[PSN] Dexed

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Dexed é o primeiro título de realidade virtual desenvolvido pela Ninja Theory, conhecida por jogos como DmC Devil May Cry, Heavenly Sword e o futuro Hellblade. Mesmo sendo a estreia da desenvolvedora no PSVR, Dexed faz bonito, trazendo um jogo divertido e com um gameplay de objetivo simples para qualquer um jogar, mas com profundidade suficiente para desafiar aqueles mais hardcore, que gostam de colocar suas habilidades em teste.

O jogo cai no gênero “on-rails shooter”, ou seja, você é guiado automaticamente pelo cenário, tentando acertar inimigos que vão surgindo pela tela por um período de tempo limitado. A realidade virtual traz mais liberdade ao gênero, pois possibilita que inimigos apareçam não somente a sua frente, mas também por trás e pelos lados, fazendo com que você se movimente em 360º para procurá-los e tenha mais oportunidades de acertá-los.

Não há história por trás de Dexed, apenas um simples objetivo: destruir o máximo de inimigos até terminar a fase e obter uma pontuação pelo seu desempenho. Para adicionar uma camada de complexidade, os inimigos podem ser do tipo fogo (vermelhos) ou do tipo gelo (azuis), sendo necessário que você os atinja com o elemento oposto para destruí-los.


Como se pode imaginar, você possui duas armas, uma de gelo e uma de fogo. Caso atire fogo em um inimigo de fogo, você é punido com uma explosão que “queima” sua pontuação. Alternativamente, caso atire gelo em um inimigo de gelo, sua pontuação é congelada por alguns segundos. Em ambos os casos também existe a possibilidade de o inimigo revidar com um projétil, porém, você não morre, mas é punido na pontuação.

O fato de possuir duas armas serve como deixa para você jogar Dexed com um par de PS Move. Desse modo, cada controle é mapeado para uma arma de elemento diferente, sendo também representado em tela com cores e animações apropriadas. No entanto, o Move é apenas opcional, podendo ser também utilizado o DualShock – nesse caso, cada arma fica atrelada aos gatilhos R2 e L2, também representados em tela com cores apropriadas.

A mira também muda de acordo com o controle utilizado. Para o Dualshock, há dois sistemas de mira: um é baseado na movimentação física do controle e outro, baseado na movimentação da sua cabeça, sendo que achei o segundo mais intuitivo. Já no par de PS Move, a mira é a própria movimentação dos controles, o que te dá mais liberdade e eficiência para mirar em dois alvos diferentes (apesar de a sensibilidade neste caso fazer parecer que o jogador sofre de Mal de Parkinson). Você pode conferir estes três sistemas de miras em nosso vídeo de gameplay.


A ideia do jogo é bem simples e o esquema de inimigos de dois elementos diferentes pode não parecer algo tão complexo. Porém, não se deixe enganar: os desenvolvedores criaram fases bem pensadas, com inimigos aparecendo em disposições e agrupamentos criativos. Por exemplo, eles podem surgir enfileirados, sendo um de fogo, depois um de gelo, e por aí vai, o que acaba testando sua habilidade em coordenar o tiro certo para cada um. Além disso, eles não são estáticos, muitos se movem pelo cenário e mudam seus agrupamentos. Em certos momentos, se você não for rápido em eliminá-los, a tela vira um caos de inimigos misturados e por todos os lados.

Para facilitar sua vida (ou complicar, dependendo do bom uso), é possível marcar múltiplos inimigos. Para isso, você segura o gatilho da arma correspondente e vai mirando em cada inimigo; ao soltar o gatilho, múltiplos disparos são dados, atingindo os alvos marcados e ainda gerando um bônus de combo. É claro que isso pode também trazer complicações, pois, caso acidentalmente você marque um inimigo de mesmo elemento da arma, sofrerá a punição específica. É possível cancelar o tiro, porém, isso destrava a mira e você tem que começar a marcação novamente.


