No Straight Roads – Review

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Existem inúmeros títulos para PlayStation 4 e de todos os gêneros imagináveis. Há aqueles que se destacam, enquanto que vários outros acabam se perdendo no mar de jogos que o console recebe todas as semanas. Dentre essa lista de “games que passam despercebido” há muita injustiça. No Straight Roads está entre eles.

O que quero dizer com isso é que No Straight Roads é, facilmente, uma das maiores surpresas (positivas) que tive em videogames nos últimos tempos. No início, No Straight Roads era um daqueles jogos que escrevia as notícias, “parecia bonitinho” e logo caía no meu esquecimento. Imagino que o radar de muitas pessoas também estavam desligados para o primeiro jogo da Metronomik. Mas espero que, com esta análise, você dê uma chance ao game.

No Straight Roads

Para começar, é difícil classificar o gênero de No Straight Roads. O mais simples e direto é dizer que temos um hack and slash, mas não é só isso. Também é um jogo rítmico, ação e plataforma. Até momentos “Guitar Hero” existem aqui. Mas, sem dúvida, algo que se destaca demais é o universo de No Straight Roads.

A história de No Straight Roads acontece na metrópole fictícia chamada Vinyl City. Ela é governada pela No Straight Roads (NSR), que comanda a cidade através da EDM (Electronic Dance Music). Cada distrito da metrópole é comandado por um artista da NSR, como um DJ ou até uma Idol virtual. A NSR usa a música para gerar energia para a cidade.

A nossa jornada começa com a banda rock indie Bunk Bed Junction, formada pelos protagonistas do game Mayday e Zuke. Mayday é uma garota energética e a guitarrista, enquanto que Zuke é o mais tranquilo da dupla e baterista. Em uma apresentação para a NSR, a Bunk Bed Junction utiliza o rock para tentar agradar os jurados, porém mesmo com a plateia vibrando, eles são expulsos. Movidos pela vingança, Mayday e Zuke resolvem mostrar para toda a Vinyl City que o rock é melhor que a música eletrônica.

No Straight Roads

O sistema geral de No Straight Roads lembra, mais ou menos, Cuphead. Ou seja, há um mapa em que você se locomove (os distritos em si) que expande conforme avança no game e a cada distrito você enfrenta um chefe. Não há fases, uma “campanha” ou nada do tipo. Você simplesmente enfrenta chefe após chefe.

No entanto, antes de cada chefe, há uma seção de ação e plataforma que deve ser concluída. E aqui talvez seja a pior parte de No Straight Roads, que simplesmente tira o brilho de toda a obra. O gameplay dessa parte de plataforma possui uma resposta muito ruim e os inimigos que você enfrenta são bastante genéricos e repetidos. São partes completamente dispensáveis e que, se não existissem, melhoraria a qualidade geral do título bastante.

O gameplay de No Straight Roads é bastante simples. Você controla Mayday ou Zuke, podendo alternar entre ambos ou até mesmo jogar de forma cooperativa local com um amigo. Com quadrado, você tem o ataque básico. X pula e bola desvia. Triângulo faz o seu personagem tocar o instrumento dele, que basicamente serve para ativar coisas no cenário ou “transformar” determinados objetos que o auxiliam no combate. Por fim, R1 atira projéteis após pegá-los no cenário e, dependendo da situação, também é possível devolver o projétil do inimigo com uma mecânica de parry. Há também poderes especiais que podem ser equipados e usados no combate após preencher uma barra de especial.

No Straight Roads

Esses especiais nos levam a outro ponto do jogo: a base de operações. Nela, além de escolher qual especial deseja manter equipado no seu personagem, há também uma Skill Tree e os chamados adesivos, que são basicamente boosts temporários e que você cola em seu instrumento para melhorar seu ataque ou defesa, por exemplo. Esses adesivos são coletados no hub geral do game ou em outros momentos específicos.

A Skill Tree é evoluída com os Fãs. Você adquire Fãs ao derrotar os chefes ou realizar outras ações no game, como fornecer entrevistas. É uma ideia interessante para servir como o XP, basicamente.

Mas o verdadeiro coração de No Straight Roads são as batalhas contra os chefes. Todas elas são únicas, inteligentes e memoráveis.

No Straight Roads

Como mencionado anteriormente, Mayday e Zuke tentam mostrar para a NSR e para toda a Vinyl City que o rock é superior à EDM. Dito isso, as batalhas são contra chefes baseados em músicas eletrônicas. Não quero spoilar sua experiência, mas os chefes consistem até mesmo em uma boy band. É simplesmente sensacional.

