PGA Tour 2K25 – Review

PGA Tour 2K23 foi um jogo bastante divertido. Baseado em um esporte muito de nicho no Brasil, ainda mais do que já é nos EUA, ele sempre se destacou muito mais pela dedicação em entregar um gameplay bem amarrado, evoluindo ao longo das últimas duas edições, ao invés de correr com infindáveis ciclos de cosméticos e edições anuais. Talvez isso faça com que o jogo fique menos no radar dos esportistas visuais, mas abre espaço para que cada título de fato construa sobre os erros e acertos do anterior.

É nessa toada que PGA Tour 2K25 chega agora após um ano de intervalo (como já havia ocorrido entre o 2K21 e o 2K23), prometendo mais uma vasta gama de melhorias não só à experiência dentro dos campos, mas, principalmente aos modos de jogo disponíveis, com todos eles trazendo pelo menos alguma pequena novidade para enriquecer ainda mais a experiência que já estava disponível.

A clara evolução entre uma edição e outra é perceptível já ao iniciar o jogo. A interface do título recebeu um considerável “glow up”, se tornando bem mais clara, objetiva e, mais importante de tudo, intuitiva. Você terá acesso praticamente instantâneo a qualquer ponto do jogo que você queira visitar, seja entrando direto nas partidas, indo as várias opções de customização do seu jogador e dos seus tacos ou até uma das lojas de itens cosméticos.

Falando em seu jogador, PGA Tour 2K25 mantém a tradição da série de focar principalmente em seu modo carreira. Logo de cara é possível perceber o foco dado a uma experiência ainda melhor que o jogo anterior, ainda que, estruturalmente, você irá passar pelas mesmas etapas.Você criará o seu avatar digital e tem a opção de começar direto no PGA ou pelo Q-School Korn Ferry Tour, que é basicamente a fase qualificatória para o PGA, emulando assim mais de perto a trajetória de carreira de um jogador real, ganhando pontos que, ao final da temporada, lhe darão acesso aos próximos circuitos.

Ganhando rodadas e torneios você ganhará mais VC, ou Virtual Currency, a moeda digital do jogo e poderá utilizá-la para personalizar o seu jogador, seja comprando pontos de habilidade para melhorar o seu OVR, itens cosméticos ou novos equipamentos, como tacos e bolas melhores. Além disso, você ganhará pontos de experiência que irão melhorar os seus atributos com os seus tacos e também darão acesso a novas habilidades lhe tornar um jogador profissional de golfe mais eficiente.

Por fim, o jogo retorna também com o sistema de de patrocinadores que, após o jogador completar certos objetivos específicos, irão te recompensar também com recursos, além de novos itens únicos deles. É claro, diferentes níveis de patrocinadores exigirão não só que você tenha uma boa reputação, mas, em certos casos, que tenha um certo tipo de personalidade, o que é demonstrado através de entrevistas e interações via texto (normal para quem está acostumado com outros jogos esportivos da 2K), uma quantidade mínima de seguidores, que também é ganho através do seu sucesso em campo ou até mesmo vitórias em rivalidades contra outros golfistas.

Tal qual no jogo anterior, o modo carreira segue sendo o grande trunfo da franquia, graças a clareza no seu sistema de progressão e a capacidade que ele tem de fazer com que o jogador sinta que está, de fato, progredindo. Isso se dá, em grande parte, pela forma como o sistema de evolução funciona, com o jogador tendo que escolher com cuidado como irá melhorar suas estatísticas, uma vez melhorar algo irá sacrificar pontos de outro e há uma quantidade limitada de Skill Points (SP) para equipar habilidades.

Essas habilidades funcionam basicamente como perks. Cada uma delas influencia um certo aspecto do jogo também e a cada novo passo que se dá avançando por essa “árvore” de habilidades, você ganha acesso a habilidades melhores. É uma evolução do sistema anterior, com mais habilidades disponíveis e agora árvores mais avançadas, com cada upgrade tendo o seu custo. O jogador até pode fazer um respec quando quiser e investir seus pontos em outras coisas, mas há um custo para isso.

Outro ponto que retorna é o sistema de Arquétipos. Tal qual no seu antecessor, cada um desses arquétipos têm suas próprias vantagens e desvantagens. Alguns ajustes foram feitos, mas eles retornam basicamente com as mesmas qualidades. No geral, o sistema de progressão é tão mais claro e superior ao jogo anterior que é quase injusto comparar, então se prepare para gastar um bom tempo customizando sua experiência.

Tal qual no ano passado, o jogador terá à sua disposição todo um vasto rol de possibilidades para customizar seus tacos e bolas, afinal, todo bom golfista precisa ter bastante cuidado com elas. O jogador poderá estar sempre gastando dinheiro para adquirir novas bolas, cada uma com suas próprias estatísticas de rotação, vôo, quique e rolagem, ou melhorar a cabeça, corpo ou punho dos tacos. Eles também vêm com suas próprias melhorias de estatística, já que o jogador ganhará experiência ao usá-las e pode melhorar seus equipamentos através de um novo sistema de progressão específico para eles, incluindo tokens de melhoria específicos, então é vantajoso ao jogador se manter investindo nessas melhorias para ter resultados melhores em campeonatos.

