Shadow of the Ninja: Reborn – Review

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Apesar do que o nome pode sugerir, a desenvolvedora Natsume Atari não tem a ver com a publicadora Natsume (se separaram décadas atrás) nem com a famosa Atari. Mesmo assim, é possível que você já tenha visto alguns dos jogos dela, especialmente nos anos recentes, em que o time chamado Tengo Project vem recriando alguns dos maiores nomes da empresa da época dos 8 e 16 bits.

São cult classics como Wild Guns: Reloaded, The Ninja Saviors: Return of the Warriors e Pocky & Rocky Reshrined. Agora, é a vez do renascimento de Shadow of the Ninja, lançado em 1990 para NES.

Shadow of the Ninja: Reborn

O tema de ninja assassino enfrentando uma distopia moderna/ futurista é bastante comum em videogames, alinhado com a ascensão do estilo cyberpunk nos anos de 1980 e 1990. Alguns dos principais exemplos são Ninja Gaiden, Strider, Cannon Dancer: Osman, Hagane: The Final Conflict, Shadow Warrior, Ghostrunner e até Metal Gear Solid, quando Raiden assume o protagonismo. Ah, não podemos esquecer das Tartarugas Ninja, é claro!

É exatamente isso que Shadow of the Ninja Reborn tem a oferecer: uma dupla de ninjas sorrateiros e poderosos que vão destruir um exército de demônios e robôs sob o comando do terrível imperador Garuda, que subjugou com mão de ferro a megalópole Eurásia. Não estamos aqui pela história, eu sei, mas a ambientação contribui muito para a atmosfera do jogo e esse remake cuida muito bem disso.

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Cabe mencionar um pequeno deslize: começar o jogo nos leva direto para o primeiro estágio, sem qualquer preâmbulo narrativo. Demorei para descobrir que existe uma cena de abertura, mas ela é ativada à moda antiga, esperando alguns segundos na tela principal, enquanto faria mais sentido que fosse uma cena “pulável” do início do New Game. Além disso, mantendo um certo espírito de época, não há qualquer tutorial in-game que ensine a jogar.

Calma, isso foi facilmente contornado com um simpático manual digital no menu de opções, que fala sobre a dupla de ninjas e ensina seus comandos e habilidades, embora eu tenha sentido falta de explicações sobre os equipamentos.

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Assim como nos remakes recentes da Natsume Atari, o visual de Reborn é de uma pixel art belíssima. À primeira vista, pode até parecer uma melhoria “de NES para SNES”, mas isso passa muito longe da verdade. Pensei em comparar com os Metal Slug de arcade, mas aqueles jogos foram feitos para telas antigas e não representam a suavidade dos pixels e das cores de Reborn. Ou seja, é um “falso retrô” que atende à nostalgia, mas que, na verdade, submete o passado à modernidade. Ainda bem.

Ah, mas então é o mesmo jogo com visual melhor? A resposta é mais “não” do que “sim”. O esqueleto do jogo original ainda está todo aqui, mas o corpo que o cobre é completamente diferente, e não falo apenas dos gráficos. É o mesmo que aconteceu com Pocky & Rocky Reshrined: os estágios são os mesmos, com segmentos e caminhos idênticos. No entanto, há muito mais inimigos em questão de tipos, quantidades e posicionamento e, no caso de Shadow of the Ninja, isso torna o original e o novo praticamente irreconhecíveis entre si.

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A movimentação imprecisa e pesada atrapalha em certos momentos frustrantes. Parte disso realmente é um defeito, mas a outra parte é apenas uma escolha intencional que visa conduzir a gameplay por uma abordagem cautelosa. Mesmo assim, a ênfase em movimento metódico pode não agradar a quem prefere mais agilidade.

Esta é uma aventura que foca na ação, mas não deixa a plataforma de lado, o que acho muito mais adequado a ninjas do que os estágios planos de The Ninja Saviors: Return of the Warriors, em que apenas andam para a direita enfrentando hordas de capangas. Nesse quesito, senti que Shadow of the Ninja Reborn tem movimento mais travado do que deveria, o que tira um pouco da agilidade e da precisão do controle. Por exemplo: ao correr e pular, o personagem para momentaneamente antes de efetuar o salto.

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Os ninjas não podem sair correndo por aí simplesmente fatiando inimigos. É necessário avançar com atenção e planejamento, aprendendo os ataques de cada tipo de oponente e esperando a hora certa de abatê-los. É um ritmo em que os movimentos pensados e intencionais são mais eficientes do que apenas contar com reflexos de combate.

Nesse ponto, Shadow of the Ninja Reborn também segue o padrão dos outros remakes da Natsume Atari: é um jogo difícil. Quando vi que seriam apenas seis estágios, pensei que seria curto, esquecendo que duração é algo relativo e a dificuldade é um fator importante para isso.

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Funciona assim: cada estágio é subdividido em fases menores, que também servem como checkpoints. A morte nos leva de volta ao começo da fase atual e aqui eu preciso abrir parênteses. Entrar no menu de pausa e sair para a tela principal não salva o progresso. A maneira apropriada de fazer isso é, ao morrer, escolher “Exit” em vez de “Continue”. Assim, ao retomar mais tarde, a pessoa estará no início da mesma fase em que deixou o jogo. Fim dos parênteses.

