Metal Gear Rising: Revengeance foi anunciado em 2009 com o título de Metal Gear Solid: Rising e pretendia ser uma história contada entre os eventos de MGS2 e MGS4. A produção estava toda nas mãos da Kojima Productions. No entanto, a desenvolvedora estava com problemas para avançar e então Hideo Kojima cancelou, secretamente, o título. A solução só veio em 2011, quando a Platinum Games entrou na jogada. Sob a responsabilidade de uma nova equipe, Metal Gear Rising: Revengeance foi revelado com uma mudança significativa no gameplay e na história.
O game se passa em 2018, quatro anos depois dos eventos de Guns of the Patriots e é um spin-off que não faz parte da série Metal Gear Solid. O protagonista é Raiden, um ciborgue que trabalha para a Maverick Enterprises, uma PMC, a fim de obter dinheiro para sua família. Raiden amadureceu ainda mais, mas ele ainda possui efeitos colaterais de quando era uma criança soldado na Liberia. No jogo, Raiden recebe suporte de Boris, Kevin Washington, Courtney Collin e Doktor.
Membros de uma PMC rival, chamada Desperado Enterprises, são os vilões. Um deles é Samuel Rodrigues que é o rival de Raiden e também é brasileiro. Rodrigues recebe ajuda de um trio chamado “Winds of Destruction”: seu líder não-oficial, Sundowner, um ciborgue espadachim, Mistral, uma ciborgue com múltiplos braços e Monsoon, um ninja com seus braços cortados.
No início do game, Raiden está trabalhando para as PMCs e em uma das tarefas é proteger uma pessoa muito importante em um país africano que está se recuperando de uma guerra civil. No entanto, Raiden encontra um exército de ciborgues da Desperado Enterprises, um grupo PMC que está envolvido em diversos ataques terroristas. O grupo mata a pessoa que Raiden devia proteger e também deixa seu corpo de ciborgue destruído, assim como seu olho. Quase morto, Raiden recebe uma nova armadura de ciborgue feita por Doktor e muito mais forte que a anterior, mas que precisa de recarga constante. Raiden parte para sua vingança.
Metal Gear Rising: Revengeance possui uma história interessante, porém o seu desenvolvimento não é satisfatório. Existem algumas cenas bacanas – principalmente as de ação – mas você sente que poderia ser muito melhor. O chefe final também é decepcionante. Há coisas que foram pouco exploradas – como Sam. Ou até mesmo Wolf que, apesar de se tornar parceiro de Raiden e fornecer várias conversas interessantes, ele apenas “escolta” a área que você ainda não visitou. Não há momentos que você interage com ele – o que é uma pena.
Mas tudo isso pode ser ignorado pelo gameplay, que é soberbo. Você fará basicamente a mesma coisa o tempo todo no jogo: avance por partes (com stealth, se possível), destrua todos os inimigos que existem na área de forma estilosa e prossiga até chegar no chefe, com possíveis variações dependendo da missão. Parece limitado, mas acredite: o combate é viciante. A área a ser explorada é de fato limitada, por sua vez, mas existem inúmeros colecionáveis espalhados pelo jogo – que destravam desde VR Missions até simples artworks. Você pode encontrar os colecionáveis com o “AR Mode”, uma espécie de “Detective Mode” de Batman: Arkham Asylum/City no jogo que mostra o que há ao seu redor, ressaltando o que é de interesse.
O combate, como dito, é ótimo. Os combos que Raiden faz são bastante variados com quadrado e triângulo. X permite que o personagem pule, enquanto que R1 você corre (útil para desviar, mas quadrado + X também faz isso) e R2 escolhe em qual inimigo deseja mirar. L1 é o “Blade Mode”, ou seja, a câmera fica atrás do personagem e você pode cortar em pedaços rapidamente com quadrado/triângulo ou controlar exatamente o que deseja cortar com os dois analógicos (além de cortar em inúmeros pedaços o inimigo ou objeto). O “cortar exatamente” não é usado muito no jogo – você pode em 99% dos casos usar apenas botões. O “Blade Mode” gasta energia de Raiden – energia essa que é recuperada com os próprios inimigos. Ou seja, quando você corta eles com o Blade Mode, uma certa região é destacada – corte ali e pressione “O”. Feito isso, sua vida e energia serão recuperadas. É um mecanismo bastante interessante e que funciona. O Blade Mode pode ser recuperado também atacando com Raiden, caso não tenha energia suficiente.
As batalhas com os chefes de MGR são sensacionais. Apesar da história não convencer, as cenas e como as batalhas se desenrolam são ótimas – todos os membros da Desperado (e os outros mais que não mencionaremos) devem ser derrotados de maneiras inteligentes e variadas.
Há também armas secundárias usadas com L2, como granadas e rocket launcher; mas a principal adição são as armas obtidas pelos chefes derrotados. Além de ser uma variação no gameplay, você só conseguirá elas “comprando” com BP points. Esses pontos são obtidos por praticamente qualquer ação no game. Além de armas, você pode customizar Raiden com itens como armaduras, evolução das estatísticas (vida, por exemplo) ou até mesmo combos específicos.
Com toda essa descrição, fica claro o que MGR não possui: uma defesa ou esquiva propriamente dita. Mas acredite, apertar “para frente e quadrado” funciona muito bem quando você se acostuma ao sistema.
Um problema de Metal Gear Rising talvez seja sua durabilidade. Nós terminamos o jogo em 4h30 minutos, considerando apenas o gameplay e desconsiderando o progresso que foi perdido em continues e todas as cutscenes. De uma forma mais geral, levamos 10h para acabar a campanha na dificuldade Normal. Apesar disso, há muitos elementos de replay: acabar em outras dificuldades, conseguir ranks melhores, encontrar todos os colecionáveis e escutar todas as conversas de Codec (sim, a característica da série está presente aqui e inclusive você pode salvar de forma opcional o game através dele).
Um outro modo que sem dúvida fará você perder tempo nele são as VR Missions. Possuindo objetivos variados e precisando serem destravadas na campanha, elas fornecem um desafio extra ao título.
Metal Gear Rising: Revengeance é um ótimo título. É viciante, possui um excelente gameplay, uma taxa de frames de 60 quadros por segundo, gráficos e físicas ótimos e uma trilha sonora empolgante. Porém, é relativamente curto e a história não possui um desenvolvimento convincente (o chefe final é desanimador). Os diálogos, em sua grande maioria, também não prendem sua atenção – a ação que acontece nas cutscenes é mais atraente que eles. Para os fãs da série, isso é praticamente um “pecado”. Obviamente, atente-se que isso é uma análise – você pode acabar gostando da história, mas fica o nosso alerta para não criar muita expectativa dela. Da mesma forma, também pode acabar enjoando do gameplay, ainda mais se não for muito fã do gênero “hack and slash”.
De qualquer forma, confira MGR: Revengeance. É difícil você se desapontar.
— Resumo —
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Gameplay viciante
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Fator replay
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Desafiador
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Aspectos técnicos como gráficos, sons e taxa de quadros por segundo
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Desenvolvimento da história
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Relativamente curto