Sem dúvida alguma você já deve ter ouvido em algum momento de sua vida algo sobre “Frankenstein” e conhecer um pouco de sua história. Publicado em 1818 por Mary Shelley, considerado por alguns como um grande início do gênero de ficção científica, a obra traz um enredo voltado para o horror e o gótico, que conta a história do Dr. Victor Frankenstein que faz um grande experimento, onde cria um ser intitulado de A criatura. E sim, Frankenstein é o Dr. e não o monstro famoso do terror, como muitas pessoas pensam.
Como uma obra com mais de dois séculos de grande sucesso, diversas releituras, adaptações e reimaginações aconteceram durante todo esse tempo, passando por outros livros, pelo cinema, jogos, teatro, etc. The Wanderer: Frankenstein’s Creature é o novo jogo em parceria da La Belle Games, Hidden Trap e ARTE France, esta última que também atua como distribuidora, que deseja então contar a história do famoso monstro.
O título começa com o exato nascimento da criatura e gira em torno de um processo de autoconhecimento e também descobrimento do mundo. O que era a criatura? Por que os humanos possuem tanto medo dela? O que é o mundo? Qual o sentido de sua existência? Diversas perguntas existem para ela e vão sendo respondidas conforme você explora o mundo e faz algumas escolhas, o que também ajuda a moldar qual caráter e índole você acredita que a criatura tenha.
The Wanderer: Frankenstein’s Creature possui uma narração que o acompanha e ajuda a seguir com o jogo, que tende a ser bastante linear. Apesar de existirem pequenas escolhas de atitude, como salvar ou não algum animal, no geral você tem uma pequena sensação de walking simulator com uma narrativa lenta. Com a história divida em capítulos, em alguns momentos você sente que apenas está seguindo reto e torcendo para que essa parte termine.
Apesar dessa então linearidade, toda a história do jogo é muito bem contada, com uma narrativa coesa e que faz grande jus a obra de Mary Shelley. Como dito brevemente antes, os poucos momentos em que você tem opção de escolha podem impactar em algum ponto no andar de The Wanderer: Frankenstein’s Creature, inclusive no seu final em si.
Para além da parte narrativa, existem alguns pequenos “minigames” durante os capítulos, como diversas partes musicais onde você precisa aperta a tecla certa para fazer um ritmo, fazer atividades no campo ou algumas brincadeiras durante um festival. Tentativas para dar uma variada na jogabilidade, mas que acabam falhando por serem simples demais e sem muita graça, fazendo com que você não se importe muito com estes momentos em si.
A direção artística do jogo é muito boa. Como já devem ter percebido com as imagens durante essa texto, todo o desenho tem um estilo mais aquarelado, dando a impressão que o título é uma grande obra de arte. Ainda por cima, o uso de cores é muito bem pensado durante a narrativa para aumentar a imersão, com a utilização de branco e preto para dar a sensação de sentimentos sentidos pela criatura, a transformação do colorido em algumas áreas para mostrar a Criatura entendendo o significado do local e/ou objeto e também para apresentar a variação de algumas escolhas suas.
Para completar a imersão, a trilha sonora de The Wanderer: Frankenstein’s Creature também entrega todo o clima prometido. Aparece até uma tela ao iniciar o jogo dizendo que a experiência é melhor com fones de ouvido e eu realmente recomendo que se possível, os utilize. Tudo foi muito bem pensado para passar a sensação e o clima da narrativa.
O jogo não é muito longo, cerca de três horas mais ou menos. E com uma platina que só irá depender de você finalizar todos os capítulos (alguns só acontecem dependendo de sua escolha). Talvez não seja um produto final que divertir a todos, mas com certeza irá agradar todos os entusiastas do estilo ou fãs da obra original.
Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Hidden Trap.
Veredito
Mesmo deixando a desejar em diversos momentos em sua jogabilidade ou linearidade, The Wanderer: Frankenstein’s Creature traz uma linda experiência artística com uma excelente imersão sonora para contar a história de um dos monstros mais famosos da ficção.
The Wanderer: Frankenstein’s Creature brings a beautiful artistic experience with an excellent sound immersion to tell the story of one of the most famous monsters in fiction, even with a not so good gameplay and too much linearity.
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