Star Wars: Bounty Hunter – Review

Star Wars Bounty Hunter foi originalmente lançado em 2002 para consoles PlayStation 2 e Nintendo GameCube. Anos depois, entrou na leva de games remasterizados com o selo PS2 Classics, mas foi somente agora, em pleno 2024, que o título passou a ser acessível para todos os consoles com a remasterização realizada pela experiente Aspyr. A empresa vem fazendo um trabalho extremamente competente não só em restaurar clássicos como também torná-los acessíveis para uma grande parcela dos jogadores.

Bounty Hunter conta a história de como o caçador de recompensas Jango Fett veio a ser escolhido para se tornar o modelo dos soldados clones da república. O game funciona como uma espécie de prequela para o episódio II – Ataque dos Clones, passando-se logo após os eventos do Episódio I – A Ameaça Fantasma. Logo no começo somos introduzidos à organização criminosa Bando Gora. Temendo que a mesma atrapalhe seus planos, Darth Sidious ordena que seu aprendiz Tyranus elimine a líder do grupo, uma ex-Jedi chamada Komari Vosa. Ele também recebe a missão de encontrar o soldado perfeito para ser o modelo dos clones e decide colocar a cabeça de Komari a prêmio para, dessa forma, encontrar o caçador de recompensas ideal. Na pele de Jango Feet, exploraremos a galáxia em busca de informações sobre o paradeiro da ex-Jedi enquanto conhecemos um pouco mais do passado do mandaloriano.

É importante ressaltar que, mesmo sendo uma remasterização competente, o game não deixa de sofrer dos mesmos problemas de quando foi lançado. Sua estrutura é bastante simples, sendo composta por capítulos subdivididos em fases e apesar de contar com diferentes objetivos, a execução delas acaba sendo sempre a mesma.

Como já mencionado, no game controlamos Jango e como o bom e experiente mandaloriano que é, teremos à nossa disposição todo seu arsenal. Caso você tenha assistido The Mandalorian, imediatamente irá se familiarizar com os equipamentos. O caçador conta com pistolas, bombas, dardos venenosos, lança chamas, scanner e o famoso jet pack que traz uma falsa sensação de liberdade. Tal sensação vem a ser um dos grandes trunfos do game, mas também sua maldição. Durante os capítulos viajaremos para os mais diversos lugares da galáxia, incluindo a famosa Coruscant. Munidos do jet pack, passamos a ter não apenas a exploração horizontal, mas também a vertical, podendo voar para todos os cantos possíveis. Para a época esse detalhe enchia os olhos de qualquer fã da saga. Entretanto, por conta disso era normal se perder. Admito que enquanto jogava para essa análise, me perdi por diversas vezes nas fases e, talvez esteja ficando mal acostumada, mas senti falta de um mapa para me auxiliar.

Ainda falando sobre a gameplay, temos também o sistema de bounty hunting que consiste em utilizar o scanner presente no capacete para identificar possíveis procurados. Cabe ao jogador decidir como lidar com essa caçada, podendo entregá-lo vivo ou morto. O nível de detalhes é tão grande que temos à nossa disposição informações como raça, motivo de estar sendo procurado e o valor da recompensa. São detalhes que não afetam em nada nossas decisões, mas que colaboram muito para a imersão, uma marca recorrente em qualquer game da franquia. Se optarmos por entregá-lo vivo, cabe a nós prender o alvo com uma corda de aço presente no arsenal de Jango e, em seguida, realizar a entrega. Infelizmente, nos momentos de ação desenfreada procurar por essas bounties pode ser um tanto frustrante. E aqui entra mais um problema do título: inimigos sem fim. Durante as fases, mesmo eliminando todos os inimigos presentes no cenário, passado alguns segundos eles voltam a aparecer. Isso acaba prejudicando a diversão uma vez que atrapalha a exploração de um cenário ou até mesmo ocasiona a morte do personagem, pois os itens de cura não são suficientes e nem sempre dropam dos inimigos derrotados.

A remasterização de Bounty Hunter não se limita apenas a aspectos gráficos. O jogo apresenta texturas em alta definição e também conta com um novo layout nos controles permitindo que o jogador escolha entre o controle novo e o legado. Vale ressaltar que o novo mapeamento foi feito pensando nos padrões atuais do gênero e acaba sendo muito intuitivo e fácil de se acostumar. O game também conta com uma série de extras incluindo a HQ Open Seasons na integra e que se passa antes dos eventos do game, cards do jogo de TCG de Star Wars, artes conceituais e erros de gravação. Mesmo contando com diversas opções de idiomas, o português ficou de fora, portanto não espere por legendas em nosso idioma.

Mesmo se tratando de uma história do selo Legends, Star Wars Bounty Hunter traz uma narrativa digna da franquia e que agrega muito para a lore de Jango Fett. É interessante acompanhar como alguns elementos vieram a se tornar parte de seu legado, além de nos colocar na pele de um caçador de recompensas, fugindo do clichê de controlar um Jedi ou Sith. A trilha sonora dos filmes ajuda a ditar o ritmo das fases durante sequências de ação e exploração e sua gameplay mesmo apresentando falhas, é divertida e ao mesmo tempo simples. A remasterização de Bounty Hunter não só torna o título acessível para todas as gerações como contribui para a preservação de clássicos e, apesar de ser um título menos popular, tem tudo para agradar os fãs.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Aspyr Media.