Remnant 2 – Review

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Poucos jogos te dão aquela sensação de “quero mais” e ainda assim continuam te surpreendendo com o tempo. Remnant: From the Ashes causou isso comigo ainda no PS4, muito pela sua aleatoriedade em conteúdo, bom cooperativo e combate desafiante. Cada nova campanha ou partida online poderia te entregar algo novo com qualidade e isso fez o jogo se tornar um dos meus preferidos da geração anterior.

Uma sequência era esperada e, como segue o figurino tradicional para isso, precisava vir recheada de mais do mesmo do que já era bom, mas também inovar, trazer melhorias e se destacar novamente. Remnant 2 pode ser um dos poucos jogos que conseguem trazer a sensação do que é uma sequência com tanta melhoria e sem mudar seu DNA ou sem ser apenas um amontoado de ideias reutilizadas, mas sim entregando já identidade própria com qualidade.

Com o original tendo sido rotulado na época como “Dark Souls com armas”, ouso dizer que isso nada mais é do que uma explicação simplória a respeito do universo de Remnant. Ainda que possa ter servido para explicar a ideia do jogo antes de qualquer resultado pós lançamento, claramente não é algo que possa ser utilizado mais. Remnant 2 é único, impactante, divertido e mostra uma entrega incrível da sua desenvolvedora.

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A história continua num universo onde a Raiz ainda é um mal frequente e perturbador, que interfere em diversos planetas, locais e raças, criando um exército de anomalias que procuram a destruição. Muito disso é contado via diálogos e pelas poucas cutscenes que encontramos, de forma similar ao primeiro jogo. Ainda seguindo essa linha, mas agora mais aprofundado, a “lore” segue sendo explorada por itens, textos perdidos, inimigos, armas, habilidades e cada uma de suas descrições, montando com tudo isso universo que se transforma numa colcha de retalhos rica em informações.

Remnant 2 é mais do que uma simples campanha linear na busca de um objetivo, sendo uma constante surpresa de eventos que são trazidos pela aleatoriedade do jogo em entregar caminhos distintos para cada jogador. Se o plot principal coloca um novo herói surgindo da Terra em busca de pessoas importantes, a partir daí o caminho para o desenrolar e conclusão de sua história pode tomar qualquer rumo.

Para quem não conhece, cada mapa, sala ou ordem em que os mundos vão aparecendo para o jogador é criado de forma aleatória. Duas pessoas começando a mesma campanha vão tomar caminhos diferentes, o que impacta nos inimigos, locais, armamentos, chefes e recompensas. Há ainda uma linha principal que guia a história, mas que só vai se assimilar à de outro jogador em pontos chaves e personagens importantes. Todo o resto será uma incógnita.

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Uma das maiores vantagens de Remnant, tomando aqui os 2 jogos como exemplo, é como entregar surpresas ao jogador a cada passo e deixar isso relevante. Na sequência isso é melhor representado pelas recompensas encontradas. Cada mundo vai oferecer mapas interligados que, no fim, guiarão para o chefe final daquele local e concluindo assim o objetivo principal. Entretanto, explorar e encontrar caminhos adicionais vão mostrar novas áreas e inimigos, com recompensas importantes. Ainda que o jogo não tenha um sistema de loot como em Diablo ou títulos do tipo, sempre haverá algo útil que pode ir desde um nova arma ou armadura a habilidades únicas. Explorar sempre será recompensador.

Muito disso fica atrelado ao combate e à jogabilidade aperfeiçoada agora. Falarei disso mais abaixo, mas o nível elevado da produção do jogo fica claro em diversos momentos aqui. Refinamento no sistema de tiro e uso de habilidades, incluindo animações mais fluídas e comandos ainda mais responsivos, expansão do sistema de itens com novos anéis, amuletos e até mesmo consumíveis de diversos efeitos, combinações de benefícios de equipamentos e muito mais dão ao jogo um dinamismo ainda maior do que já existia antes.

Isso é ainda maior quando levamos em conta o novo sistema de arquétipos que foi implementado na sequência. Funcionando como classes de personagens, cada arquétipo dá inicialmente ao jogador itens e equipamentos básicos para o início da jornada, mas também promove habilidades únicas e que vão melhorando especificamente conforme há a evolução do jogador utilizando esse mesmo arquétipo. Já mais avançado no jogo, a combinação de habilidades e arquétipos abre um leque de variedades de gameplay que, de acordo com o designer líder da Gunfire Games, promete até 100 combinações únicas e que ressoam com várias opções de jogabilidade utilizadas pelos jogadores.

