Overwatch

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A primeira coisa que precisa ser dita em uma análise de Overwatch é sobre seu gênero. Sem dúvida, MOBA (multiplayer online battle arena) é algo bastante popular hoje em dia e o que eu mais escuto é as pessoas confundirem que Overwatch é desse gênero. Não é; Heroes of the Storm, outro jogo da Blizzard, é MOBA. Overwatch é um jogo de tiro em primeira pessoa (FPS) em equipe, de uma forma que se assemelha a Team Fortess 2.

Dito isso, sabendo que Overwatch é um FPS em arena, podemos prosseguir com a análise.

Mas o que é, exatamente, Overwatch? É a primeira investida da Blizzard em jogos de tiro em primeira pessoa. As batalhas acontecem em times de 6×6 e com os jogadores selecionando personagens, chamados de heróis. A principal diferença de Overwatch em relação aos outros jogos do gênero é a possibilidade de trocar de herói (ou seja, de espécie de "classe") durante a batalha.

Há quatro tipos principais de personagens: ofensivo (alta velocidade e ataque, porém baixa defesa), defensivo (auxilia no combate, colocando turrets no cenário, por exemplo), tanque (possuem muita vida e servem para proteger a equipe) e suporte (causam dano mínimo nos oponentes, mas podem oferecer um aumento no ataque ou até mesmo curar a vida dos parceiros).

Em outras palavras, o fluxo do jogo depende das classes escolhidas pela equipe. Se você estiver perdendo e perceber que falta um tanque para proteger os seus parceiros, selecione-o e vá em busca da virada.

Os heróis são fora de série e basicamente o coração de Overwatch. Cada um possui sua própria personalidade e, principalmente, movimentos. De forma geral, há uma arma básica para o personagem e suas habilidades especiais que, quando usadas, requerem um resfriamento até que possam ser usadas de novo. Há ainda uma barra, batizada de Ultimate, que quando cheia (ela é preenchida com o passar do tempo e com você causando dano aos oponentes), o personagem pode lançar sua habilidade especial. Novamente, cada um possui a sua própria e cabe a você entendê-los e estudá-los. Se quer saber mais sobre as mecânicas de jogo, veja o vídeo do tutorial no início desta análise.

Overwatch possui três modos de jogo espalhados por doze mapas: Ataque (capture dois pontos no mapa e defenda-os), Escolta (uma equipe deve proteger um veículo enquanto a outra deve atacá-lo) e Controle (capture e mantenha o controle de uma área até que chegue a 100%). Há ainda um quarto chamado Ataque/Escolta que é uma mistura dos modos: primeiro captura-se o veículo e depois deve protegê-lo até o destino final (ou impedir de ser capturado e depois de levado).

Esse talvez seja o maior problema de Overwatch. O jogo é divertido com o que oferece atualmente? Demais. Viciante? Sem dúvida. Porém, ter apenas três (ou quatro) modos deixa as coisas um pouco maçante a longo prazo. Isso, no entando, será simples de ser remediado: a Blizzard promete oferecer suporte por bastante tempo. Tudo que será lançado vai ser gratuito. É bem provável que veremos skins pagas ou DLCs "cosméticos" pagos, como já podemos ver as caixas de itens à venda na PS Store; mas tudo que afeta o gameplay, como heróis, mapas e modos de jogo serão gratuitos.

As caixas de itens, aliás, são uma mecânica divertida para destravar as coisas no jogo. Ao evoluir seu rank, você recebe uma caixa. Ao abri-la, seu conteúdo é aleatório, podendo ser desde skins para os personagens, até ícones para o perfil do jogador ou sprays que podem ser colocados no cenário.

Overwatch não possui uma campanha single-player. É um ponto negativo (ainda mais com toda a história criada), sem dúvida, mas totalmente perdoável pois a Blizzard sempre foi clara ao dizer qual era o seu foco. Apesar disso, há uma pitada de conteúdo "offline" (entre aspas porque é preciso estar conectado para entrar no menu), como jogar com bots e o próprio tutorial.

Algo bastante útil sozinho é a possibilidade de treinar com cada personagem. Isso parece bobo, mas é muito importante para você saber o que cada um faz, principalmente naqueles momentos em que resolve jogar com Genji, por exemplo, usa seu Ultimate quando está cheio e não entende o que ele faz.

Overwatch possui alguns pequenos erros que são facilmente corrigidos via patch, como a hora que chega um convite de um amigo seu para jogar fica um "Y/N", ao invés do botão correspondente no controle do PS4. Outro nesse estilo é que a party é desmontada quando você retorna para o menu, o que pode ser irritante para quem joga com amigos.

Entenda: para jogar Overwatch, você primeiro loga nos servidores (aliás, outro problema aqui: comigo acontece o erro LC-202 cerca de duas a três vezes até conseguir entrar). Depois, pode procurar uma partida aleatória ou se juntar a amigos e aí procurar. Depois de jogar, há vezes que o jogo leva você de volta ao menu por falta de participantes, por exemplo. Quando isso acontece, a party é desmontada e você precisa chamar seus amigos novamente. No PC isso não acontece, por isso imaginamos que é facilmente corrigido.

Fora essas pequenas coisas, não há do que reclamar de Overwatch. Os gráficos são incrivelmente belos e únicos, com tudo rodando a 1080p e 60 quadros por segundo sem quedas. O som também é um show à parte, com músicas empolgantes e uma dublagem sensacional. Aliás, a localização é fora de série: escutar um "pede para nerfar, noob" como provocação de uma das personagens me fez rir muito.

Veredito

Overwatch é um jogo multiplayer online viciante e totalmente recomendado, com aspectos técnicos impecáveis. Seus 21 personagens são únicos. Há algumas pequenas falhas que podem ser corrigidas com o tempo, sejam elas pequenos bugs ou mais modos de jogo. Considerando que o conteúdo que virá será gratuito, só nos resta aguardar para saber quais serão os planos da Blizzard.

Jogo analisado com cópia física fornecida pela Blizzard.

Veredito

90

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