Tales of Zestiria

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Tales of Zestiria é um marco para a série “Tales of”, trazendo consigo várias novidades enquanto respeita as várias características tradicionais da série, tornando-se um misto entre o antigo e o novo. Surpreendentemente, a localização do título foi rápida e a Namco Bandai ainda foi além e criou versões para o PS4 e PC, sendo que essas sequer existem no Japão. É ótimo ver a série finalmente recebendo a atenção merecida, pois Zestiria é mais uma ótima adição ao catálogo de RPGs do PS4.

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Ao contrário dos “Tales of” mais recentes, a história em Zestiria é bastante simples e sem grandes reviravoltas. Trata-se de um confronto entre o bem e o mal, algo que relembra aos títulos mais antigos da série. A história foca em Sorey, um dos poucos seres humanos que ainda consegue se comunicar com os serafins e que deve derrotar o Lorde da Calamidade para pôr um fim à era do Caos. A história nunca desvia desse objetivo principal e todas as ações tomadas por Sorey e seu grupo serão para atingir esse objetivo. Isso pode parecer que tornaria Zestiria um jogo chato e previsível, mas o que irá engajar os jogadores será a jornada.

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As conversas descontraídas, os comentários, dilemas pessoais e o desenvolvimento de suas próprias histórias torna a jornada do grupo de Sorey bastante interessante, sendo gratificante conhecê-los cada vez melhor com cada cena. Zestiria ainda utiliza suas várias sidequests para contribuir ainda mais com a construção do mundo e até mesmo aprofundar a história de NPCs mais importantes à jornada.

Minha única reclamação em relação à história é devido à inconsistência de como ela é contada. Em alguns momentos, temos uma cutscene perfeitamente animada retratando momentos impactantes da jornada, enquanto que outros momentos também importantes possuem animações ruins que acabam por minar seu impacto. A escrita também tem seus momentos clichês e inconsistentes, algumas vezes colocando elementos na história para serem esquecidos em logo em sequência ou correndo para finalizar a história de outro personagem que mereceria muito mais atenção. 

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Em relação à jogabilidade, Zestiria traz consigo uma série de novidades. Os campos agora são bem grandes e mais bonitos do que os vistos nos jogos Xillia (menos genéricos também) e, pela primeira vez na série, agora as batalhas acontecem sem uma transição de tela. É bacana encostar em um inimigo e ver a batalha começar instantaneamente, mas isso acabou por criar um enorme problema: a câmera.

Em espaços pequenos, perto de portas, cantos de salas ou em qualquer situação que seja possível aplicar a lei de Murphy, a câmera irá encontrar a posição perfeita para que você não enxergue absolutamente nada. Isso é um problema recorrente em corredores e salas pequenas, que são bastante comuns nos calabouços opcionais do jogo.

Falando em calabouços, Zestiria tem os calabouços mais interessantes em muito tempo da série. Eles dão gosto de explorar e resolver seus quebra-cabeças, e as trilhas sonoras presentes neles também são excelentes. Só peço paciência com o calabouço da água que, de alguma forma, conseguiram criar algo que dá mais dor de cabeça que o infame templo da água de Zelda Ocarina of Time.

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O sistema de batalha relembra Graces f, considerado o melhor sistema de batalha da série por muitos dos fãs.  Assim como em Graces f, todos os ataques são artes (golpes especiais), alterando apenas suas características e a forma de como podem funcionar em um combo. A melhor estratégia possível será sempre utilizar artes que ataquem a fraqueza elemental ou racial do inimigo e assim estender os combos o máximo possível.

O sistema de batalha é rápido, divertido, desafiador e complexo, então as batalhas dificilmente se tornam tediosas. Há vários outros sistemas presentes na batalha, como transformações, ações de batalha, estratégias customizáveis… são tantos que tornaria essa análise extremamente longa se fosse explicar todos.

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Um sistema que merece uma explicação pouco mais detalhada é o de equipamentos, sendo que cada peça possui suas próprias habilidades e, dependendo de quais equipamentos são utilizados, é possível ativar outras habilidades bônus. O jogo passa bastante tempo explicando (e relembrando) todos os sistemas, pois são bastante complexos. Complexos demais inclusive.

Com todos esses sistemas, nem todos se integram bem e acabam por tornarem-se problemáticos em um ótimo conjunto. O sistema de equipamentos, por exemplo, é desnecessariamente complicado, pois é difícil definir qual o melhor conjunto de equipamentos e, uma vez definido, você dificilmente irá encontrar outro melhor por um longo tempo. É problemático forçar o jogador a gastar um bom tempo planejando um novo conjunto para ter ganhos muitas vezes superficiais.  

Outro exemplo pertinente é o funcionamento da guarda dos inimigos. É possível que um inimigo se defenda de seus ataques enquanto leva golpes, enquanto dá golpes, enquanto se move e a qualquer outro momento que o jogo achar conveniente. São pequenos problemas, mas incomodam.

Uma vantagem da geração atual de consoles é que a batalha, e o jogo em si, dificilmente sofrem com problemas de desempenho, algo comum na versão de PS3. A versão de PS3 é completamente jogável, mas tem problemas mais sérios, como pop-up de objetos na tela e, principalmente, com a queda na taxa de quadros por segundo.

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Para minha surpresa, Zestiria é o primeiro “Tales of” com a opção de legendas do nosso português e, ainda mais surpreendente, a localização é muito boa. O jogo conta com áudio em inglês e japonês e as legendas em português foram perfeitamente adaptadas do roteiro em inglês do jogo.  Salvo um erro ou outro e alguns termos remanescentes do português de Portugal, as legendas são excelentes e espero que continuem com o ótimo trabalho em futuros títulos da série.

Veredito

Zestiria tem alguns pequenos defeitos que acabam por atrapalhar a experiência como um todo, mas ainda é um ótimo RPG. A jornada de Sorey é interessante e há bastante conteúdo para ocupar jogadores por um considerável tempo. O combate, apesar dos problemas citados, ainda é ótimo e possivelmente um dos melhores disponíveis na biblioteca do PS4. Nesse final de ano, Zestiria é possivelmente um dos melhores títulos no meio de tantos grandes lançamentos. 

Jogo analisado com cópia digital fornecida pela Bandai Namco

Veredito

80

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