Spirit Hunter: Death Mark II – Review

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Após Death Mark em 2018 e Spirit Hunter: NG em 2019, a desenvolvedora Experience decidiu continuar a franquia Spirit Hunter logo depois, mas precisava de apoio financeiro de seus fãs. Ainda no final de 2019, a campanha alcançou sua meta e a equipe poderia agora entrar em produção do próximo capítulo.

Alguns percalços sugiram no caminho, como a pandemia do Covid-19, o que atrasou o desenvolvimento e algumas datas foram adiadas, mas finalmente, ao final de 2022, foi lançado no Japão o terceiro capítulo da franquia, Spirit Hunter: Death Mark II. Só no início de 2024, porém, o jogo seria lançado no Ocidente, pela Aksys Games, a mesma empresa responsável pela localização dos outros dois jogos da série.

Spirit Hunter: Death Mark II é um caso curioso, vindo de uma empresa especializada em RPGs em primeira pessoa, que sempre lançou seus jogos sem muito feedback do público. A campanha de financiamento coletivo permitiu que a Experience se aventurasse com a jogabilidade, ainda que se prendesse em outros aspectos conhecidos.

A história se passa alguns meses após os acontecimentos do primeiro jogo, Death Mark. O jogador acompanha Kazuo Yashiki, o protagonista de Death Mark, agora conhecido como uma espécie de “doutor espiritual”, após sobreviver aos acontecimentos do primeiro jogo e derrotar os espíritos malignos que o assombrava e também assombrou outras pessoas da cidade.

Chamado pelo novo diretor de uma escola tradicional da cidade, Yashiki agora precisa desvendar o mistério por trás do “The Departed”, ou “O Finado”, um espírito que passou a assombrar a escolha e causar o desaparecimento de alunos, causando temor e inquietação entre o corpo estudantil.

Desta forma, cabe a Yashiki se colocar no centro dos acontecimentos, encarando de frente as assombrações e espíritos que amedrontam a escola, para chegar ao cerne do mistério e conseguir garantir que a escola volte a ser um ambiente seguro, tanto para os alunos como para seus professores.

Um ponto a se discutir é como Spirit Hunter: Death Mark II é uma espécie de sequência direta de Death Mark, ao mesmo tempo que é uma história a parte sem grandes vínculos aos acontecimentos do primeiro jogo. Não apenas o protagonista, como também praticamente todos os personagens do primeiro jogo retornam aqui, para ajudar Yashiki a desvendar o mistério da escola e derrotar os espíritos malignos.

Tendo jogado Death Mark em 2018, eu me lembrava muito vagamente de cada um desses personagens, mas não fez tanta diferença no final, já que Spirit Hunter: Death Mark II tenta se colocar como uma história a parte, apenas usando os personagens já estabelecidos para mover a história para a frente. Outros personagens são introduzidos, e estes sim trazem bastante novidade e frescor para a narrativa do jogo.

Nesse quesito, particularmente, acredito que seria muito mais benéfico trazer um elenco totalmente novo e desenvolver um jogo inédito, ao invés de fazer do terceiro jogo da franquia uma espécie de sequência do primeiro jogo. A impressão fica que jogar o primeiro jogo é indispensável, o que não é verdade, como também não faz nada muito importante com os rostos conhecidos.

A estrutura de Spirit Hunter: Death Mark II, dividido em capítulos, começa introduzindo o jogador ao novo cenário, que é a tradicional escola da cidade, com espíritos diferentes a cada capítulo, que trazem consigo pouco a pouco revelações por trás do “The Departed”, o grande responsável pelos acontecimentos e ataques supernaturais na região.

Outro ponto a ser comparado, já que Spirit Hunter: Death Mark II é uma sequência direta de Death Mark, é como a sequência se restringe e muito ao ambiente da escola. Há algumas situações que ocorrem fora, mas a grande maioria da exploração acontece dentro da escola, o que pode frustrar bastante o jogador que está acostumado com a variedade que os jogos anteriores apresentavam com seus cenários e espíritos.

A jogabilidade foi totalmente reconstruída, talvez esta sendo a maior novidade em comparação aos demais títulos. Ao invés da exploração e movimentação ocorrendo em primeira pessoa, uma boa parte de ambos os aspectos agora ocorre como “sidescrolling”, em que o jogador controla o protagonista se movimentando num plano 2D dentro da escola, andando por corredores, salas de aula e até laboratórios de ciência.

Quando esse aspecto foi revelado durante a campanha de financiamento coletivo, me passou pela cabeça que essa mudança talvez tivesse ocorrido para economia do orçamento, ou mesmo para facilitação do desenvolvimento, algo como a equipe escolhendo um caminho mais fácil para conseguir lançar o jogo sem comprometer orçamento ou tempo.

No final das contas, a mudança da jogabilidade talvez tenha sido a melhor parte deste terceiro capítulo, que ainda conta com algumas cenas em primeira pessoa, e grande parte da sua história contada como “visual novel”. Controlar Yashiki pela escola deu uma sensação de exploração mais fluida e aproveitaram para não jogar nas costas do jogador o combate nesse estilo, evitando que precise correr de espíritos ou confrontá-los nesse estilo.

A arte do jogo foi uma surpresa para quem jogou os dois primeiros jogos, que já não se acanhavam de mostrar cenas grotescas ou nojentas para o jogador. Certas imagens do jogo até me fizeram questionar como o jogo passou pela classificação etária e não foi barrado de certa forma, porque o “body horror” alcançou novos ares neste terceiro jogo. Pode se dizer que se é que houve alguma economia no jogo, não foi na arte.

A trilha sonora é bem feita, apesar de ter a impressão que algumas faixas foram recicladas de jogos anteriores, e a repetição de algumas delas durante o jogo chegou a causar incômodo depois de algumas horas. A dublagem, apenas em japonês, é inexistente, no máximo algumas frases durante todo o jogo. O suporte de idioma, também, existe apenas para o inglês americano.

Como grande fã e entusiasta da Experience, tendo jogado absolutamente todos os jogos que foram lançados no Ocidente, foi bom descobrir que a empresa continuaria desenvolvendo jogos na franquia Spirit Hunter e não se ateria apenas aos seus excelentes DRPGs.

Apesar de ter recorrido ao financiamento coletivo, o terceiro jogo chega agora ao mercado, fortalecendo uma franquia em um nicho interessante para a empresa, ainda que depois de 20 horas de jogo, a impressão que fica é que ele poderia ter ousado tanto quanto os dois primeiros títulos ousaram há cinco anos.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Aksys Games.

Veredito

Spirit Hunter: Death Mark II mantém viva uma franquia que conquistou um espaço relevante em seu nicho, inovando em alguns aspectos e mantendo outros que marcam a identidade desses jogos.

85

Spirit Hunter: Death Mark II

Fabricante: Experience

Plataforma: PS5

Gênero: Aventura / Visual Novel

Distribuidora: Aksys Games

Lançamento: 15/02/2024

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

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Spirit Hunter: Death Mark II keeps the franchise going, one that has conquered a relevant space in its niche, by innovating certain aspects, while keeping others that have branded the games’ identity.

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Spirit Hunter: Death Mark II keeps the franchise going, one that has conquered a relevant space in its niche, by innovating certain aspects, while keeping others that have branded the games’ identity.

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