Rogue Company – Review

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Como analisar um jogo em constante processo de evolução? Esse é um dos principais dilemas trazidos pela constante evolução que o mercado tem passado, em especial com os atuais sistemas de jogos de serviços, acessos antecipados, lançamentos em fase de beta, passes de temporada e tudo o que vimos surgindo ao longo dos últimos anos.

Ao mesmo tempo, é inegável o sucesso desse modelo, não só com a concretização de Fortnite, Apex Legends e Call of Duty: Warzone como grandes fenômenos da indústria, mas com outros jogos de estúdios não tão conhecidos que vem galgando e fomentando o seu próprio nicho, ainda que talvez não recebam a atenção de grandes veículos de mídia.

Um estúdio que aos poucos foi consolidando a sua expertise em criar exatamente esse tipo de produto, com jogos mais acessíveis e focados no jogador, falando diretamente com eles, foi a Hi-Rez Studios, desenvolvedora conhecida por sucessos bem conhecidos no Brasil como Paladins e Smite, que agora lança o seu próprio jogo de tiro tático em equipe na forma de Rogue Company.

Rogue Company

Tentar descrever Rogue Company é quase impossível sem cair nas óbvias comparações. Desde o começo, é bem óbvio que o jogo é bastante inspirado por dois dos maiores sucessos do mundo em Counter-Strike: Global Offensive e Valorant, pegando várias das ideias implantadas naqueles jogos e trazendo-as para um ambiente um pouco diferente.

Na sua essência, Rogue Company segue a mesma ideia de shooter em que os jogadores escolhem um personagem dentro de uma vasta seleção de heróis, cada qual com suas habilidades, para participar de batalhas em equipe, que aqui são de 4 contra 4, buscando completar determinados objetivos.

Entretanto, apesar das semelhanças com jogos mais famosos, Rogue Company alguns detalhes básicos dentro da sua fórmula que acabam dando bastante personalidade a ele. O primeiro e mais notório é a sua mudança de perspectiva, abandonando a visão em primeira pessoa por uma perspectiva em terceira pessoa raramente visto em jogos de tiro competitivos.

Rogue Company

Essa mudança na câmera te permite não só ter um campo de visão mais amplo sobre o combate que está acontecendo ao seu redor e ter uma percepção mais apurada do funcionamento das habilidades do seu personagem, mas te permite também apreciar mais os agentes, algo bem-vindo quando o jogo investe tanto no design e individualidade deles.

Um outro aspecto distinto de RC diz respeito ao loadout de cada agente. Assim como as suas inspirações, o jogador recebe uma quantia em dinheiro a cada rodada (com mais dinheiro podendo ser obtido a cada inimigo abatido ou companheiro recuperado) e pode gastá-lo comprando armas, equipamentos ou melhorias para o seu agente.

A diferença vem no fato de que os agentes em Rogue Company possuem um acesso limitado ao arsenal de equipamentos do jogo, com cada um deles tendo uma arma secundária e um ataque físico específicos, além de poder escolher entre duas armas primárias distintas, duas granadas e uma série de melhorias relacionadas a sua classe.

Rogue Company

Isso faz com que não só as habilidades específicas de cada personagem precisem ser consideradas, mas também as armas e perks as quais ele vai te dar acesso, sendo especialmente necessário considerar isso uma vez que o jogador não pode testar livremente os personagens para saber com quais deles ele irá se adaptar melhor.

É óbvio que, considerando que o jogo está em acesso antecipado, é possível que isso venha a mudar mais próximo ao lançamento oficial do jogo, no entanto, é um elemento que traz ainda mais estratégia a seleção de personagens para a sua equipe e, considerando a promessa de adição de mais agentes com o tempo, é algo a sempre se ter em mente, já que traz um pequeno elemento de “match-up” para as partidas.

Outro ponto em que as diferenças entre os agentes é relevante são nas “classes” de cada um. Como mencionado antes, cada personagem possui habilidades específicas, ativas e passivas, que mudam a forma como a jogabilidade deles funcionam. Essas habilidades são únicas de cada um dos 12 agentes e variam dentro das classes, com cada um deles sendo mais indicado para uma determinada situação.

Rogue Company

As classes vão de Atacante e Duelista, mais indicados para quem quer partir pra cima e derrotar os inimigos em confronto direto, a Informante e Defensor, classes mais voltadas para quem quer ficar um pouco mais atrás e proteger a sua equipe e o objetivo da melhor forma possível.

No geral, as habilidades trazem um complemento interessante e estão intrinsecamente ligadas ao funcionamento dos combates, sendo bastante influentes no seu resultado. Sendo algo a considerar na escolha dos personagens antes de se partir para um dos dois modos de jogo disponíveis: Demolição e Investida.

