[PSN] Trials of The Blood Dragon

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A história que teve início em Far Cry 3: Blood Dragon muda de ares e segue em Trials of The Blood Dragon que, assim como seu irmão mais velho, pode ser superficialmente resumido como uma ode aos anos 80 e 90. O jogo respira e exala referências o tempo todo. O visual colorido e as músicas, cheias de sintetizadores e batidas grudentas, remetem a boa parte dos clipes então veiculados na MTV. A imagem granulada e em certos momentos trepidante, como se a fita cassete estivesse a pular no cabeçote, dão um toque a mais, além de ser um deleite para os portadores de síndrome da nostalgia, que toda vez após assistir a um filme no Netflix procuram instintivamente o botão de rebobinar no controle remoto.

Mas não é só em alusão que Trials of The Blood Dragon remete a décadas atrás. A história também é digna de um bom filme de ação, com seus clichês, reviravoltas e muitas explosões. O comunismo, que constantemente ameaça o sagrado American Way of Life, privando-os de lindas garotas texanas de shortinho (como deixa muito bem explicado um dos personagens) , deve ser eliminado. Por conta disso, os Estados Unidos estão travando a 4ª Guerra contra o Vietnã. O tom de galhofa permeia todo o jogo, não somente na história e nos diálogos, mas também nos cenários. Os checkpoints são bandeiras vermelhas, lembrando a União Soviética e a China. Assim que o jogador cruza o ponto, é hasteada uma bandeira dos Estados Unidos.

O modo história não é longo — é preciso apenas umas poucas horas para terminá-la. Mas, como em qualquer outro jogo da série Trials, tentar melhorar o tempo nas fases é quase que uma obrigação, dando grande valor de replay ao jogo.

Cada um dos mapas é baseado no universo de alguma outra obra, principalmente filmes. Os trabalhos do diretor holandês Paul Verhoeven são talvez os mais citados. Os humanos cibernéticos aludem a Robocop (1987); o planeta com insetos a Tropas Estelares (1997); as fases em Marte a O Vingador do Futuro (1990). Isso sem contar as pequenas referências em diálogos e detalhes dos cenários, como pôsteres, álbuns de figurinhas, roupas, etc.

A grande novidade de Trials of The Blood Dragon são as fases de plataforma, em que se joga com o boneco a pé. Em um primeiro momento a jogabilidade dessas fases em específico lembra Contra, tanto na movimentação como nas mecânicas de tiro. Mas bastam alguns poucos minutos para perceber que não há a mesma precisão e agilidade em Trials. Pelo contrário, esse tipo de fase ao longo do jogo torna-o cansativo, quebra o seu ritmo. O que era para ser algo novo, por ser constante e não bem executado, tira um pouco o brilho do jogo.

Assim como em algumas das fases de plataforma, também é possível portar armas em determinadas fases montado em sua motocicleta. Por conta disso, há uma clara diminuição na dificuldade do jogo em relação às rampas e pulos, pois comandar dois analógicos com precisão milimétrica (em um o balanço da moto e no outro a direção do tiro) exige concentração o bastante.


 

Veredito

O visual extremamente colorido e o show de referências são alguns dos pontos positivos de Trials of The Blood Dragon. A variedade do gameplay dá uma nova cara à série, especialmente as fases de plataforma. Infelizmente, o que poderia ser o diferencial acaba prejudicando o jogo pela má execução, além de tirar o foco daquilo que sempre foi Trials: pilotar uma moto (ou demais veículos) por terrenos acidentados com rampas insanas.

Jogo analisado com código fornecido pela Ubisoft.

Veredito

70

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