Knight vs Giant: The Broken Excalibur é um roguelike de ação e elementos de RPG. O nome “roguelike” é amplamente conhecido, porém, nem todos os jogadores estão familiarizados com o estilo de jogo. Conquistando cada vez mais espaço no mercado, o estilo oferece uma experiência desafiadora e imprevisível. Cada partida será gerada com o recurso de proceduralidade, com mapas, itens, inimigos surgindo de forma aleatória, onde cada partida fornecendo um mundo completamente novo para exploração. Outra característica adicional é a chamada “morte permanente”, com a morte e a perda total de progresso do jogo, motivo de desespero para jogadores, incluindo a pessoa que escreve esta análise.
Para compensar, um recurso interessante é o sistema de progressão, com o retorno após a morte desbloqueando novos personagens, habilidades, itens e até mesmo, áreas do jogo. Esse tipo de sistema incentiva a nós, jogadores, inúmeras tentativas após algumas derrotas decepcionantes. As mortes, muitas vezes ocorrem pela falta de domínio de combate, muito mais tático que os demais jogos. Nossos movimentos são cruciais e a estratégia de abordagem com tantos inimigos em tela é fundamental para a sobrevivência. Inimigos apresentam padrões de ataques únicos, além dos desafiadores “chefes”(Boss). A curva de aprendizado, nesses casos, é focada em padrões de ataque, defesa e esquiva, nos momentos certo.
Knight vs Giant: The Broken Excalibur possui tudo isso e mais um pouco. No game, Merlin solicita aos Cavaleiros da Távola Redonda a recuperação do Santo Graal, o que causa a libertação de um gigante poderoso, chamado “Gigante do Vazio”. Os guerreiros acabam morrendo na batalha contra o gigante, além da famosa espada “Excalibur” ser quebrada no processo. Merlin, preocupado, transporta o gigante para seu Plano Astral. Porém, junto com o gigante, todo o reino acaba transportado. Sem poderes amplos para reviver todos os guerreiros, Merlin seleciona Rei Arthur para a missão. Agora, Arthur terá que enfrentar três criaturas colossais e salvar os cidadãos do reino, com Merlin transportando todos com segurança para casa.
Caso não conheça o Rei Arthur, ele foi um líder britânico que liderou na defesa da Grã-Bretanha contra os saxões no século V. Sua história sempre esteve envolta em folclore e invenções e muitos estudiosos questionam sua existência histórica. Além disso, Arthur sempre está relacionado aos Cavaleiros da Távola Redonda, com versões que apontam a existência de 12/24 membros, cujos guerreiros eram extraordinários (possuíam habilidades sobre-humanas segundo as lendas relatadas).
Após a introdução inicial, um tutorial se inicia, com movimentos relacionados a esquiva, ataque, transporte e habilidades. Durante um confronto inicial com um gigante, Arthur acaba derrotado, retornando para Camelot e observando que seus antigos companheiros, agora, são estátuas e estão mortos. Tais estátuas concedem nossas habilidades, com Arthur efetuando golpe corpo a corpo e uma habilidade especial que poderá ser mesclada em combate.
Armas e habilidades estão diretamente ligadas aos cavaleiros. Habilidades concedem tipos variados de ações, como um dano duplo por curto período de tempo, ou um dano de impacto que causa atordoamento no adversário em uma determinada área. A escolha sobre qual habilidade explorar e a sinergia incluída nela, dependerá de nossa escolha. As armas, por exemplo, podem receber um upgrade aumentando o dano da mesma e demais estatísticas. Não optei, durante minha gameplay, por um estilo de jogo específico, testando o máximo que pude e que realmente auxiliavam em minha jornada, principalmente no auge de combates mais acirrados. Porém, esse equilíbrio entre tática e habilidade levará um bom tempo para ser atingido, com a progressão não tão regular como deveria ou sem uma real efetividade.
