[PSN] Shadow Complex Remastered

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Shadow Complex Remastered traz finalmente para a família Playstation um dos games para download mais elogiados e falados da última geração, agora com gráficos aprimorados e algumas novidades no pacote. O jogo que trouxe o gênero Metroidvania de volta para os holofotes, aliado com as mecânicas de um side scroller shooter, tem a difícil tarefa de ser reintroduzido a um mercado repleto de títulos aclamados pela crítica e público do mesmo gênero. Será que ele resistiu ao tempo?

Após um atentado realizado por um grupo militar secreto chamado Restoration que acaba matando o vice-presidente dos Estados Unidos, James, filho de um ex-soldado do exército, acaba esbarrando com as instalações secretas da organização enquanto explora as florestas nos arredores de Washington junto com a sua namorada, Claire. A garota é capturada pela organização e James agora precisa infiltrar-se na base secreta inimiga para salvá-la, enquanto tenta descobrir e deter os planos da Restoration, que planejam acabar com o governo norte americano se utilizando de bombardeios nucleares nos principais pontos do país.

A história se passa em um universo que combina o hi-tech recheado de armaduras tecnológicas e robôs bípedes munidos de armas de um Metal Gear, com os personagens engraçados e cheios de piadas de um Uncharted (aliás, o protagonista é dublado por nada menos que Nolan North). A trama, inspirada no livro Empire do autor Orson Scott Card, e escrita pelo roteirista de quadrinhos Peter David, apesar de simples e clichê, não se destaca mas também não atrapalha o melhor que o jogo tem a oferecer: o gameplay enraizado no gênero Metroidvania.

O jogo se comporta como outros títulos do estilo: através de uma visão bidimensional (aqui em 2.5D), o jogador explora a instalação secreta atirando em inimigos, encontrando formas de passar por obstáculos no cenário e adquirindo novos equipamentos e upgrades no seu arsenal para acessar novos locais e chegar ao destino apontado no mapa. Tal gênero pede um design inteligente e interessante para que o backtracking entre as fases não se torne enfadonho e entediante, e isso o jogo entrega de forma extremamente bem.

Um dos grandes diferenciais em comparação a seus antepassados fica para a mistura muito bem feita de gameplay em 2D com cenários e ambientes em 3D. A mira, por exemplo, é feita através do analógico. Assim, o jogador atira facilmente em qualquer lado apenas movimentando o botão para a direção em que se encontra o inimigo. Ameaças que não estejam no mesmo corredor ou direção que o jogador são atingidos com projéteis através da mira automática, que vai se tornando mais precisa à medida que o jogador sobe de nível com Jason. Se apoiando no gameplay, extremamente prático e intuitivo, mostrando-se extremamente eficiente, funciona na maior parte das vezes, incomodando em raras ocasiões na hora de escolher em quem atirar, já que a mira trava no inimigo mais próximo. E em alguns momentos, tal visão bidimensional é quebrada em cenários onde torretas fixas no chão servem como sessão de descarrego do jogador, que pode distribuir balas para todos os lados.

Vários detalhes nas mecânicas tornam o jogo fácil e prático para os inexperientes no gênero, como dicas visuais sobre quais armas e bombas utilizar para desbloquear certas portas e compartimentos, com cores que combinam com a arma necessária (reparem na luz do DualShock que muda quando a lanterna ilumina os locais). Apesar de alguns deslizes, como o pulo desengonçado e impreciso do personagem, é no geral um gameplay bem executado.

A mecânica alia o backtracking nos cenários e design de fases muito bem construídas para uma experiência que satisfaz a todo momento. Há vários upgrades e itens espalhados pelo mapa, que, em adição ao sistema de progressão dos personagens, cativam o jogador a coletar e encontrar todos os segredos dos locais. Os upgrades adquiridos são extremamente prazerosos e dão novas possibilidades para você explorar o mundo, com alguns conseguindo mudar completamente o ritmo do jogo, mesmo após diversas horas.

Infelizmente, os encontros com inimigos podem se tornar repetitivos, com respawn constante e pouca variedade de modelos. Alguns detalhes, porém, como as diferentes animações de combate corpo a corpo, tornam o sistema menos cansativo. Os maiores desafios do jogo aparecem na forma dos robôs gigantes que servem de chefões de fase. Mesmo que à primeira vista sejam muito parecidos entre si, cada encontro necessita de uma estratégia que envolve o local que o jogador se encontra.

Os gráficos no geral resistiram decentemente ao tempo, com alguns problemas de colisão e bugs em objetos nos cenários. Apesar do novo tratamento visual, é claramente um jogo de uma geração anterior, com os modelos meio lavados e a repetição de texturas, além de apresentar sérios problemas de framerate em alguns momentos, que servem de obstáculo na hora da precisão e timing de um pulo, por exemplo. Mesmo com tais falhas, ainda entrega um visual consistente, especialmente se tratando da iluminação, graças à utilização da Unreal Engine.

O nível de produção que a Epic e a desenvolvedora Chair Entertainment produziram em cima do jogo é comparável a jogos AAA da época. A trilha sonora, grandiosa e épica, é orquestrada e oferece uma sensação de se estar presenciando uma aventura de grandes proporções, mesmo sendo um modesto side scroller shooter em 2.5D. A constante movimentação da câmera e a sensação de escala dos cenários e ameaças que James deve encarar, dão ao jogo um clima palpável nos cenários e objetos. Passando por florestas, cavernas e bases secretas, apesar de divididas em áreas, o mapa do jogo parece um único lugar. Com gradual transição de um cenário para o outro, o design é natural e não fica no caminho do jogador na hora da exploração.

Relativamente curto e acessível na dificuldade normal, o jogo cativa do início ao fim. A história dura aproximadamente 5 horas, podendo se estender até 9 ou 10 se o jogador quiser completar 100% dos upgrades e explorar todo o mapa. Após o final da campanha, o jogador poderá voltar nas áreas e coletar tudo o que foi deixado para trás, além de poder testar suas habilidades em diversos Terrenos de Teste que incluem desafios variados para quebrar recordes tanto pessoais quanto de outros jogadores. Infelizmente o jogo não tem tradução em PT-BR, apenas com a opção nativa do português de Portugal, se o console estiver configurado para a língua portuguesa, o que pode causar risadas não intencionais com as falas das cenas de diálogo para os jogadores tupiniquins.

Veredito

Em suma, Shadow Complex Remastered cumpre o que promete e entrega em suas mecânicas um dos melhores exemplos de Metroidvania dos últimos anos. Pode não ser o jogo com a melhor história e nem o mais atraente visualmente, com alguns glitches e gráficos um pouco datados, mas diverte e satisfaz a cada segundo de sua jornada com sua jogabilidade fluída e prazerosa. É claramente recomendável para os fãs do gênero que ainda não puderam experimentá-lo e uma ótima oportunidade para revisitar as instalações secretas da organização Restoration.

Jogo analisado com o código fornecido pela desenvolvedora.

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87

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