Teardown – Review

A premissa de um jogo sandbox com a possibilidade de transitar livremente causando a destruição da maneira que achasse mais conveniente foi o que despertou meu interesse em Teardown. Com uma rotina cada vez mais corrida, um dos meus passatempos favoritos continua sendo ligar o console para esquecer um pouco dos problemas. Às vezes, confesso que mergulhar em um jogo focado em história, ou com uma gameplay que demanda um pouco mais de concentração, nem sempre é a melhor solução para encerrar um dia estressante.

Por isso, Teardown apareceu como uma boa opção para esses momentos onde tudo que mais desejava era desligar um pouco o cérebro e quebrar algumas coisas sem compromisso. Essa visão geral que eu tinha do jogo é exatamente onde encontrei seus melhores momentos, mesmo que, para isso, tenha sido necessário vencer alguns obstáculos de um modo campanha que limitam muitas de suas qualidades.

Teardown

Partindo do básico, Teardown é um jogo sandbox com elementos de puzzle ambientado em um mundo construído por gráficos no estilo voxel. Toda a composição de mapas é feita em blocos destrutíveis, o que confere ao jogador uma excelente sensação de liberdade ao transitar pelos cenários. Praticamente tudo que você vê pode ser destruído por meio das muitas ferramentas que o game oferece. Isso faz de Teardown um laboratório ilimitado para sua imaginação. Os gráficos voxel também são dignos de destaque, pois não apenas permitem que o jogo tenha uma estrutura completamente destrutível, mas também dão um toque especial à ambientação.

Além das muitas possibilidades de destruição, há que se destacar também a excelente mecânica de física em Teardown. Desde o controle de veículos e como eles interagem com os cenários, passando pela maneira com que a gravidade exerce influência nos elementos, até os efeitos de explosão e demolição, tudo funciona muito bem.

No modo campanha, incorporamos o papel de um agente de demolições que opera uma companhia que passa por um momento de crise. Com seu negócio à beira da falência, você se vê obrigado a aceitar um trabalho de origem suspeita, solicitando a demolição de uma propriedade particular. Ao completar essa missão, descobre que tal propriedade era parte de um patrimônio de preservação cultural. Curiosamente, um dia após essa missão, o que parecia ter sido um negócio de risco acaba resultando em mais ofertas de trabalho em sua caixa de mensagens. Isso coloca você no meio de uma série de missões de vingança, parte de uma rede de intrigas capaz de ameaçar a segurança de toda a cidade.

Teardown

As missões do modo campanha envolvem analisar o mapa para localizar os objetivos e, consequentemente, planejar a melhor rota de fuga para conseguir alcançar seu veículo dentro do tempo limite de 60 segundos. A maioria dessas missões terá objetivos protegidos por alarmes, então quando coletar o primeiro deles a sirene disparará e o tempo começará a contar. Não há limite de tempo para planejar sua rota antes de disparar o alarme, portanto a criatividade e o conhecimento dos mapas são fundamentais para conseguir concluir cada missão. O entendimento do mapa também é fundamental já que, por muitas vezes, destruir tudo pode não ser a melhor solução. Muitos elementos do cenário, como caixas, tubulações e veículos, podem servir como meio de acesso para um prédio bloqueado.

O jogo conta com uma boa variação de mapas, inclusive passando por diferentes estações do ano, mudanças climáticas, ciclos de dia e noite. Só que mesmo com essas alternativas, ao longo das mais de 30 missões da campanha, é inevitável que o game sofra com a falta de novidades. Muitas missões apenas mudam o posicionamento dos objetivos e a localização de seu veículo de fuga. Isso no início não chega a ser um problema, mas após voltar no mesmo mapa várias vezes, a campanha tende a se tornar entediante.

Teardown

Conforme progride pelo modo campanha, mais ferramentas serão liberadas de acordo com o ranking de seu personagem. Para subir de nível, é necessário coletar objetivos durante as missões, sendo que cada missão também oferece objetivos secundários para acelerar o processo caso seja de seu interesse. Algumas dessas ferramentas incluem uma marreta, um maçarico, armas de fogo, bombas, um spray para demarcar seu caminho pelo mapa, até um lança-foguetes. Muitas ferramentas podem ser melhoradas no seu escritório. Essas melhorias são obtidas com moedas do jogo, conseguidas ao encontrar itens de valor nos mapas. Portanto, também há um benefício para quem se dedicar a explorá-los.

