Lollipop Chainsaw RePOP – Review
Existem jogos que persistem em nossa memória de uma forma e, quando vamos rejogá-los, percebemos que era melhor não ter feito isso. Infelizmente, Lollipop Chainsaw é um desses casos.
Lançado originalmente para o PS3 e Xbox 360 em 2012, Lollipop Chainsaw é um jogo de ação com uma proposta bem incomum: uma líder de torcida eliminando zumbis com uma motosserra. O título esbanja sensualidade e abraça sua proposta absurda.
Lollipop Chainsaw RePOP é basicamente um remaster com algumas novidades e alterações.
A protagonista do jogo é Juliet Starling. Apesar de ser uma líder de torcida na San Romero, Juliet é muito mais do que isso: sua família é composta de caçadores de zumbis. Por algum motivo, os mortos-vivos começaram a aparecer na escola e cabe a Juliet descobrir o que está acontecendo e impedir o apocalipse.
Logo no início da trama, Nick, o namorado de Juliet, é atacado por zumbis. Para salvá-lo, ela faz um ritual que o permite sobreviver sendo apenas uma cabeça – a qual Juliet leva presa em sua cintura por toda a aventura.
Toda a história de Lollipop Chainsaw é bem maluca e completamente sem noção. No entanto, não é isso o problema: mesmo sendo um remaster, as cutscenes são bem datadas, mostrando que o jogo não envelheceu bem (a movimentação dos personagens é ruim e os gráficos também não ajudam). Outro problema é que as legendas, apesar de estarem disponíveis em português, acabam se perdendo facilmente em muitas cenas. O jogo utiliza o mesmo espaço para mostrar algo nas legendas (como o nome de um personagem) e isso acaba dessincronizando todas as falas seguintes.
Mas é no gameplay em si que vemos que os anos não ajudaram. Lollipop Chainsaw consiste basicamente de combater os zumbis e avançar em regiões bastante lineares. O combate evolui conforme você avança, abrindo mais opções, mas o básico se mantém: triângulo é um golpe pesado com a motosserra, quadrado é o pom-pom que seria basicamente o golpe mais fraco (e rápido), bola desvia e X realiza um ataque rasteiro com a motosserra (normalmente para pegar os zumbis caídos). Através desses botões é possível realizar uma série de combos diferentes (e que precisam ser destravados com as moedas in-game obtidas dos combates).
L2 ativa uma arma à distância com mira (Chainsaw Blaster) e R2 ativa um “rage” digamos assim que permite eliminar os inimigos facilmente. R1 faz o “Chainsaw Dash” (Juliet anda com a motosserra cortando o chão), que é mais utilizado para se locomover em algumas partes do jogo do que no combate em si. E ainda temos o cartão de Nick, que é basicamente uma loteria que, dependendo do que você tiver destravado, permite usar a cabeça de Nick de diferentes formas, como uma granada ou gerar várias moedas.
O combate não é horrível, mas é ruim: a resposta dos comandos é estranha e lenta. Há vários combos, mas sinceramente parece que alguns específicos é que são realmente úteis. E a variedade de zumbis inimigos é baixa também. As batalhas contra chefes são criativas, mas o combate em si acaba sendo muito superficial: você ainda acaba tendo que vencê-los com os golpes que já usou diversas vezes nos outros zumbis.
A campanha de Lollipop Chainsaw é bem curta: você consegue terminá-la em cerca de 6 horas ou provavelmente menos.
Lollipop Chainsaw RePOP oferece o jogo original no modo “Original”, mas agora temos o “RePOP”. É no mínimo estranho a presença desse modo, pois nele há uma censura (sangue quase inexistente) e, posso estar enganado, mas parece que os QTEs são mais simples ou até mesmo automáticos. No fim, o “Original” não tem censura alguma, portanto basta jogar dessa forma.
Outra mudança que Lollipop Chainsaw RePOP oferece está no balanceamento. A Chainsaw Blaster, por exemplo, agora possui mais munição e atira mais rapidamente. A loja de upgrades também é mais barata, exigindo menos grind.
Mas há dois pontos que Lollipop Chainsaw RePOP acabou piorando. O primeiro é o Ranking Mode, que existia com um Score Attack, Time Attack e Medal Attack no original, agora resume-se ao Time Attack somente. Já o segundo é a trilha sonora.
A trilha sonora é, de longe, um dos pontos mais afetados no remaster. O original tinha várias músicas licenciadas que, sinceramente, faziam muita diferença nas cenas e batalhas. Até hoje lembro de ‘Heroes Of Our Time’ na batalha final, ou de ‘Mickey’ ou ‘Cherry Bomb’ em outros momentos. Até ‘Pac Man Fever’ era muito boa dada a situação da história. Lollipop Chainsaw RePOP não tem nada disso.
Todas as músicas novas foram produzidas pela Dragami Games e, apesar de não serem ruins, não têm nem de longe o apelo que o jogo original trazia. Ao menos a ‘Lollipop’ está presente.
Por fim, vale falar dos trajes. Todos eles continuam sensuais e mostrando o que todos querem ver de Juliet. Há alguns novos também (e, é claro, os que eram licenciados estão ausentes). Todos os trajes precisam ser destravados na loja in-game e são uma ótima forma de manter o interesse no título ao rejogá-lo.
Lollipop Chainsaw RePOP não é um jogo péssimo, mas é aquilo que apontei no início da análise: quando joguei no PS3 há cerca de 12 anos, criei uma memória dele que o remaster sem dúvida manchou. Dito isso, se você nunca jogou, vale conferir pela história absurda e pelo combate não muito profundo. Mas não espere algo fantástico – vá sem expectativas, é o que eu posso aconselhar.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Dragami Games.
Veredito
Lollipop Chainsaw RePOP é um jogo que não envelheceu bem: seu combate duro e as cutscenes ruins mostram a idade do título. Vale conferir pela história absurda e se deseja um jogo de ação não muito profundo. Uma pena, porém, a ausência da trilha sonora licenciada.
Lollipop Chainsaw RePOP is a game that hasn’t aged well: its combat and bad cutscenes show the title’s age. It’s worth checking out for the absurd story and if you want a not-so-deep action game. It’s a shame, however, that there’s no licensed soundtrack.
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