Sobre a parte cosmética, o jogo segue trazendo uma gama bem grande de opções, tanto de roupas mais sérias e tradicionais e algumas opções mais criativas. São basicamente seis itens para se customizar e o jogo conta com uma loja in-game (na qual é possível gastar com microtransações) para melhorar o seu atleta. O sistema de passe de temporada incluído no título passado retorna, novamente chamado de Clubhouse Pass. Ele funciona de forma bem similar aos passes dos patrocinadores, na qual você irá ganhar experiência ao jogar e, com isso, ganhará mais VC e itens cosméticos, então, se você se importa com isso, terá bastante a tirar daqui.

O modo carreira traz ainda algumas outras novidades, como um sistema de Quests, no qual o jogador poderá ganhar diferentes recompensas através de objetivos diários, semanais ou de temporada, incluindo uma missão geral que é inspirada pela carreira de Tiger Woods. Ele traz também uma nova opção de jogo chamado de MyCAREER Rounds, um novo sistema de rodadas dinâmicas na qual você jogará apenas um certo número de buracos e o restante é simulado, dando maior agilidade a certos pontos da sua jornada.

Isso é muito bem visto já que, apesar das melhorias de gameplay e interface, nada recebeu um salto tão alto quanto a diferença gráfica entre o título passado e PGA Tour 2K25. A diferença é tão gritante que, ao retornar ao jogo anterior para fazer algumas comparações, pareciam estar rodando em consoles de duas gerações completamente distintas, mesmo ambas sendo versões nativas de PS5 (e olha que já havia rolado um saldo grande do 2K21 para ele). A narração ainda é um problema, mas a evolução dos modelos dos jogadores, gramados e efeitos visuais é tão grande que faz os elogios ao título passado parecerem uma piada em comparação.

Nesse aspecto, um problema do jogo anterior, que eram os longos loadings, foi totalmente resolvido aqui. O título roda de forma bem rápida no PS5, com poucos segundos separando o jogador da tela inicial (que é onde ocorre o maior loading) e o campo. Parte disso é que o jogo não parece estar constantemente se conectando ao servidor, ainda que seja uma experiência basicamente toda conectada.

O gameplay também recebeu algumas boas novidades, como a inclusão de um novo sistema chamado EvoSwing, no qual a precisão nos seus movimentos passou a ser mais importante do que o timing como era no passado. Com isso, executar o movimento de forma perfeita, um Perfect Swing, reduz o efeito de fatores externos no seu movimento e faz com que o resultado no campo seja ainda melhor.

Um outro ponto negativo do ano passado também recebeu bastante atenção foi a quantidade de modos de jogo. O Topgolf retorna, seguindo voltado para a diversão leve e casual, tentando trazer uma experiência mais única para os jogadores. Nessas partidas, cada jogador pode realizar dez tacadas, precisando acertar os alvos para ganhar o máximo de pontos possíveis. Nada muito sério, mas bem legal de se jogar com os amigos caso queira.

O Course Designer também retorna, com a inclusão de um novo sistema de terrenos de alta resolução, novas ferramentas, superfícies e itens para dar aos jogadores mais criativos mais opções para brincar com ele. O multiplayer também recebeu atenção, com melhorias feitas ao Stroke Play, Match Play e Scramble, aquém da expansão das Online Societies com a inclusão do cross-platform. Em razão disso, o jogo também traz uma quantidade maior de pistas, com um total de 27 agora, com a grande novidade sendo o 2025 U.S. Open e o 2025 PGA Championship, e um total de 11 golfistas profissionais licenciados.

A principal adição em termos de modos é a inclusão de um Ranked Tours. O modo de partidas ranqueadas competitivas do jogo traz uma vasta expansão das opções online e várias recompensas in-game para os jogadores, com eventos diários e semanais. É uma evolução do Ranked Matchmaking e que usa um sistema de ranques parecido, com os jogadores sendo pareados pelo seu nível e recebendo merits que o permitirão subir (ou perdendo para descer) de nível.

Considerando todos esses pontos, fica claro que PGA Tour 2K25 é mais um grande salto de qualidade para a série e, sinceramente, um ótimo exemplo do quanto mais tempo de desenvolvimento e um claro foco em uma experiência melhor para o jogador consegue entregar um salto de qualidade raramente visto no gênero.

Não é para se dizer que não há o que se melhorar, já que ainda é necessário mais opções para se jogar com o crescente número de jogadores licenciados, incluindo o próprio Tiger Woods, e o aumento do número desses atletas, fora a crescente influência de VC no gameplay, o que já se tornou um problema terrível em outros jogos como NBA 2K e WWE 2K, mas, no geral, segue a ascendente trajetória da franquia rumo ao pináculo dos jogos de esporte nos campos virtuais.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela 2K Games.