Overcooked! All You Can Eat – Review

O primeiro Overcooked! foi um título que acabou por destacar algo em falta na indústria: jogos focados em cooperativo. Apesar do primeiro jogo só ter isso de forma local, era imprescindível jogar acompanhado para ter uma experiência melhor. Sua sequência explorou isso mais além, com inúmeras opções de partidas e agora com cooperativo também online. Com o lançamento do PlayStation 5, uma versão definitiva da franquia é lançada, mas vale o retorno para essa cozinha maluca?

Lançado em agosto de 2016, o primeiro título coloca o jogador no comando de uma cozinha, tendo que intercalar várias tarefas para poder entregar pratos certos e no tempo correto. Consiga isso em bom tempo e ganhe bônus de pontuação, perca um pedido e sofra penalidades que provavelmente vão te impedir de ter a melhor pontuação de cada fase. Conforme vai abrindo novos níveis, aprenda pratos diferentes e produções mais complexas, indo desde a simples sopa de cebola a massas e assados.

Overcooked 2! explorou o que deu certo no primeiro jogo, incrementou a opção online para o coop e adicionou mais desafios extras. Com o tempo, várias expansões fizeram do jogo um pacote imenso de conteúdo e qualidade, sendo um título obrigatório para aquela jogatina com um parceiro ou numa festa com amigos. De qualquer modo, diversão é algo garantido com o jogo quando com seus amigos. Entretanto, é incrível como o jogo é tão baseado no coop que acaba sendo uma experiência muito aquém quando jogado apenas sozinho.

Agora no PS5, Overcooked! All You Can Eat é um pacote completo de tudo o que foi lançado para a franquia até hoje e com melhorias visuais para aproveitar o poder dos novos consoles. Temos então uma espécie de remasterização de ambos os jogos agora em 4K e 60fps, com as duas campanhas e suas expansões inclusas, sendo mais de 200 cozinhas, mais de 120 chefes para escolher, com novos efeitos visuais aprimorados e também com opção online para o primeiro Overcooked!.

All You Can Eat é o pacote definitivo de Overcooked! e, mesmo que você já tenha jogado ambos os títulos, continua sendo obrigatório. Seja pela maior fluidez da jogabilidade ou qualidade visual aprimorada, ainda há novidades pela frente, como novos conteúdos que irão chegar no futuro. Além disso, há uma nova lista de troféus e uso das funcionalidades do DualSense, como os novos gatilhos e o feedback háptico, que apesar de serem levemente usados, passam a sensação certa.

Mesmo em uma nova geração de consoles agora, o jogo continua como sempre. Desafiante para os que querem todas as estrelas e pontuação máxima mas ainda uma experiência divertida e casual para um party game. É possível ir a fundo e se matar em pratos complexos para cozinhas exigentes ou ficar fazendo sushi e pizza de forma descompromissada.

A jogabilidade continua afiada e melhor ainda com 60fps. Tomar várias decisões ou já planejar uma sequência de ações é primordial para conseguir os melhores placares no jogo. Cooperativamente ainda é uma experiência extraordinária, seja online ou local, já que realmente precisa de um esforço coletivo e coordenação em equipe para que o jogo flua. Quanto mais jogadores estiverem numa cozinha, ao invés de ficar mais fácil e com mais pessoas para ajudar, a dificuldade se eleva, com mais pratos e cada vez menos tempo de preparo.

Entretanto, mesmo que o jogo mantenha sua qualidade de sempre e agora aprimorada, ainda há pontos que precisam ser criticados. Como dito anteriormente, Overcooked! é tão focado no cooperativo que aproveitar o título solo chega a ser uma ofensa, tanto para o jogador quanto para a obra da Ghost Town Games. Ainda que na versão de PS5 exista um modo assistido que pode ser uma ajuda nisso, o jogo deveria ser obrigatoriamente coop, como foi com A Way Out. Não há uma forma divertida de se jogar Overcooked! sozinho, por mais que você tente. Além disso, já tivemos tantas versões dos jogos, sejam bundles das versões base ou pacotes com DLCs, que precisar comprar o jogo mais uma vez, sem nenhum desconto ou benefício pelas versões anteriores, pode ficar pesado no bolso, principalmente para nós brasileiros no momento.

Apesar disso, não há como negar as melhorias pontuais do jogo para o PS5, mesmo que seja em grande parte adaptação ao novo controle e melhorias gráficas. Há tanto conteúdo que é possível aproveitar tudo novamente, mesmo após horas no PS4, como se fosse algo novo agora. Para os que nunca aproveitaram nada da franquia, o título de PS5 é a única opção necessária e uma das mais bem vindas nesse início de geração.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Team17.