Cada inimigo destruído te dá pontos e vai alimentando um multiplicador, fazendo com que sua pontuação melhore. O mesmo acontece ao fazer um combo de múltiplos alvos. Ser atingido por um projétil ou errar no elemento, além das punições já mencionadas, encerra este multiplicador. Logicamente, a graça é terminar a fase com uma pontuação alta, garantindo uma boa posição na leaderboards.

Essas camadas adicionais de complexidade tornam o jogo bem divertido e desafiador, pois faz você gerenciar entre cautela, à custa de uma pontuação menor, ou arriscar ser fominha, em busca de um combo gigante, torcendo para não errar de elemento. Isso, somado ao fato de não morrer, é o que faz de Dexed tanto simples quanto complexo, possibilitando que seja jogado por qualquer um, com seu próprio estilo.

Dexed é composto por apenas 5 fases, sendo a última uma batalha contra um chefão. Cada fase traz uma temática e ambientação diferente, e são todas muito bonitas de se observar. Inclusive, existe um “modo zen”, em que você apenas navega pelos ambientes, observando o cenário. Parece bobinho, mas é relaxante. Além do modo zen, é possível escolher entre três dificuldades: fácil, normal e difícil, que alteram a severidade das punições; cada uma possuindo uma leaderboard separada.


Existe também um modo arcade, separado das fases. Neste, você vai combatendo hordas de inimigos em estágios infinitos, com uma escala de dificuldade crescente. Aqui, sim, existe o game over. Você possui uma barra de vida, que vai sendo consumida caso você seja atingido por um projétil ou deixe um inimigo escapar ao final de um estágio. Há também um inimigo diferente, que explode ao ser atingido por fogo, causando dano a você, mas também destruindo os inimigos próximos.

O modo arcade também adiciona duas barras de poder especial para cada elemento. O poder de fogo gera uma bomba que destrói todos os inimigos em tela, e o de gelo congela temporariamente os alvos, possibilitando marcá-los com calma e fazer um belo combo. As barras são preenchidas no começo de cada estágio.
Existe um incômodo no modo arcade causado pelo posicionamento das barras de vida e poderes. Elas ficam bem no topo da tela, em um local incômodo de se olhar. No calor da batalha, você acaba se esquecendo delas, correndo o risco de perder o jogo sem nem perceber. Um posicionamento mais baixo, a uma distância focal maior, daria um destaque maior a elas.


Graficamente, o jogo é bem feito e possui um desempenho constante, com um ou outro errinho de renderização possível de se perceber. A velocidade de navegação é lenta e bem calibrada, com movimentos suaves da câmera em curvas e subidas, evitando o enjoo e o cansaço da realidade virtual.

Minha maior crítica com relação a Dexed é sua duração. Aqui vale uma observação: pelo preço de 10 dólares, o jogo está bem completo e possui um bom valor de replay, fazendo com que a relação custo-benefício valha a pena. Minha crítica é que ele podia ter ido muito mais além. Havia mais espaço para exploração em novas fases. A batalha contra o chefe, inclusive, é bem bolada e traz um gosto de “quero mais”. Quem sabe, com um retorno positivo de Dexed, a Ninja Theory não se anime em uma sequência mais completa.

Em termos de on-rails shooter para o PS VR, Until Dawn: Rush of Blood me divertiu mais, principalmente pelo seu clima de tensão e terror. No entanto, se seu interesse for em algo que preza mais pelo desafio e teste de suas habilidades, Dexed é sua melhor opção.


Veredito

Dexed é um on-rails shooter desenvolvido para o PS VR que irá testar sua destreza (DEXterity, em inglês). Com um objetivo e gameplay simples, o jogo esconde no design de suas fases, na distribuição e agrupamento de seus inimigos, e nas mecânicas opcionais, uma boa complexidade, o que agradará àqueles que querem uma partida casual, bem como os que procuram algo desafiante e uma posição de destaque na leaderboards. Pelo valor cobrado, é um jogo agradável e que vale a pena.

Jogo analisado com código fornecido pela desenvolvedora.

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77

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