar uma experiência de gameplay falha em muitos sentidos. Os jogadores que buscam algo mais divertido e dinâmico não encontrarão nessa produção os elementos mais essenciais que definem um jogo como o equilíbrio entre os personagens e a execução de técnicas básicas como realizar uma ação para a progressão da campanha. O título inteiro foi pensado dentro de parâmetros que não se alinham com a realidade do momento e deixa muito a desejar no quesito diversão fazendo com que não crie a necessidade de retomar a aventura ao banco da Espanha.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment España.

Veredito

Way Down é jogo de ação e puzzle que tem como tema central o assalto ao bando da Espanha em uma proposta que poderia ser divertida e dinâmica se não fosse pelas falhas técnicas. Aspectos como gráficos, jogabilidade e experiência sonora que podem ser consideradas essência para um bom jogo estão mal executadas e atrapalham a progressão que entrega uma experiência falha e pouco estimulante.

40

Way Down

Fabricante: Gamera Nest

Plataforma: PS4

Gênero: Ação / Aventura

Distribuidora: Gamera Nest

Lançamento: 02/12/2021

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

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Way Down is an action-puzzle game whose central theme is the assault on the Spanish bank in a proposal that could be fun and dynamic if it weren’t for the technical flaws. Aspects such as graphics, gameplay and sound experience that can be considered essential for a good game are poorly executed and hinder the progression that delivers a flawed and unstimulating experience.

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Way Down is an action-puzzle game whose central theme is the assault on the Spanish bank in a proposal that could be fun and dynamic if it weren’t for the technical flaws. Aspects such as graphics, gameplay and sound experience that can be considered essential for a good game are poorly executed and hinder the progression that delivers a flawed and unstimulating experience.

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Renan Gaudencio Vale

Linguista, publicitário professor, tradutor nas horas vagas e acima de tudo um gamer dedicado. Como fã da cultura pop e geek, acredito que os jogos eletrônicos sejam mais que diversão e sim uma representação muito particular no mundo. Jogador há quase 30 anos, entendo o vídeo game como uma experiência única que envolve narrativas profundas, personagens encantadores e um ligação pessoal que constrói um elo único com a emoção. Aprecio os grandes títulos e franquias famosas, mas nos últimos tempos, tenho me dedicado aos jogos indies com muito entusiasmo.

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