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Remnant 2 é muito sobre dar ao jogador poder de escolha e uso dessas escolhas num jogo que entrega um ambiente propício para aplicar isso num estado que muda constantemente. Mesclar uma equipe de até 3 jogadores, onde cada um pode completar uma parte do time e ainda entregarem sinergia sobre cada adversidade encontrada é a alma do título. Fica aqui algo que, ao menos nas duas experiências que tive, consegue ser um ponto baixo no jogo. Jogar sozinho é algo ainda complicado pela falta de um balanceamento perfeito para isso, sendo uma experiência mais completa quando se é aproveitado com outros jogadores.

Como uma sequência, bastante esperada pelos fãs, Remnant 2 entrega uma evolução também nos demais aspectos que foram pontos negativos anteriormente. Uma das minhas maiores reclamações era como os chefes, seja qualquer um deles, era sempre baseado num sistema de hordas de inimigos durante essa batalha. Algumas se tornavam frustrantes, já que o adversário deixava de ser o esperado chefe final, mas sim um amontoado de inimigos comuns correndo pelo cenário. Agora cada chefe tem características ainda mais únicas, que vão combinar com seus cenários e seu mundo, sem mais usar hordas de inimigos de muletas. Diversas batalhas contra chefes se tornam experiências impecáveis e num nível muito acima do que era encontrado no primeiro jogo.

Pontos que uma sequência também precisa aprimorar é sua parte artística e técnica. Remnant 2 melhor muito nisso, com visuais aprimorados e diversas melhorias técnicas, com cada mundo sendo único e trazendo uma atmosfera diferente a cada primeira visita, modelos de de inimigos e personagens foram melhorados, diversos novos efeitos e uma ambientação que entrega visualmente a premissa de cada universo. Seja um mundo semelhante a uma era feudal na Terra, outro similar a um período vitoriano ou uma nave espacial séculos no futuro, cada ambiente consegue trazer distinção com qualidade, mesmo que muito disso seja criado aleatoriamente.

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O que disse antes, sobre o jogo parecer uma produção muito melhor e maior, fica nítido na parte técnica, visual e sonora. Não só a qualidade visual foi aprimorada como expliquei logo antes, mas a performance e opções para isso são entregues num ótimo nível. Seja visual em 4k ou 60 quadros por segundo estável, indo até mesmo opções mais avançadas, o trabalho da desenvolvedora aqui é excelente e bem distante do jogo original no PS4 e seus comuns engasgos técnicos. Além disso, a trilha sonora é notável no jogo do início ao fim e sempre em destaque, seja em batalhas corriqueiras ou contra chefes, indo da exploração de cenários ao hub central do jogo.

Apesar de todas essas melhorias, alguns problemas ou desvantagens foram encontradas. Animações faciais e partes da dublagem não estão no nível elevado de outros núcleos já citados. Além disso, cada plataforma está encontrando pequenos bugs e problemas no lançamento relacionados à execução do jogo ou comunicação. No PlayStation, o mais comum são os problemas ao se juntar/convidar amigos e partes da comunicação. Obviamente espere correções e patchs para resolver boa parte disso nas próximas semanas.

A Gunfire Games pode ter sido reconhecida pela franquia Darksiders anteriormente e surpreendido com Remnant: From the Ashes, mas é com Remnant 2 que sua qualidade fica à mostra e coloca a desenvolvedora num degrau mais acima. Mostrando diversas melhorias e um nível de qualidade elevado em quase todas as partes de seu último projeto, e também ao entregar uma das melhores experiências distintas que foram inspiradas no estilo apresentado pela FromSoftware, o estúdio recebe os merecidos holofotes graças ao seu consistente trabalho.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Gearbox Publising.

Veredito

Remnant 2 é uma obra impecável da Gunfire Games e uma sequência de altíssimo nível. Entrega as melhorias e novidades esperadas pelos jogadores e mostra potencial para ainda mais por vir. Pode ainda não ser a melhor experiência solo possível, mas com certeza é uma das melhores experiências cooperativas do mercado.

90

Remnant 2

Fabricante: Gunfire Games

Plataforma: PS5

Gênero: Tiro em Terceira Pessoa

Distribuidora: Gearbox Publishing

Lançamento: 25/07/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Remnant 2 is an impeccable work by Gunfire Games and a very high level sequel. Delivers the improvements and innovation expected by players and shows potential for even more to come. It might still not be the best solo experience possible, but it sure is one of the best co-op experiences out there.

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Remnant 2 is an impeccable work by Gunfire Games and a very high level sequel. Delivers the improvements and innovation expected by players and shows potential for even more to come. It might still not be the best solo experience possible, but it sure is one of the best co-op experiences out there.

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