Demolição é o seu tradicional modo em que uma equipe ataca e precisa colocar uma bomba em um dos dois locais-alvo, enquanto a outra equipe precisa se defender e proteger esses pontos. Já o Investida, que é o modo mais casual, coloca os jogadores lutando para controlar um objetivo ou eliminar os inimigos até acabar com todas as vidas restantes deles.

Rogue Company

Ambos os modos são bastante divertidos e trazem um bom ar de competição para as partidas, ainda que a falta de um modo ranqueado limite bastante o quão competitivo ele possa ser, com o modo Demolição em especial se valendo muito bem do funcionamento das classes e da forma como elas se encaixam em cada situação.

No entanto, é importante apontar que o jogo tem algumas limitações técnicas ainda, como a impossibilidade de desativar o crossplay, que acaba tornando algumas partidas claramente problemáticas para quem joga com o dualshock ao enfrentar jogadores de PC ou de Mouse e Teclado no PS4/Xbox One, e bugs envolvendo a conexão.

Esses problemas, no entanto, não parecem afetar muito a facilidade de se achar partidas e a conexão, uma vez que não é tão comum ver partidas tendo problemas com jogadores caindo ou com lag na conexão (ainda que aconteça), em especial considerando que o jogo está em acesso antecipado.

Rogue Company

É importante apontar também que a grande força do jogo está no quão bem o seu gameplay funciona, sendo bastante divertido de atirar e lutar pelos seus objetivos, com os comandos sendo bem responsivos e fazendo com que o jogador se envolva e se divirta com as partidas facilmente.

Um outro ponto que parece apresentar problemas mais sérios com o jogo está na forma como ele monitora o seu progresso. Por se tratar de um jogo que será free-to-play quando sair do acesso antecipado, Rogue Company limita o acesso do jogador a skins e personagens. Para comprá-los, a sempre a opção de se usar microtransações (com o pacote de R$22,50, o mais barato, te dando 1.000R, ouro suficiente para desbloquear dois personagens, já que eles variam entre 400-600R) ou acumular reputação para comprá-los (com os heróis variando entre 5.000 e 15.000 de reputação para desbloqueio).

A reputação é ganha a cada partida e ao completar contratos diários que dão bônus maiores, mas o seu grande problema vem no fato de que o jogo tem tido problemas técnicos não só para se manter atualizado com o progresso do jogador nas partidas em si, mas na realização dos contratos no geral.

Rogue Company

O jogo costuma atualizar posteriormente com as estatísticas e os ganhos realmente conquistados ainda que ele não mostre em tempo real o seu progresso de forma adequada. Ainda assim, é algo que precisará ser corrigido no futuro para que a experiência de quem está disposto a investir tempo no jogo seja a melhor possível.

Algo que também precisa ser apontado é a baixa variedade de mapas e o quanto o jogo tem dificuldades em manter a rotatividade deles adequada. O jogo conta com sete mapas distintos (com o modo Investida não tendo o Castelo Alto na sua rotação, por algum motivo) e promete que um outro será adicionado ainda em 2020, mas o jogo constantemente te prende em um looping de 4, 5 partidas no mesmo mapa, o que acaba tornando o aspecto visual cansativo.

Rogue Company

Por fim, é necessário dizer que, apesar de terem o visual distinto e interessante, o jogo não é nada de muito especial visualmente. Por outro lado, é difícil encontrar problemas técnicos como glitches ou problemas de framerate, então o foco nesse aspecto é muito bem-vindo para manter a experiência a melhor possível.

Assim, fica claro que Rogue Company é uma boa e divertida experiência, ainda que limitada, e que vale o investimento nele, seja se você teve acesso a uma das chaves do jogo que foram distribuídas pela desenvolvedora (inclusive aqui no PSX Brasil) ou através de um dos pacotes de acesso antecipado vendidos na PlayStation Store, possuindo uma estrutura bem sólida sobre a qual construir um jogo muito bom através das futuras atualizações.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Hi-Rez Studios.

Veredito

Com gameplay divertido e personagens interessantes, Rogue Company tem tudo para se tornar um bom jogo de tiro tático à medida em que ele vai evoluindo e passando por sua fase de acesso antecipado, uma vez que todas as bases dos seus sistemas são muito boas e poderão ser exploradas por vários anos a fio.

75

Rogue Company

Fabricante: Hi-Rez Studios

Plataforma: PS4

Gênero: Ação / Tiro em Terceira Pessoa

Distribuidora: Hi-Rez Studios

Lançamento: 20/07/2020

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

With fun gameplay and interesting characters, Rogue Company has everything to become a good tactical-shooter as it evolves and goes through its early access phase, since all of its basic systems are very good and could be explored through years to come.

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With fun gameplay and interesting characters, Rogue Company has everything to become a good tactical-shooter as it evolves and goes through its early access phase, since all of its basic systems are very good and could be explored through years to come.

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