Neptunia Game Maker R:Evolution – Review

Como fã da série principal Neptunia, os spin-offs da série são sempre preocupantes, pois podem ser experiências divertidas que trazem experiências variadas com o conceito da série ou jogos extremamente ruins e entediantes que falham em entender o apelo mais simples que a série possui. Neptunia Game Maker R:Evolution, infelizmente, é o segundo caso. 

A protagonista do título é a Neptune adulta, personagem capaz de saltar dimensões e que tem como hobby jogos e coletar insetos, além de ter uma personalidade um pouco mais madura do que a Neptune normal. Essa Neptune salta para uma dimensão alternativa com um grande foco no mercado de jogos em si. Produtoras disputam o mercado com seus títulos e sua dominância no mercado é refletida com o controle de rotas de mercadoria e território. Nep fica encarregada de ajudar três desenvolvedoras próximas à falência a recuperar sua empresa e levar ela ao sucesso. 

É um dos conceitos mais próximos da série principal, porém a história é drasticamente afetada pelo ritmo da jogabilidade que é o maior dos problemas nesse título. As personagens novas também não são particularmente interessantes para se destacarem na série. 

Em sua jogabilidade, Neptunia Game Maker R:Evolution é um ARPG que segue uma estrutura bastante próxima da série principal: Veja história, entre em um calabouço e o explore, derrote o chefe e siga para a próxima parte da história. Os calabouços no título são um pouco maiores do que o usual e contém puzzles simples, funcionando muito bem para sua proposta. O problema principal, no entanto, está no combate e em algumas mecânicas atreladas ao mesmo. 

Sendo um ARPG, o combate acontece em tempo real e Neptune e demais personagens têm acesso a ataques normais, golpes especiais, transformações e por aí vai. A mecânica nova fica por parte de ataques especiais que alteram o personagem que você controla. Basicamente, ao realizar um combo, há uma janela para trocar o personagem e este ataca com um golpe especial e continua o combo. Quanto mais trocar realizar, mais poderoso esses golpes vão ficando.

No papel, as mecânicas fazem sentido e também não são nenhuma grande novidade para quem está acostumado com ARPGs. O problema está na implementação das mesmas e que faz esse jogo parecer algo completamente amador. Posso citar uma série de problemas básicos, mas essencialmente, o combate é chato, demorado e repetitivo demais. Os inimigos reagem pouco aos golpes levados, as personagens se movem e atacam de maneira que não há um feedback bom para o jogador, o combate passa por loadings escondidos múltiplas vezes e por aí vai. Em suma, o jogador vai realizar um conjunto básico de ações para finalizar quase todo o combate, sem incentivo para explorar mais opções e o jogo também não foi polido para que o combate seja bom. E aqui se conecta com o fato que os calabouços são maiores que o usual e há vários encontros em cada um e o level design passa a se tornar um problema. 

Adicionalmente, há muitas mecânicas secundárias que afetam o combate diretamente como, por exemplo, criar jogos que podem ser equipados pelas personagens e afetam seus status e como algumas mecânicas funcionam. Essa mecânica, no entanto, envolve recrutar pessoas para desenvolver os jogos, sendo que cada uma tem seus pontos fortes e fracos e após alguns minutos produzindo o título para daí ter seus reviews, ser vendido e finalmente ser equipado. 

A mecânica, por si só, poderia servir como uma base para um título próprio, mas ilustra perfeitamente um dos grandes problemas com o título: Várias dessas mecânicas são complicadas demais e, além disso, precisam de um grande investimento de tempo para começarem a dar frutos em outras partes do jogo. O jogador então é forçado a lidar com calabouços longos, batalhas entediantes, sistemas complexos e com a história espalhada a conta gotas entre esses três elementos.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Idea Factory International.