Predator: Hunting Grounds – Review

Fãs do gênero de ação multijogador que trabalham com o sistema de 4vs1 adoram títulos como Dead by Daylight ou Friday the 13th: The Game. Para se aproveitar da situação e desse novo vício dos jogadores, algumas outras empresas também estão se arriscando no negócio, e a illFonic não podia ficar de fora com Predator: Hunting Grounds.

O título foi anunciado para PlayStation 4 em maio de 2019 e acabou gerando expectativa nos fãs do gênero, afinal, o famoso Predador poderia finalmente ser controlado da forma que todos sonharam.

Com a chegada de 2020, o dia chegou e Predator: Hunting Grounds finalmente está disponível para PlayStation 4. Isso é algo legal, certo? Errado. As expectativa em cima do título não só foram menores do que o esperado, como também foram baixas o suficiente para chegarem ao fundo do poço.

Assim como os tradicionais títulos do gênero, Predator: Hunting Grounds não possui uma história profunda. Você basicamente escolhe um lado (Predador ou soldados) e deve cumprir as missões propostas para as respectivas facções.

Como Predador, seu objetivo é basicamente ir atrás dos soldados e matá-los, sem muito segredo (ou graça). Isso se torna extremamente repetitivo e chato, já que, mesmo com todas as tecnologias que são colocadas à disposição, fica difícil encontrar os inimigos, que podem inclusive serem confundidos com os diversos NPCs.

Outro ponto negativo no gameplay do Predador está nos diversos bugs. Andar sobre as árvores nunca foi tão complicado para um caçador nato como ele. Em diversos momentos ele ignora comandos como pular ou até mesmo descer. Ir por terra é suicídio, já que mesmo “invisível”, é possível ver sua silhueta transparente. Em resumo, o gameplay como o vilão da história acaba trazendo muito mais frustração do que diversão.

Do lado dos soldados, por outro lado, o gameplay acaba sendo mais divertido. O mapa funciona relativamente bem e você está em constante batalha contra os NPCs, que podem surgir a qualquer momento, mesmo que o time não esteja no acampamento inimigo.

As missões são mais diversas neste lado da facção, que variam entre matar o chefe do acampamento, explodir alguma carga ou confiscar as drogas dos traficantes. Embora pareça fácil, o fato de ter que escapar em um helicóptero no final pode deixar tudo um pouco mais difícil, já que é preciso ficar parado no local esperando, abrindo uma brecha perfeita para o Predador atacar.

Para facilitar um pouco, é possível se camuflar usando o barro e até mesmo trocar as armas pré-definidas durante a partida. Todos os jogadores também começam com duas seringas de cura, mas caso elas acabem, é possível usar os kits médicos que podem ser encontrados no mapa.

Os gráficos são muito bonitos e conseguem levar o jogador para dentro da floresta de forma imersiva. Porém, as quedas de frame, bugs e alguns problemas com lag, transformam essa magia num verdadeiro pedido de socorro.

Para melhorar a experiência de Predator: Hunting Grounds, a illfonic adicionou diversas opções de customização, que variam entre a escolha de classe (para as duas facções), arma primária, secundária e Perks, que funcionam como habilidades passivas.

O jogo também coloca à disposição um sistema de loadout, em outras palavras, ele salva as mudanças feitas nos equipamentos e classes tanto do Predador, quanto dos soldados. Caso o jogador queira criar uma diversidade maior de conjuntos pré-determinados, será preciso alcançar o nível 70 para desbloquear todas as janelas de customização.

Além dos equipamentos, também é possível customizar a aparência. Como Predador, é possível escolher tipo de corpo (masculino ou feminino), cabeça (predlocks, máscara e pinturas faciais) e corpo (padrão da pele e estilo da armadura).

Para os soldados, o sistema de aparência já é um pouco maior. Ele também permite escolher entre um homem e uma mulher, mas também dispõe de customização nas opções: acessórios (chapéus/capacetes, óculos, máscaras ou itens que cobrem o rosto todo), cabeça (cabelo, pintura facial, formato do rosto/cor de pele) e roupa.

Para aumentar o acervo desses cosméticos, o jogador pode desbloqueá-los através dos Field Lockers (que podem ser obtidos durante as partidas) ou comprá-los com os pontos ganhos em campo.

Até o momento, tudo parece ok para o jogo, né? Mas infelizmente não é bem assim que funciona. Nós do PSX só estamos fazendo este review agora porque precisávamos esperar algumas correções no servidor, coisa que, aparentemente, não aconteceu.

Mesmo com a presença do cross-play, o matchmaking de Predator: Huntig Grounds é simplesmente horrível. Na primeira semana pós-lançamento, o jogo não encontrava nada e nem ninguém para jogar. O máximo que consegui testar foi o treinamento e olhe lá!

Ciente dos problemas, o estúdio responsável chegou com um patch que prometia resolver o problema do matchmaking. De fato, por um tempo isso foi corrigido, mas depois o problema voltou…e bem pior.

Nas últimas tentativas, antes de escrever este review, cheguei a ficar duas horas esperando por uma partida como Predador. Quando finalmente era chamado para o lobby, entravam apenas duas ou, no máximo, três pessoas, que logo saíam por não aguentarem esperar um último jogador.

Jogando no papel dos soldados, embora o tempo estimado de matchmaking seja menor, o problema acabou sendo o mesmo: chamada para o lobby e pessoas insuficientes para jogar a partida.

Em outros testes, fechamos uma dupla para tentar encontrar uma partida mais rapidamente, e deu certo. Isso mostra que o título só vai se sair bem se você tiver um grupo de amigos para jogar, do contrário, será apenas frustração.

Predator: Hunting Grounds pode ser divertido sim, mesmo com alguns bugs e outros problemas técnicos. No entanto, a demora para encontrar partidas tira a graça inteira do jogo, afinal, ninguém gosta de ficar horas esperando para começar a jogar.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.