Momodora: Moonlit Farewell – Review

É sempre entusiasmante ver brasileiros marcando presença na indústria de jogos e com a série Momodora há muito motivo para orgulho. Praticamente um ano após o lançamento no PC, a última edição da série Momodora agora chega ao PlayStation 5 e há muito o que celebrar. Praticamente uma sequência direta de Reverie Under the Moonlight, Moonlit Farewell não é apenas um ótimo jogo, mas um marco na animação de sprites em pixelart.
Para os já familiarizados com a franquia, Moonlit Farewell traz o mesmo gameplay de sempre, embora com algumas novas customizações. Trata-se de um jogo de ação 2D ou um típico metroidvania com um desenvolvimento mais linear. Quando há backtracking ou sidequests, geralmente é para buscar um item escondido; algo sem muita relevância para a narrativa.
Dessa vez, a protagonista é Momo, a mesma do segundo jogo e uma das personagens do terceiro game da série. A sacerdotisa do vilarejo de Koho parte para uma nova jornada, a fim de desvendar quem roubou um sino utilizado para invocar demônios. Ao longo da aventura, os problemas aumentam exponencialmente e o objetivo da protagonista se torna no mais audacioso da série, mas Momo é amparada por novos e já conhecidos personagens.
Cronologicamente, Moonlit Farewell se passa cinco anos após os eventos de Momodora III. Os veteranos da série com certeza vão notar diversas referências aos demais jogos da série. Há, por exemplo, um desenvolvimento da personagem Dora e menções que remetem à jornada de Reverie Under the Moonlight, que se passa na cidade de Karst.
Assim como os demais, Moonlit Farewell é um metroidvania com fórmula bem tradicional. É um jogo despretensioso até demais, tendo em vista que não traz nenhuma novidade expressiva para o gênero – o que talvez seja seu maior defeito.
Contudo, é inegável que este novo Momodora é um jogo muito bem feito; especialmente no que diz respeito ao cuidado visual. Tomando Reverie Under the Moonlight como comparação (até porque são jogos com uma estética muito similar), o novo game da Bombservice traz sprites em pixelart tão bonitos quanto, mas a qualidade na animação da protagonista e dos chefes demonstra um zelo muito maior. É um jogo que me impressionou bastante e pode-se dizer que é um paradigma no quesito animação.
A trilha sonora também é ótima e há uma alternância bem característica nas músicas que vão do calmo ao conturbado. A exploração é marcada pelas melodias mais lentas, ao passo que os confrontos especiais caracterizam-se por composições mais agitadas. Os efeitos sonoros também são interessantes e os “audio cues” no combate ajudam muito o jogador a se nortear no calor da batalha.
A jogabilidade pouco mudou, sendo que há grande foco na exploração e combate. O ataque primário de Momo é uma folha sagrada que se comporta como uma espada, mas a sacerdotisa também tem o arco e flecha para ataques a distância. O botão de esquiva também está de volta e conta inclusive com uma “super esquiva” que dá frames de vantagem para o jogador.
No tocante à exploração, a estrutura do mapa lembra a dos demais Momodoras. Não há regiões muito vastas com muitas coisas escondidas, mas há sempre aquele upgrade aparentemente inalcançável ou uma passagem secreta que demanda maior atenção do jogador. Algo contrastante em relação a Momodora: Reverie Under the Moonlight são os ambientes de cada mapa. Em Moonlit Farewell, predominam áreas intocadas da natureza, ao passo que no jogo anterior, se via mais áreas urbanas, tendo em vista que boa parte do jogo se passava em Karst.
Além de itens que aumentam a vida, força, mana e stamina, existem também Sinetes (ou Sigils) – cartas que conferem habilidades extras ou uma habilidade passiva nova para Momo. O interessante desse jogo é a maior customização, por conta da variedade de Sinetes. É possível criar “builds” bem distintas e encarar os inimigos de formas completamente diferentes. Por exemplo, acumulando três Sigils dedicadas ao arco, as flechas se tornam três por ataque, ficam mais rápidas e ainda dão dano explosivo. Se melee é sua preferência, é possível combinar maior área de ataque com invocação de espadas mágicas a cada acerto no inimigo, entre outras variações.
Além da animação, o maior upgrade do jogo em relação aos demais da série é a qualidade das lutas contra os bosses. Além de uma boa variedade de inimigos, as lutas costumam ser divertidas e demandam o uso de mecânicas diferentes. Os chefes finais são especiais e demonstram o cuidado dos desenvolvedores.
Moonlit Farewell apresenta uma boa duração. Foram necessárias cerca de dez horas para finalizar a história principal, mas isso não é tudo que o jogo oferece. Ao final, o jogo introduz alguns extras interessantes, que estendem um pouco as horas de proveito. Para os caçadores de troféus, cabe ressaltar que ao contrário de Reverie Under the Moonlight, Momodora: Moonlit Farewell apresenta um troféu de platina.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela PLAYISM.
Veredito
Ainda que despretensioso e um pouco escasso de conteúdo, Momodora: Moonlit Farewell é um jogo muito equilibrado e satisfatório. A animação e a qualidade dos sprites elevam o jogo a outro nível, bem acima dos demais da série. Além de um colírio para os olhos, é muito divertido em sua breve duração.
Although unpretentious and somewhat lacking in content, Momodora: Moonlit Farewell is a very balanced and satisfying game. The animation and quality of the sprites elevate the game to another level, well above the others of the same series. In addition to being a feast for the eyes, it is also very entertaining in its short duration.
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