Quando o primeiro Oceanhorn foi lançado, lembro-me de ver diversos comentários tecendo elogios e fazendo comparações com um certo herói loiro e de roupas verdes da Nintendo. Saber que a Cornfox & Bros estava desenvolvendo uma sequência acabou me deixando com boas expectativas, mas por se tratar se um título bastante ambicioso, Oceanhorn 2: Knights of the Lost Realm acaba pecando em diversos aspectos.
A história se passa 1000 anos antes do primeiro game e aqui nosso herói deverá salvar o mundo de Gaia das garras do feiticeiro Mesmeroth que busca assumir o trono e governar o reino. Para isso ele terá de ir em busca dos Emblemas da Criação – Sol, Terra e Oceano – sendo cada um deles guardado por um povo diferente.
Seguindo a premissa de seu antecessor, aqui Oceanhorn 2 é claramente inspirado pelo sucesso de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, trazendo gráficos 3D e um grande mundo semi-aberto para explorar. Nosso personagem também possui uma barra de stamina e uma aparência cheia de semelhanças com o personagem da Nintendo.
Enquanto exploramos o mundo podemos encontrar dungeons escondidas, algumas contendo itens simples e consumíveis e outras com upgrades e equipamentos que serão úteis para nossa jornada. Além disso, o game conta com dezenas de sidequests espalhadas pelos mapas. Um detalhe bastante positivo é que aos completá-las somos imediatamente teleportados para o ponto de entrega da mesma.
Entretanto apesar de beber diretamente da fonte de BotW, Oceanhorn 2 falha em tentar passar a sensação de solidão diante aquele mundo vasto. Isso acontece, porque temos dois companheiros durante nossa aventura: Trin e Gen. Durante alguns puzzles podemos fazer uso dos nossos companheiros dando ordens para ficarem em um determinando lugar ou te acompanhar. Eles também ajudam nas lutas, mas não espere que seja algo que faça tanta diferença. Isso porque o combate do game é bastante travado e pode causar algumas frustrações para os jogadores. A movimentação do seu personagem é um tanto estranha e é complicado atacar os inimigos enquanto tenta manter um lock-on. Se optar por não usar o recurso, a sensação é de que as batalhas ficam ainda mais esquisitas.
Em Oceanhorn 2, nosso herói conta com um pequeno arsenal a seu dispor: espada, escudo e uma espécie de arma que lembra o arpéu do Batman, mas que na verdade é um pistola lançadora de magias. Apesar de ser útil em combate, essas magias também são importantes na hora de resolver diversos puzzles criativos que estão espalhados por todos os cantos, até mesmo dentro das cidades, e que nos permitem acessar novos locais e, com isso, mais baús.
E não pense que é apenas em BotW que o game pega inspiração. Oceanhorn 2 conta com um divertidíssimo minigame de cartas claramente inspirado pelo Triple Triad presente em Final Fantasy VIII. Perdi a noção de quantas horas passei apenas desafiando npcs e outros personagens ou tentando decifrar as pistas das revistas que indicam onde podemos encontrar novas cartas.
Infelizmente, Oceanhorn 2 sofre de diversos problemas relacionados a qualidade de vida. Os mapas exibem apenas os baús e não possuem os nomes dos locais, indicações de lojas ou entradas de dungeons, dificultando muito sua exploração. Por exemplo: em um ponto do game um NPC disse que tinha um personagem que havia deixado um baú para nós e que se encontrava em determinado lugar. Como o mapa não possui nenhum tipo de marcador, fiquei andando em círculos, não encontrei o local e acabei prosseguindo com a história.
O game também sofre com problemas de áudio, sendo que ao tentar skipar um diálogo, o mesmo continua sendo reproduzido mesmo que o texto não esteja aparecendo. E se estamos falando em áudio, precisamos comentar sobre a trilha sonora que é apenas mais do mesmo, sendo bastante esquecível. Visualmente o game apresenta gráficos bonitos numa vibe mais cartoon, com lugares diferentes e bem representados. São ambientes agradáveis, convidativos à exploração e que combinam com a história.
No mais, Oceanhorn 2 peca ao se apoiar muito no grande sucesso da Nintendo e por isso pode acabar escondido nas sombras do mesmo. É um game que carece de um pouco mais de polimento e que sofre com a falta de pequenas melhorias de qualidade de vida. Sua localização para nosso idioma é bem feita e funciona como mais um atrativo para aqueles que possuem curiosidade na fórmula BotW ou que apenas querem curtir mais um game de ação e aventura que siga esses moldes. É um game com muito potencial e que está longe de ser ruim, mas que, infelizmente, não consegue atingir o mesmo patamar que seu antecessor.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela FDG Entertainment.
Veredito
Inspirado pelo clássico atemporal da Nintendo, Oceanhorn 2 falha em superar seu antecessor e acaba por ficar nas sombras de Breath of the Wild. O combate travado e a falta de pequenas melhorias de qualidade de vida acabam deixando a experiência um pouco frustrante, entretanto seus quebra-cabeças são interessantes e divertidos junto de um lindo mundo para explorar. Uma boa pedida para os fãs da fórmula BotW ou que só procuram um bom jogo do gênero.
Inspired by Nintendo’s timeless classic, Oceanhorn 2 fails to surpass its predecessor and ends up falling into the shadows of Breath of the Wild. The slow combat and the lack of small quality of life improvements end up leaving the experience a little frustrating, however its puzzles are interesting and fun together with a beautiful world to explore. A good choice for fans of the BotW formula or those just looking for a good game in the genre.
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