Dessa forma, é possível rejogar cada pequena fase repetidas vezes, aprendendo-a até passar à seguinte sem ter que retornar ao começo de tudo. Creiam-me, morri muito até passar do primeiro estágio, fase por fase. Após um tempo, porém, comecei a passar dele sem morrer nenhuma vez, o que foi uma mostra do aprendizado que está na intenção do jogo (os desenvolvedores são todos cinquentões que criam jogos desde o NES, incluindo o jogo no qual este se baseia). Cada estágio vencido é desbloqueado no modo Time Attack, que serve tanto para praticá-los quanto para colocar sua pontuação no ranking mundial.

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Há dois níveis de dificuldade: Normal e Hard, mas nenhum easy, pois o remake não quer que a pessoa vença a campanha de primeira em sua primeira hora. O nivel Hard aumenta a quantidade de inimigos e de projéteis que eles lançam, então, honestamente, essa brutalidade não é para mim. O Normal foi um desafio considerável, oscilando entre a frustração e a alegria da vitória.

Morrer traz uma penalidade: perdemos todos os itens que acumulamos na mochila. O sistema de equipamentos ninja é mais uma modernização do remake e faz toda a diferença. São mais de 50 tipos de equipamentos encontrados pelas fases e podemos carregar até sete ao mesmo tempo. Ao terminar um estágio ainda em posse de alguns deles, esses equipamentos são desbloqueados no inventário inicial e podem ser comprados para começar a próxima run com mais recursos, o que aumenta as chances de conseguir chegar mais longe na campanha.

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O dinheiro usado para as compras é coletado ao jogar e, felizmente, a carteira sempre é renovada com o valor da pontuação máxima já obtida nas tentativas anteriores, então o próprio jogo incentiva a gastar tudo sem penalidades. Infelizmente, as compras só são feitas ao começar do primeiro estágio e, como já dito, os itens são perdidos ao morrer, então essa mecânica não serve de ajuda para os momentos em que morremos repetidas vezes para tentar alcançar um estágio adiante. Em vez disso, há uma colher de chá menor: ao morrer muito, voltamos em posse de alguns itens menores. É pouco, mas ajuda.

Um problema nessa parte é o modo de seleção de item: segurar R1 e pressionar para o lado até marcar o que pretende, o que é inconveniente quando se está no meio da ação e  é preciso selecionar rapidamente um item de cura, por exemplo. Creio que o modelo de anel de seleção seria muito mais prático para a experiência.

Quando escolhi jogar Shadow of the Ninja Reborn, um dos grandes motivos foi pelo modo cooperativo para dois jogadores (quem já leu reviews minhas talvez saiba que gosto de jogar com meus filhos). Desta vez, a intenção foi frustrada. Bastou jogar sozinho por alguns minutos para entender que a dificuldade estava acima da habilidade deles. Pior ainda: ao tentar uma partida em dupla, percebi que o multiplayer é padronizado no nível Hard, sem poder optar pelo Normal.

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Em suma, Shadow of the Ninja Reborn é um bom jogo de plataforma de ação, com linda pixel art, um sistema de progressão difícil, movimentação menos ágil e responsiva do que o esperado e mecânica de seleção de itens pouco prática, mas que se mantém interessante devido ao bom uso dos diversos equipamentos e à variedade de inimigos. Pode ser recomendado para o nicho que gosta de rejogar fases até aprendê-las e dominá-las por completo, mas não posso dizer o mesmo a quem prefere uma campanha que possa ser experimentada de forma contínua e acessível.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela ININ Games.

Veredito

Shadow of the Ninja: Reborn é um bom remake que reinventa o jogo original com muita beleza, sem perder o espírito dos jogos de ninjas futuristas dos 8 e 16 bits. No entanto, isso também significa que os controles são rígidos e o nível de dificuldade pode ser um obstáculo para parte do público, tornando-o mais recomendado a quem gosta de rejogar as fases para aprender, gradualmente dominando o jogo até conseguir finalizar seus seis estágios.

70

Shadow of the Ninja: Reborn

Fabricante: Natsume Atari

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Ação / Plataforma / Arcade

Distribuidora: ININ Games

Lançamento: 29/08/2024

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Shadow of the Ninja: Reborn is a good remake that reinvents the original game beautifully, without losing the spirit of the 8 and 16-bit futuristic ninja games. However, this also means that the stiff controls and the difficulty level may be an obstacle for some gamers, making it more appealing for those who like to replay the levels to learn, gradually mastering the game until they can finish its six stages.

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Shadow of the Ninja: Reborn is a good remake that reinvents the original game beautifully, without losing the spirit of the 8 and 16-bit futuristic ninja games. However, this also means that the stiff controls and the difficulty level may be an obstacle for some gamers, making it more appealing for those who like to replay the levels to learn, gradually mastering the game until they can finish its six stages.

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