Além das ferramentas, também é possível usar elementos do cenário para criar seus caminhos. Veículos, itens arremessáveis, tambores explosivos, há uma boa variedade de mecanismos para auxiliar no planejamento de sua rota. Porém, a destruição no modo campanha, de certa forma, também acaba sendo limitada. Para cada objeto destruído, existe o risco de causar um incêndio. Esse risco é medido por uma barra que, ao atingir seu limite máximo, fará com que o alarme dispare, dando início à contagem de 60 segundos. Esses focos de incêndio podem ser eliminados com um extintor, então é importante prestar atenção para utilizá-lo sempre que necessário. Diferentemente do alarme que é disparado ao coletar um objetivo, o alarme de incêndio causa uma mudança repentina na missão, colocando em risco todo o seu planejamento.

Teardown

Essa limitação de tempo para ambos os alarmes foi exatamente o que não me agradou no modo campanha. Felizmente, há uma função de salvar seu progresso na missão antes de ativar algum alarme ao coletar um objetivo, fazendo com que todo o seu planejamento não seja perdido caso não consiga escapar antes do tempo se esgotar. Uma vez tendo disparado o alarme, consultar o mapa não pausará o cronômetro. Então é extremamente necessário que você dedique parte do seu tempo não só planejando sua fuga, mas também memorizando a localização dos objetivos e as rotas. Tudo isso torna o modo campanha bastante desafiante. Claro que isso pode até ser um atrativo para quem gosta de jogos de puzzles e corridas contra o tempo, mas, no meu caso, acabou saindo um pouco daquela ideia inicial que eu tinha de Teardown ser um jogo descompromissado.

Para atrapalhar um pouco mais, alguns dos comandos no controle não foram bem adaptados. A função de pegar e movimentar objetos é confusa, bem como também não responde bem ao interagir para abrir portas. A troca de ferramentas também não é das melhores, por muitas vezes dificultando quando for necessário acessar uma ferramenta específica em uma situação de urgência. Aqui, fica evidente que uma melhor solução poderia ter sido desenvolvida para o acesso rápido às ferramentas, como, por exemplo, um menu radial.

Teardown

Apesar dessas restrições no modo campanha, o jogo muda consideravelmente no modo sandbox. É nele que Teardown alcança todo seu potencial. Nesse modo você pode transitar livremente pelos mapas, sem objetivos para serem cumpridos, apenas deixando sua criatividade fluir e causando a destruição como bem entender. Caso deseje seguir a progressão natural pelo jogo, será necessário vencer as missões no modo campanha para ter acesso a todo conteúdo do modo sandbox. Para quem não estiver disposto a isso, felizmente, a desenvolvedora deixou opções para contornar essa barreira. No menu de opções, é possível liberar todo o conteúdo do modo sandbox, ativar uma função de pular missões da campanha, é até aumentar ou diminuir o limite de tempo para escapar dos mapas.

Se quiser acrescentar um pouco mais de diversão ao jogo, é possível ativar alguns modificadores criados pela comunidade que foram trazidos pelos desenvolvedores para a versão de PS5.  Esses modificadores variam desde um cachorro para acompanhá-lo pelos mapas, para até um dos meus favoritos: o jetpack, que permite que você flutue pelo cenário enquanto detona os elementos lá de cima. Na lista de modificadores também estão disponíveis alguns cenários especiais criados pela comunidade, como a casa na Califórnia, um castelo e até uma estação espacial. Essa, sem dúvidas, é uma das melhores funções de Teardown, por isso é importante que a desenvolvedora mantenha o suporte aos mods sempre atualizado.

Teardown

Outra opção de jogo é o modo desafio, onde algumas missões específicas incluem destruir a maior quantidade de voxels dentro de um tempo limite, coletar baús sem ser capturado pelos helicópteros ou conseguir a maior quantidade de baús dentro do limite de 60 segundos. Essas missões são boas alternativas para os que buscam novas maneiras de colocar suas habilidades de destruição e fuga à prova.

Teardown oferece um universo de possibilidades de destruição, mesmo que sua experiência no modo campanha destoe um pouco da proposta de liberdade que parece querer passar. Ainda assim, Teardown pode ser uma boa opção para quem procura desafios em jogos de puzzle, ou apenas está interessado em causar o caos sem maiores compromissos.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Tuxedo Labs.

Veredito

Quando jogado apenas por diversão, Teardown é uma excelente experiência de destruição, com sua imaginação sendo o limite para criar as mais variadas situações. Infelizmente, parte disso é limitada a um modo campanha repetitivo e que pode se tornar frustrante em muitas ocasiões.

70

Teardown

Fabricante: Tuxedo Labs

Plataforma: PS5

Gênero: Sandbox / Puzzle

Distribuidora: Tuxedo Labs

Lançamento: 15/11/2023

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

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When played just for fun, Teardown is an excellent destruction experience, with your imagination being the limit to create the most varied situations. Unfortunately, part of this is limited by a repetitive campaign mode that can become frustrating on many occasions.

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