Cada chefe possui uma seção de plataforma que, como dito antes, é péssima. Mas há algo que precisa ser destacado nessas partes: o ritmo. Se você prestar atenção na música, saberá quando os inimigos atacam. Passado isso, você entra na batalha com o chefe em si. No início, a música eletrônica predomina a batalha e você deve entender qual é o padrão de ataque do seu oponente. Conforme avança, o rock vai predominando e a batalha também muda. É muito difícil explicar sem estragar a sua experiência, mas as batalhas são todas divertidas e muito bem construídas.

Junte tudo isso a um enredo bastante divertido e você tem algo especial. Zuke e Mayday são personagens simplesmente incríveis. O desenvolvimento deles na história é muito bem feito e é impossível você não se apegar a eles. Mayday é a típica garota que estoura para qualquer coisa e as situações em que isso acontecem são muito divertidas. Zuke, apesar de ser mais calado, possui situações tão boas quanto às de Mayday quando esbarra com seu irmão, DK West.

No Straight Roads

DK West, aliás, é um chefe que possui três batalhas, mas duas delas são opcionais. É o momento “Guitar Hero” que mencionei no início da análise. Basicamente, Zuke e DK West se enfrentam em uma batalha de rap (isso mesmo que você leu). Enquanto um dos dois fala, você deve desviar dos alvos usando o analógico (pense em um Guitar Hero às avessas, portanto). É mais um conceito bem aplicado e divertido no game.

DK West foi um personagem tão bem criado que, após pesquisar um pouco sobre o assunto, descobri que ele foi desenhado para representar a cultura da Malásia (local da desenvolvedora Metronomik). Seu visual, sotaque e algumas gírias são do país. Por exemplo, DK West é basicamente “Dikir Barat” em malaio, que é um tipo de canção tradicional. Até mesmo o Stand que aparece na batalha é baseado no boneco de Wayang Kulit.

Falar sobre DK West nos leva a um aspecto simplesmente sensacional de No Straight Roads: sua trilha sonora. Muitas músicas são incríveis e todas elas possuem uma versão “EDM” e outra em “rock”. A transição de um gênero para o outro durante a batalha é tão natural que você nem perceberá. Se você não se importa muito com spoilers musicais, recomendo fortemente que escute a trilha sonora no Spotify (se deseja recomendações, além das batalhas com DK West, recomendo a “vs. SAYU” e “vs. 1010”).

São todos esses detalhes que tornam No Straight Roads único. Repito quantas vezes for necessário: os personagens transbordam carisma e a história é muito divertida. Essa batalha de rap com DK West, por exemplo, se você prestar atenção à letra, basicamente fala todo o relacionamento de Zuke com seu irmão. Ou, por exemplo, Mayday, que é o tempo todo estourada e zangada, ficar apaixonada pela boy band 1010 como uma garota normal ficaria também é tão bom quanto.

No Straight Roads é um jogo que merece a sua atenção. A história, personagens e chefes são todos memoráveis. As partes de plataforma merecem ser esquecidas, apesar de obrigatórias. Além disso, o game é um pouco curto: sua campanha leva em torno de 5 horas considerando todos os chefes, porém após terminar a campanha há vários desafios, como terminar em dificuldades mais altas – aumentando a vida útil do título.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Sold Out.

Veredito

No Straight Roads é um jogo único, cativante e divertido. A trilha sonora é absurdamente boa. As batalhas são criativas e os personagens transbordam carisma. Porém, é relativamente curto, mas desafiador para terminá-lo completamente. Se as partes de plataforma antes de cada chefe fossem melhores, teríamos um título que concorreria facilmente a diversos prêmios.

85

No Straight Roads

Fabricante: Metronomik

Plataforma: PS4

Gênero: Ação

Distribuidora: Sold Out

Lançamento: 25/08/2020

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

No Straight Roads is a unique, captivating and fun game. The soundtrack is absurdly good. The battles are creative and the characters overflow with charisma. However, it is relatively short, but challenging to finish it completely. If the platform parts before each boss were better, we would have a title that would easily compete for several awards.

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No Straight Roads is a unique, captivating and fun game. The soundtrack is absurdly good. The battles are creative and the characters overflow with charisma. However, it is relatively short, but challenging to finish it completely. If the platform parts before each boss were better, we would have a title that would easily compete for several awards.

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