The Saboteur

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Desenvolvido pela Pandemic Studio, às vésperas de ter a suas portas fechadas pela EA para contenção de gastos, The Saboteur é um jogo que acabou sendo um produto com diversas qualidades, mas que claramente foi influenciado pelo fechamento de seu estúdio criador. Não é um jogo ruim como um todo, mas claramente percebe-se que alguns aspectos e pontos positivos poderiam ter sido ainda melhor explorados, aumentando a sua qualidade.

Sean Devlin é um mecânico apaixonado por corridas que vivencia na pele a invasão da França pela Alemanha, durante a segunda guerra mundial. Esta sua paixão por carros acaba o levando a uma situação na qual o seu melhor amigo é assassinado em sua frente, o levando a se misturar com movimentos revoltosos contrários à invasão nazista, em busca de vingança. É uma história cheia de pontos positivos (como a boa contextualização com os elementos verídicos da segunda guerra) e negativos (como o apelo exagerado na questão da vingança de Devlin até o último instante) que se não vai ficar marcada como um dos enredos mais interessantes da história dos videogames, certamente não deixará de oferecer ao jogador grande dose de diversão e imersão.

 

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O tema do jogo parece levar automaticamente à certeza de que se trata de um first-person-shooter, mas é aí que entra a principal surpresa do título: o jogo é todo em terceira pessoa, com estilo sand-box (a la Grant Theft Auto), e com um "quê" de Assassin’s Creed, na escalada constantemente necessária de edifícios e casas, seja para cumprir objetivos, alcançar outros lugares ou se esconder dos inimigos. E esta surpresa é bastante positiva, pois a temática ainda não havia sido abordada neste estilo no mundo dos games. Sean deve cumprir diversas missões tanto ligadas ao enredo quanto paralelas, realizando atividades das mais variadas, que vão desde ataques a grupos de nazistas, passando por corridas automobilísticas e até a sabotagem de bases inimigas.

 

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Em tese, seria neste último aspecto que o título teria seu principal pilar. A sabotagem como um todo é bastante divertida, e tensa. Certamente você durante várias vezes vai se perceber desviando a rota de missões apenas para explodir tanques, torres e veículos. Esta destruição garante ao jogador valores em "Contrabando", que é a moeda do jogo. Com estes valores, o jogador pode comprar armas das mais variadas, bem como se encher de munição para as missões mais complicadas. Entretanto, o aspecto da sabotagem não é tão utilizado na história principal quanto poderia (o que só ajuda a evidenciar que o título parece ter sido acabado às pressas), se resumindo a algumas poucas missões que tem esta tarefa como objetivo.

The Saboteur apresenta um elemento de furtividade interessante, mesmo que nem sempre funcione como deve. Ao invadir bases nazistas, ou lugares suspeitos, o jogador pode atacar um soldado inimigo e se disfarçar como tal, para que, sem chamar atenção, possa ter mais sucesso. Entretanto, quase todas as ações chamam atenção dos soldados nazistas (pular cercas, correr, subir muros, se aproximar dos mesmos), que disparam apitos chamando a atenção de todo o exercito e criando um nível de alerta, de forma que na maior parte das missões vale mais a pena se armar até os dentes e partir para o tiroteio.

Como Sean é apaixonado por corridas, era de se esperar que houvesse foco nas mesmas. É uma boa adição, que ajuda bastante a variar a jogabilidade, mas que não funciona tão bem quanto deveria, em parte por causa dos circuitos no meio da cidade terem traçados estranhos e em parte por causa da previsibilidade/facilidade de vencer as mesmas (as corridas parecem orquestradas, com blocos oponentes programados para serem ultrapassados em momentos específicos).

 

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The Saboteur conta com um visual muito bom. Nas áreas totalmente dominadas e influenciadas pelo nazista, o visual é sempre preto-e-branco, tendo apenas destaques em vermelhos. E nas áreas nas quais os nazistas são menos influentes, os gráficos são coloridos. Este elemento ajuda a criar uma situação de tensão quando sabemos que estamos em áreas onde podemos ser identificados mais facilmente e atacados pelos inimigos, que ajuda ainda mais na imersão do jogo. Além de ser extremamente bonito e diferente do que estamos habituados. Infelizmente, os gráficos não são tão bem detalhados como poderiam, e existem algumas texturas em baixa resolução e quedas de frame-rate que embora não atrapalhem a experiência em geral, poderiam ter sido melhores trabalhados. Os design dos veículos é excelente, mas a falta de detalhamento na destruição dos mesmos também parece mostrar certa preguiça por parte da desenvolvedora.

O áudio é o clássico caso "bom e ruim". As músicas são ótimas e bem encaixadas nas situações, os efeitos sonoros são variados e bem aplicados, mas a dublagem é um tanto quanto canastrona, com sotaques exagerados e tentativas de piadas que dão até certa vergonha.

 

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The Saboteur vai garantir várias horas de jogabilidade em sua missão principal, mas uma vez acabada, provavelmente não haverá sentido em se jogar novamente. Entretanto, as missões paralelas que podem ser realizadas mesmo após o encerramento do jogo, ajudarão a garantir mais algumas horas de diversão, até que todos os objetivos tenham sido cumpridos. A adição de conteúdo adulto que pode ser explorado nas casas de shows (habilitar a nudez das "senhoras trabalhadoras" e assistir a shows de burlesco particulares com até três "moças") também pode fazer com que vários marmanjos se interessem pelo jogo.

O fato é que não estivesse a Pandemic às portas de ser fechada, o resultado poderia ter sido ainda melhor. O jogo oferece algumas boas idéias para variar o gênero, além de uma boa jogabilidade e da interessante solução de colorações diferenciadas para o ambiente. Mas é certo que o fechamento prematuro da Pandemic influenciou negativamente no polimento geral do título. O que não quer dizer que o título não mereça ser experimentado por todos os jogadores.

Veredito

79

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