Vampiros, manopla elétrica, velho oeste, um homem mal-encarado e muito sangue. Esses são apenas alguns dos atributos que compõe a obra Evil West, um jogo que leva você ao velho oeste no papel de Jesse, agente do instituto Rentier que tem o intuito de acabar com as forças do mal e manter a paz.
Embora exista muitos elementos a serem identificados, é possível se divertir com Evil West. Mas será que essa salada mista funciona e consegue ir além de uma carnificina desenfreada?
Evil West é o tipo de jogo que chega com os dois pés no peito e não perde tempo em tentar explicar a história nos mínimos detalhes. Você pega o bonde andando e descobre que Jesse Rentier é um agente de uma organização secreta cujo objetivo é acabar com vampiros e outros monstros bizarros. Para que isso seja feito de forma eficaz, ele contará com a ajuda de sua manopla extremamente poderosa e claro, diferentes armas de fogo.
O que chama a atenção em Evil West é a mistura que ele faz com o passado e o futuro. Embora o jogo mencione que os monstros sejam vampiros, você percebe no decorrer de tudo que eles são muito mais do que isso, apresentando criaturas bizarras que vão muito além dos sugadores de sangue. Além disso, a manopla de Jesse é um equipamento que claramente não é desta época, sendo um item “muito à frente de seu tempo” no combate às forças das trevas.
Não é impossível entender a história de Evil West – mesmo que ela seja corrida -, mas para você compreender o verdadeiro trabalho do instituto e como tudo começou – além de outros eventos importantes -, é necessário coletar os documentos espalhados pelos cenários e ler a Lore dos personagens no menu. É um trabalho chato? Sim. Mas se faz necessário para conseguir entender melhor o que está acontecendo.
Nos dias atuais, percebe-se que cada vez menos os jogos parecem estar sendo feitos para o PS4 e cada vez mais para a nova geração. E por que eu digo isso? Bem, talvez o mais óbvio aqui sejam os gráficos e a taxa de quadros por segundo, e embora Evil West entregue qualidade gráfica e fluidez, existem problemas, mesmo no PS5.
Evil West é o tipo de jogo que tem muitos elementos na tela, seja pela quantidade de monstros no mesmo ambiente ou coisas como explosões, ataques massivos com a manopla e por aí vai. Com a ajuda da tecnologia da nova geração, é claro que tudo isso se mostra bonito até certo ponto, com efeitos muito bem-feitos, principalmente da eletricidade da manopla, porém, a beleza acaba quando as cores estranhas e os bugs começam a aparecer e a dificultar o gameplay.
Em ambientes fechados, as cores de Evil West tendem a ficar supersaturadas. Eu não entendo o motivo para tal acontecimento, mas numa das primeiras cavernas, por exemplo, o personagem brilhava em vermelho, bem como o cenário em geral. Eu cheguei a mexer nas configurações da TV, mas parece que essa é uma característica do próprio jogo. Em alguns outros momentos essa supersaturação ocorria em tons de verde, amarelo e outros e, para ser honesto, me incomodava e não tornava o conceito “especial”.
Outro problema é que Evil West é um jogo com muitos bugs. Por diversas vezes eu fiquei preso em paredes invisíveis ridículas e morri por besteira para os monstros. Além disso, alguns outros problemas aconteceram quando tentei carregar o save, por exemplo. Eu era levado para o último ponto de salvamento, porém, para partes estranhas e normalmente inacessíveis como a área de baixo de pontes, vão de montanhas, entre outros.
Para fechar a fila técnica, devo dizer que as cutscenes me decepcionaram muito. Como visto em Far Cry 6, Evil West possui cenas com qualidade duvidosa que tentam, de alguma forma, imitar um filme. O resultado, no entanto, é desastroso. Mesmo as pequenas cenas conseguem ser ruins, todas serrilhadas e com uma queda na taxa de frames.
Evil West pode ter lá os seus problemas técnicos, mas devo admitir que o gameplay é bastante divertido. Isso porque Jesse mistura os ataques da manopla com as armas de fogo que encontra pelo cenário, além, é claro, de conseguir combinar os golpes e criar um combo incrível.
Para ampliar o número de possibilidades em combate, você tem a disposição diversos upgrades e perks para criar combos ainda mais devastadores. A maioria deles é desbloqueado conforme sobe de nível, mas existem outros que devem ser encontrados em baús do cenário.
E por falar em cenários, é importante frisar que a exploração é extremamente importante em Evil West. Embora seja um jogo linear, existem diversas passagens secundárias que o levam a tesouros que, além das perks e upgrades mencionadas anteriormente, também podem conter novas roupas para Jesse. Elas são bem graça, na real, pois mudam apenas a cor do traje original, mas ainda assim se mantém como um diferencial.
Algo que também é importante destacar e serve como um recurso muito bem-vindo, é o sistema auxiliar de mira. Embora não seja 100% efetivo, ele facilita sua vida na hora de encarar grandes hordas de inimigos. Eu até tentei jogar sem ela, mas o jogo é tão dinâmico e as coisas acontecem tão rápido, que o tempo de resposta para fazer isso de forma manual é muito lento e não vale a dor de cabeça.
Dizer que Evil West é um jogo ruim é exagero, mas ele também não é um dos melhores. Ao menos não pelo preço de R$299,90 que está sendo vendido na PlayStation Store. Ainda existem muitos bugs a serem corrigidos, bem como esses serrilhados horríveis. Claro que a correção ainda não o tornará o melhor jogo, mas ao menos irá melhorar a experiência final.
Caso você não se importe muito com os problemas técnicos mencionados, terá uma boa experiência com Evil West, pois apesar de tudo, ele consegue entregar boas doses de diversão.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Focus Entertainment.
Veredito
Apesar dos problemas técnicos, Evil West consegue ser divertido por seu gameplay exagerado e a grande quantidade de opções de combate. No entanto, não espere muito mais do que isso.
Despite technical issues, Evil West manages to be fun for its exaggerated gameplay and the large amount of combat options. However, don’t expect much more than that.
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