[PSN] God Eater: Resurrection

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Caçar monstros não é novidade nenhuma nos videogames. A premissa é simples: derrotar criaturas gigantes através da cooperação entre o jogador e a IA ou outros jogadores, sabendo explorar as fraquezas de cada uma delas em longas e difíceis batalhas. Essa variação dos RPGs de Ação retira o foco que costumamos esperar em JRPGs e procura entregar mecânicas de combate afiadas.

Com sua constante evolução, desde que o gênero começou a ganhar fama com o surgimento de Monster Hunter ainda no PS2, e cuja popularidade cresceu com o as versões para PSP, vimos várias outras séries chegarem às plataformas da Sony, como Soul Sacrifice e Freedom Wars para PS Vita. Entretanto, um dos mais antigos jogos do gênero ainda é um dos seus melhores: God Eater.

Remake do jogo original para PSP, God Eater Resurrection foi lançado para PS4 e PS Vita e funciona mais como uma introdução à série (ou reintrodução, para aqueles que a conhecem desde o lançamento de Gods Eater em 2011). É a entrada para o prato principal, o vindouro God Eater 2. GER não só faz o seu papel com maestria, como é um jogo maravilhoso em si mesmo.

 


 

God Eater coloca o jogador em um mundo tomado por criaturas chamadas de Aragami, seres compostos de centenas de milhares de organismos unicelulares que devoram a tudo e a todos a sua frente. Esses seres começaram a tomar forma de criaturas que eram adoradas como deuses ao redor do mundo, passando a ser chamados de “deuses” pela população. O protagonista do jogo é um novo recruta do “Far East Branch” da organização conhecida como Fenrir, responsável por manter a população a salvo desses monstros, por meio de seus chamados God Eaters.

O jogador pode então customizar seu personagem, escolhendo sexo e algumas dezenas de opções de cores e estilos de cabelo e roupa, e logo depois é apresentado a arma que define os God Eaters, a chamada God Arc. O jogador, por ser um chamado de “New Type God Eater”, possui uma God Arc com dois modos: arma branca e arma de fogo, sendo possível customizar e criar diversas opções, com efeitos e tipos diferentes de dano. Essas variações são importantes, uma vez que cada Aragami tem fraquezas e resistências a diferentes tipos de dano (perfurante, cortante ou impacto) ou elementos (gelo, fogo, eletricidade ou divino).
 


 

O crafting do jogo, se variado, é relativamente simples, o que condiz com o foco estar nos combates e não em sua preparação. O jogador terá acesso facilmente às informações de que precisa sobre cada missão e cada monstro, mas coletar os materiais exige não só atenção ao combate e às arenas, mas também saber quais itens ou armas destruir para poder construir novos materiais e coisas do tipo.

Como um remake, a primeira coisa que se pensa é na evolução gráfica que o jogo sofreu, e esse é claramente um ponto forte dessa versão. Mesmo contando com modelos e ambientes originalmente feitos para o PSP, tudo foi refeito e ficou muito agradável aos olhos nessa versão para PS4. A reconstrução do sistema de câmera é a adição mais bem-vinda ao jogo e faz com que o combate flua perfeitamente. Ainda assim, há a falta de efeitos melhor acabados nos ataques especiais e algumas texturas de menor qualidade que ficam um pouco visíveis em certos momentos, mas não é nada que pese, pois, no geral, o jogo flui com framerate perfeito e entrega tudo o que se espera dele.

 


 

As mecânicas de combate de God Eater passam um espírito de cooperação realmente especial. Seja no single-player, em que é preciso pensar bem na sua equipe antes de um qualquer combate, ou com outros 3 jogadores no multi-player, existe uma constante sensação de depender da boa execução e movimentação de todos. Adicione a isso as diversas mecânicas de auxílio entre os jogadores, como a possibilidade de só acessar o nível 2 e 3 do Burst (modo que aumenta o dano dos ataques) com o auxílio de outro membro da party, ou o Link Aid (no qual o jogador doa parte de sua energia para recuperar um dos seus companheiros) e a cooperação é sempre algo presente. Felizmente, a inteligência artificial não deixa o jogador na mão em momento algum no single-player, o que é mais um ponto positivo para esse remake.

O maior problema com o combate é a dificuldade para se mirar com as armas (o que, felizmente, com alguns tipos de balas, essa dificuldade pode ser sanada) e a falta de um travamento mais específico da mira do jogo. Como alguns monstros maiores sofrem dano maior em uma parte específica do seu corpo, às vezes é dificil mirar e acertar nesses locais. Felizmente, o feedback visual quanto ao sucesso ou não dos ataques nesses locais é ótimo, o que minimiza a frustração com essas dificuldades.
 


 

Outro ponto que salta aos olhos é a quantidade absurda de conteúdo que God Eater Resurrection possui. São cerca de 40 horas só na campanha principal que, somada à quantidade absurda de side-quests, deve dar ao jogador pouco mais de 100 horas de jogo. Felizmente, as missões são, em sua maioria, relativamente rápidas, fazendo com que não seja necessário dedicar longas horas ao jogo a cada sessão. O multiplayer acaba contribuindo aqui também, pois cada missão realizada online conta para o singleplayer, fora a presença de cross-play entre PS4 e Vita, o que aumenta a quantidade de jogadores disponíveis (além do ótimo trabalho feito no multiplayer, com conexões fáceis e estáveis).

Por fim, a história de GER não é nada de muito especial. Apesar de ser um pouco diferente e ficar claro o ótimo trabalho feito pela Shift e pela Bandai Namco em desenvolver um universo rico e que pode ser trabalhado mais a fundo (como tem sido através de outras mídias e com a vindoura sequência), a história em si de God Eater Resurrection é bem simples, brilhando por ter um rico e charmoso elenco de personagens, com personalidades distintas e bem carismáticos.

God Eater Resurrection é um fantástico remake de um dos melhores jogos de PSP e o início de uma das franquias que surgiram depois da explosão de Monster Hunter e que mais demonstrou potencial. Felizmente, a transição para o PS4 foi muito bem feita e o produto entregue não só prepara o caminho muito bem para God Eater 2, como se sustenta com maestria.
 


 

 

Veredito

God Eater Resurrection é um maravilhoso jogo que não só funciona como uma boa apresentação para o vindouro God Eater 2, como também é uma ótima demonstração do gênero para aqueles que nunca o jogaram ou para os fãs de longa data, por um valor baixo e acessível, valendo muito a pena.

 

Jogo analisado com código fornecido pela Bandai Namco.
 

 

Veredito

85

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