Super Mega Baseball 4 – Review

Se há uma linha comum entre todas as vezes em que eu tive a oportunidade de falar sobre a série Super Mega Baseball anteriormente é que há e sempre deverá existir espaço para uma franquia de jogos de esporte mais voltada para o gameplay simples e divertido abraçando os absurdos do esporte, sem a grande necessidade de se prender ao realismo que pauta a grande maioria dos jogos do gênero.

Então, quando a Metalhead Software anunciou a parceria com ninguém mais, ninguém menos do que a EA para o lançamento de Super Mega Baseball 4, a curiosidade sobre o que eles seriam capazes de fazer agora com uma grande publisher por trás da sua notória criatividade se mostrou imperativo. E, bem, se a franquia já vinha dando grandes pulos de um jogo para o outro, SMB4 é um “glow up” digno da nossa fase na qual ela agora se vê.

Em seu cerne, SMB ainda é o mesmo jogo de baseball no estilo arcade, mais preocupado em partidas rápidas e divertidas do que os detalhados e muitas vezes longos duelos visto no MLB The Show, por exemplo. Isso não quer dizer que o jogo seja raso ou bobo, visto que ainda há uma surpreendente profundidade por trás do visual cartunesco e animações exageradas.

Com o claro aumento do orçamento vieram algumas importantes novidades, muito mais notórias nos aspectos visuais e de licenças do que no gameplay em si. A grande novidade para esta nova edição é a inclusão de lendas do baseball ao até então totalmente fictício elenco de personagens da série.

São mais de 240 lendas do esporte adicionadas aqui, indo de nomes icônicos como Babe Ruth, Willie Mays, David Ortiz e Vladimir Guerrero à nomes um pouco mais obscuros mas ainda importantes para a história do esporte como Bartolo Colon e Billy Wagner. E, diferente de outros jogos, elas foram muito bem integradas aos diferentes modos de jogo que a franquia já se habituou em trazer.

Embora SMB4 deixe um pouco a desejar em adições de modos (não há nenhuma grande novidade nesse sentido), as Lendas agora estão distribuídas em oito times diferentes, os quais podem ser livremente usados em uma liga própria em diferentes modos como Franchise e Season (ou integrados a elas através do sistema de Free Agents). Além disso, através do Shuffle Draft, é também possível integrar esses jogadores às suas Online Leagues.

Até mesmo no modo mais competitivo online, o Pennant Race, as lendas foram integradas de forma bem interessante, visando sempre a competitividade entre os jogadores. A cada semana, 04 jogadores de cada time são substituídos por 04 Lendas, com a qualidade dos jogadores sendo proporcionais a classificação do time, de forma bem similar ao draft, com os piores times recebendo os melhores jogadores.

Outro ponto no qual o jogo foi bastante enriquecido foi na sua apresentação visual. Não que os jogos anteriores fossem feios, mas houve uma gigantesca melhoria em todos os aspectos do jogo. Os menus se tornaram muito mais bonitos e organizados, algo especialmente vantajoso em modos como o Franchise. Ainda há o mesmo “feeling” de outros jogos da série, mas com uma nova “camada de tinta” por cima.

E isso se demonstra mais claramente na ação dentro do diamante. Os modelos de personagens ainda usam o mesmo estilo exagerado e cartunesco para representar os jogadores, mas com modelos de qualidade muito superior aos jogos anteriores. A adição das lendas ajuda muito a acentuar esse ponto, visto que é muito mais fácil comparar a qualidade delas em contraste ao visual real das lendas.

Os próprios estádios foram melhorados, assim como os efeitos visuais causados pelas rebatidas, a movimentação dos personagens e até mesmo a narração agora passam uma sensação de serem mais dinâmicas, ainda que, no fim das contas, como em todo jogo de esporte, rapidamente caia nas armadilhas de repetição sem fim.

Embora os nossos testes tenham sido limitados por questões de população nos servidores, nas poucas partidas que conseguimos jogar foi possível perceber uma maior estabilidade e responsividade nas partidas. Novamente, não que isso fosse propriamente um problema antes, mas são pequenas coisas que vão sendo melhoradas tanto pela maior experiência da desenvolvedora quanto pelo know-how que agora está por trás dela.

Você pode perceber, no entanto, que até aqui não foi dito muita coisa sobre o gameplay do jogo e isso é por uma razão: ele é basicamente o mesmo do que foi visto em Super Mega Baseball 3. Com toda sinceridade, se não fossem as lendas e os claros upgrades visuais, você poderia me dar o controle nas mãos e eu facilmente acreditaria estar jogando só uma versão atualizada de SMB3 e não uma completa sequência.

É claro, isso se dá por uma razão muito clara: o gameplay da série já vinha muito bem equilibrado e seguro de si, entregando exatamente o misto de arcade e profundidade que a desenvolvedora sempre deixou claro buscar. Embora mais ágil e com esquemas de controle mais diretos e simplificados (você basicamente escolhe entre usar os botões ou o analógico direito), SMB4 não deixa a desejar em comparação ao simulador mais famoso do esporte.

A desenvolvedora mexeu em alguns elementos desejados pelos fãs, como a expansão do sistema de Traits, agora incluindo um elemento de Team Chemistry, que acaba afetando bastante campanhas mais longas em modos como o Franchise, além da expansão do sistema de cross-play do jogo para incluir múltiplas gerações, mas nada imensamente revolucionário.

Isso quer dizer que Super Mega Baseball 4 falha em sua missão de acertar um home run? Claramente não. Embora possa não ser ainda um completo Grand Slam, ainda se trata de um acerto vitorioso e que deverá tanto agradar aos fãs de longa data da série, como trazer novos jogadores para aquela que é claramente a sua melhor versão até aqui. Então, se você é fã do esporte, pegue a sua luva e aqui encontrará um diamante virtual com muita diversão.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Electronic Arts.