J-Stars Victory VS+

A realização de um projeto como J-Stars não é fácil de acontecer. Reunir diversas séries da Jump em um só jogo, preservando detalhes como a presença dos dubladores originais, já pode ser considerado uma grande conquista. Ainda mais incrível é o fato de um produto como esse chegar ao ocidente. J-Stars Victory VS+ é primeiro da série “Jump Stars” a sair do Japão, e sem redução de conteúdo – todos os personagens foram transpostos para a versão ocidental.

É um jogo de luta dedicado aos fãs dos mangás e animes da Jump, com uma enorme quantidade de conteúdo. O game acontece em arenas 3D, com a participação de dois ou quatro personagens, além dos de suporte. É um gameplay que pode ser exemplificado pela mistura de alguns elementos dos Narutos da CyberConnect2, dos Dragon Balls da própria Spike Chunsoft, e, obviamente, dos Jump Stars anteriores.

Cada personagem possui alguns comandos básicos, semelhantes entre todo o cast do jogo, tais como um golpe para quebrar defesa, um ataque de área, pulo, defesa e a corrida. No entanto, a diferença de estilo de luta entre os personagens da Jump é gigantesca. O quadrado ativa os ataques fracos mais rápidos, o triângulo, os ataques fortes mais lentos, e o círculo ativa os golpes especiais. Tais comandos de ataque, especialmente os especiais com círculo, carregam propriedades muito distintas. Ainda existem combinações de botões, que trazem a possibilidade do personagem de mudar de forma, entre outras surpresas.

Essa é uma variedade interessante e que força o jogador a redescobrir o jogo por meio de outros lutadores. Apesar da variação imensa entre um personagem e outro, existem poucos golpes e combos no jogo. Cada personagem também só possui um tipo de Ultimate Attack, que rapidamente se torna repetitivo ao longo do game.

Embora os golpes sejam limitados, J-Stars Victory VS+ poderia ser um bom jogo, não fosse por algumas decisões estúpidas no gameplay e uma movimentação (principalmente aérea) lenta para um jogo do gênero. O grande problema que compromete a experiência neste título da Jump é a invencibilidade que um oponente possui quando é derrubado. Ao derrubar um inimigo no chão, ele se levanta com algo próximo de três segundos de invencibilidade e isso compromete o fluxo da luta. O jogador que está na ofensiva deveria ter uma vantagem pela pressão que exerce, mas o oponente se levanta sem possibilidade de ser atingido, forçando que o atacante se distancie ou fique na defensiva. É uma mecânica extremamente estúpida para um jogo de luta e quebra o ritmo de velocidade do jogo.

Para piorar, os comandos de pulo são lentos e os combos aéreos são difíceis de serem executados, ou melhor, quase inexistentes. Esse problema é agravado em cenários não planos, com muitos objetos e relevos, visto que ao sair de uma parte mais alta para uma mais baixa, o combo é instantaneamente interrompido, pois o lock-on não funciona como deveria. Caçar inimigos posicionados em planos diferentes, especialmente acima de você, é frustrante.

Essa imprecisão no combate aéreo e o jogo envolvido no wake-up (quando o inimigo está se levantando) arruínam o núcleo de J-Stars, ou seja, a luta. Por mais que o game contenha um grande número de personagens jogáveis e de suporte, além de movimentos variados entre eles, de nada adianta se o gameplay é ruim, devagar e “impreciso”.

Fora da sua atração principal, o jogo oferece algumas boas distrações. O modo J-adventure é a campanha singleplayer de J-Stars e introduz um mapa para navegação, com uma história e diversas sidequests. É possível escolher quatro diferentes arcos nesse modo aventura, com os seguintes líderes: Luffy, Naruto, Ichigo e Toriko. Ao longo desse modo, novos personagens são recrutados e existem algumas modalidades de jogo diferentes, como Quiz game, busca por tesouros e caça aos monstros.

Tanto no J-adventure como fora dele, existem algumas opções extras. Praticamente toda atividade no jogo rende o dinheiro “J-point”, que serve para comprar novos personagens, itens e moedas a fim de se obter cartas. O deck de cartas é uma característica peculiar dos games da série Jump Stars e serve para conferir bônus e atributos para seus personagens. Podem ser status passivos, como o simples aumento de ataque e defesa, ou garantir recursos especiais, como regeneração de HP. São mais de 200 cartas no jogo e várias combinações possíveis. Apesar do gameplay falho, J-Stars carrega um conteúdo considerável, que deve render muitas horas de jogo.

Relativo aos aspectos técnicos, J-Stars não parece ser um produto do fim da geração. Dos personagens à composição dos cenários, o jogo oferece visuais de qualidade mista. São texturas que vão do medíocre ao “ok”, modelos 3D sem grande contagem poligonal, efeitos mágicos/pirotécnicos pobres e a ausência de determinados filtros, como o anti-aliasing, acarretando em um game que predomina a imagem serrilhada. Muito provavelmente, o culpado por esse downgrade visual é a existência da versão Vita, desenvolvida e lançada junto da versão PS3.

Além da qualidade de imagem, a performance do jogo é constantemente afetada por desmoronamento de objetos e construções existentes nos mapas. A utilização de algum poder exagerado, combinado a tal fator, traz sérios problemas de consistência de framerate na versão PS3. No multiplayer local, a taxa de quadros por segundo também é afetada e não oferece uma experiência desejável para um jogo de luta.

O modo versus offline também desaponta por cortar boa parte da tela a fim de posicionar os elementos do HUD fora da imagem do gameplay. Além de dividir a tela ao meio em uma partida de dois jogadores, a tela de cada jogador fica posicionada em um quadrado pequeno, com bordas superiores e inferiores, reservadas para o HUD. A vantagem dessa medida é que a visão horizontal durante o jogo não é afetada, mas não deixa de ser um pouco desagradável, principalmente por não haver uma opção de customização.

Partidas para quatro jogadores são possíveis apenas no modo online, e aí é que está o modo mais interessante de J-Stars. Em lutas de times (2×2) com amigos e sem as pequenas imperfeições do modo VS local, o jogo diverte mais. Os decks montados no singleplayer podem ser utilizados aqui, significando que a preparação pré-luta pode trazer algumas vantagens e situações variadas nas batalhas online.

Infelizmente o modo online não traz a opção de trilha sonora customizada pelo jogador, recurso possível no modo versus e no singleplayer. O usuário pode extrair músicas diretamente do HDD do PlayStation 3 e configurar sua trilha personalizada. A trilha sonora original e hits famosos de animes não existem no jogo, no entanto, não há o que reclamar da trilha sonora original de J-Stars. Nele existe uma aproximação entre o jogo e anime; a música do cenário de Konoha é um exemplo, composta com instrumentos japoneses similares ao que acontece na animação.
 

Veredito

Em suma, J-Stars é um jogo que apela aos fãs dos trabalhos da revista Jump. Contudo, como produto do gênero de luta, ele falha. Seu gameplay de ritmo lento e outros defeitos não tornam o game indicado para os jogadores que buscam um sistema de luta mais dinâmico e complexo. Não é dispensável a todos os públicos – aqueles que buscam por um multiplayer online com seus personagens favoritos da Jump devem se agradar desse projeto.

Jogo analisado com código fornecido pela Bandai Namco.

Veredito

65

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