Os desbloqueios demoram muito e a atualização das armas em alguns pontos, não ajudam tanto quanto deveriam. A coleta de ouro auxilia na compra de danos e atualizações de armas, mas algumas aquisições adicionam apenas alguns ganhos percentuais nas estatísticas. Personagens encontrados nos cenários, também liberam atualizações, porém, não são tão frequentes quanto gostaríamos. Nesse ponto, Knight vs Giant: The Broken Excalibur pode soar repetitivo ao longo do caminho, com a longa jornada frustrando alguns jogadores, ávidos por mais upgrades.
Por exemplo, Morgan Le Fay, uma bruxa, concede habilidade passiva, associada a um debuff, contando com risco x recompensa no processo. Já Pan Piper, entregará bônus em ouro, após sobreviver contra uma horda de adversários. O comerciante é bem útil em momentos que nossa saúde chega no limite.
A ambientação envolve três tipos diferentes: Brechalant (floresta), Sarrache (deserto) e Suidhe (vulcão). Cada um engloba dois níveis, com um desafiador mini-chefe no primeiro e outro maior no segundo. Todos apresentam padrões de ataque, observe os padrões e efetue ataques de acordo com os pontos cegos encontrados. Sinceramente, para novatos em roguelike como eu, será um verdadeiro teste de paciência. Sempre que morrer, voltará para Camelot, o qual podemos melhorar com o gasto de moedas, auxiliando em novas maneira de atualizar nosso personagem, antes de prosseguir com o combate. Restaurando o ferreiro, um belo exemplo, melhoramos nossa arma, que causará mais dano no golpe.
Indico também que cada área que acessamos fornecerá uma recompensa em dinheiro ou XP, além de uma área com uma fonte para a restauração de saúde. São geradas processualmente, o que ocasiona uma experiência nova e imprevisível, melhorando a sensação de uma nova jornada.
Visualmente, nota-se um evidente apego aos detalhes gráficos coloridos, com traços mais cartunescos, agradáveis e bem elaborados nos diversos biomas existentes. Os inimigos ganham vida com estilo de animação ímpar. A narração de Merlin é um espetáculo à parte, torneadas com tons humorísticos, aumentando a ambientação e imersão com a história. A trilha sonora é um sopro de melodias conhecidas em filmes do período de Arthur, com acordes construídos em base de instrumentos mesclados com sons de guerra. Sem problemas evidentes de performance no PS5.
Knight vs Giant: The Broken Excalibur possui personalidade, porém, não foca em inovações, quando consideramos um jogo um “marco” e destaque no mercado. Os elementos de roguelike baseiam-se em fontes conhecidas, desenvolvidos em jogos famosos como o conhecido e amplamente aclamado pela crítica e jogadores, chamado “Hades”. A proposta é ser um jogo desafiador e acessível ao mesmo tempo, liberando jogadores das amarras encontradas em roguelikes que afastam players somente pelo nome associado ao título. Tendo isso em mente, observo como louvável a tentativa dos desenvolvedores de ampliar o acesso ao gênero e utilizar uma abordagem com personagens históricos para a ambientação.
Por fim, Knight vs Giant: The Broken Excalibur é um ótimo jogo, associado ao folclore de personagens conhecidos. Escorrega em pequenas falhas de progressão, porém com ideias consideradas sólidas. É desafiador em uma proporção acessível, possui um estilo de arte colorido e agradável, um excelente ritmo de ação mesclando um leque amplo de habilidades que fornecem liberdade ao jogador para montar seu estilo de jogo.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela PQube.
Veredito
Knight vs Giant: The Broken Excalibur é divertido, envolvente, tem uma variedade impressionante de habilidades e é acessível a jogadores novatos em roguelikes. Com uma história interessante, proporcionará momentos cheios de ação, sem tornar a experiência muito desafiadora e frustrante.
Knight vs Giant: The Broken Excalibur is fun, engaging, has an impressive variety of abilities, and is accessible to players new to roguelikes. With an interesting story, it will provide moments full of action, without making the experience too challenging and frustrating.
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