O catálogo de jogos first party da Sony é um dos grandes pilares que hoje sustentam a marca PlayStation. O investimento milionário em cima dessas propriedades intelectuais é visível quando vemos o nível de qualidade em títulos como God of War, The Last of Us e Spider-Man, por exemplo.
Outra IP que teve um papel importante em reforçar esse catálogo foi Ghost of Tsushima. Lançado em 2020 para PlayStation 4, o jogo é um exemplo de mundo aberto feito certo e seguramente um dos jogos mais bonitos da geração passada – e da atual também, se for pra contar com o relançamento Director’s Cut que saiu no ano seguinte para PS5.
Ghost of Tsushima não procura trazer grandes inovações ou quebrar as barreiras do que significa ser um videogame, mas sim apresentar com excelência suas mecânicas, narrativa e ambientação.
A jornada de Jin Sakai e seus dilemas sobre honra e família são bem explorados, mesmo sofrendo com alguns clichês que acompanham esse tipo de jornada do herói. O combate e a exploração ajudam a manter o passo entre história principal e missões secundárias – além de ter seu próprio objetivo, o samurai precisa ajudar os outros residentes e guerreiros de Tsushima com seus respectivos problemas e questões.
E aqui estamos em mais um lançamento da PlayStation Studios para PC. Novamente, o estúdio Nixxes está encarregado do port e, como era de se esperar, a sequência de acertos se mantém firme e forte.
Seguindo o ótimo trabalho do estúdio nos jogos Spider-Man e Horizon, temos nessa versão todas as features esperadas: suporte à resolução ultrawide, controles adaptados para o uso de teclado e mouse e o uso de tecnologias de reconstrução de imagem como DLSS, FSR3 e Intel XeSS. Inclusive, está presente também o gerador de quadros do FSR3, disponível para todos usarem. O FSR3 Frame Gen pode ser usado em conjunto com o DLSS, o que é uma novidade.
Outra novidade que foi lançada com Ghost of Tsushima para PC é o overlay de tela da PlayStation. Esse recurso permite que o jogador conecte uma conta PS diretamente do overlay e tenha acesso à lista de amigos da conta PlayStation e até mesmo ganhe troféus para a conta jogando o game no PC. Até o momento essas são as funcionalidades, mas imagino que a Sony investirá em mais recursos em futuros lançamentos.
Como de costume, antes do jogo abrir de fato, somos recebidos por um pequeno launcher que conta com basicamente todas as configurações de gráfico e de display. Configurações de antemão assim são boas para prevenir que o jogo trave em alguma opção de display errada ou coisa do tipo. Esse launcher também está presente nos jogos Spider-Man e Horizon.
Em comparação com a versão de PS5, esse port conta com avanços gráficos interessantes. As sombras são mais definidas, o nível de detalhe (LoD) não se perde em objetos distantes, como grama e sombras, e a resolução também está mais nítida devido aos PCs conseguirem renderizar o jogo de forma nativa (no caso de usar o DLSS ou FSR para reconstruir a imagem de resoluções menores, o resultado final ainda sim é melhor do que a imagem final no PS5, que usa tecnologia checkerboard rendering).
No geral, as opções gráficas apresentam boa escalabilidade e diferenças notáveis entre os níveis baixo, médio, alto e muito alto. É possível obter bons ganhos de performance ao diminuir a qualidade de opções mais pesadas, como sombras e qualidade do terreno, por exemplo.
Na maior parte do tempo, não encontrei problemas gráficos severos ou erros na imagem, como artefatos estranhos, borrões de movimento fora do padrão ou qualquer outra bizarrice desse tipo. Entretanto, a oclusão de ambiente do jogo parece quebrar em transições específicas e dão um “flash” branco de um frame. As sombras também, às vezes, dão uma bugadinha e ficam piscando ao movimentar a câmera. Descrevendo dessa forma aparenta ser um problema sério mas, na prática, não incomoda muito.
A performance também foi algo que me agradou boa parte do tempo. Consegui rodar o jogo com uma boa taxa de quadros, acima dos 60 fps usando um misto de configurações no alto e médio e utilizando DLSS no modo balanceado – tudo em uma resolução de 1440p (vale mencionar que uso uma RTX 3060Ti como placa de vídeo).
Tirando quando o jogo resolve afundar a performance por algum problema relacionado à alocação de VRAM, tudo rodou de forma bem lisa. Visto a agilidade dos desenvolvedores da Nixxes, todos esses problemas que listei até o momento devem ser consertados nas próximas semanas com patches e hotfixes.
A cada lançamento que passa, a Nixxes prova ainda mais seu valor como um ótimo estúdio de portabilidades, sendo uma bela aquisição por parte da Sony.
Ghost of Tsushima ajuda a compor esse forte catálogo de jogos first party da Sony no PC e, sinceramente, começa a surgir a dúvida se um PlayStation 5 é uma compra necessária para curtir esses jogos. A estratégia da PlayStation no PC só deve crescer ainda mais nos próximos meses e anos.
PC usado na análise:
- CPU: AMD Ryzen 7 5700X
- GPU: EVGA RTX 3060 Ti
- RAM: 32GB (16×2) Kingston Fury Renegade 3600MHz
- Placa-mãe: ASUS TUF B450M-Plus Gaming
Jogo analisado no PC com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.
Veredito
Ghost of Tsushima chega aos PCs com boa qualidade gráfica, perfomance e uma experiência que é quase excelente. Se não fosse por alguns pequenos probleminhas técnicos, este seria o port mais sólido que a Nixxes já entregou.
Ghost of Tsushima arrives on PCs with good graphic quality, performance and an experience that is almost excellent. If it weren’t for some small technical issues, this would be the most solid port Nixxes has ever delivered.
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