ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist – Review

ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist é a sequência de ENDER LILIES: Quietus of the Knights, um jogo do gênero Metroidvania, lançado quatro anos atrás para consoles. A sequência veio após o primeiro jogo se tornar um sleeper hit, vendendo mais de um milhão de cópias e ser oferecido em vários serviços de assinatura.
ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist conta a história de Lilac, uma jovem Sintonizadora que acorda em um lugar estranho e logo sela parceria com a Homúnculo Nola, para ambas sobreviverem ao cenário desolado. Elas se encontram num país assolado pela Chuva da Morte, por uma fumaça que enlouquece a todos, humanos e homúnculos, e que está à beira da destruição completa.
A história de ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist, para ser muito honesto, é de longe o ponto mais fraco do que é, no geral, um excelente jogo. Quando joguei Ender Lilies, ainda conseguia entender e acompanhar alguns pontos que guiavam a narrativa, mas em Ender Magnolia, parece que desistiram e incluíram uma história desconexa.
É possível notar algumas relações entre os dois jogos durante a história, principalmente quando Lilac começa a interagir com o mundo e surgem personagens do primeiro jogo, mas mesmo assim, esse é um jogo que pode ser apreciado livremente por aqueles que não jogaram o primeiro jogo da série.
A jogabilidade de ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist, no entanto, é onde o jogo brilha de verdade. Na verdadeira jogabilidade de um Metroidvania, o jogador controla Lilac em um plano 2D, em cenários separados dentro de um mapa, explorando corredores e áreas abertas, tudo isso enquanto enfrenta inimigos variados com suas particularidades.
Grande parte das dinâmicas de Ender Lilies retornam, mas as que não retornaram, foram trocadas por outras melhores ainda. As habilidades de Lilac não são limitadas em número como no primeiro jogo, podendo ser usadas livremente pelo jogador. Essa mudança retira o senso de “economia” que não fazia tanto sentido e permite uma maior exploração das habilidades durante o jogo.
Outra mudança que foi fundamental e realmente transformou o jogo, por menor que possa parecer, foi a retirada do dano por contato. Lilac não toma dano ao encostar nos inimigos, e sim somente quando entra em contato com seus ataques. Isso traz uma fluidez ao combate, já que para abarcar essa mudança, o padrão de ataque dos inimigos mudou também.
A remoção do dano por contato também permite uma exploração menos frustrante do mapa, já que inimigos são incluídos em áreas específicas para ficar no caminho do jogador, mas nunca a ponto de impedir o seu progresso. Durante os chefes também, aumenta a tensão ao tentar se posicionar atrás de um boss para desferir mais alguns golpes, e perceber que mesmo sem o dano por contato, o padrão deles também tenta contra-atacar o jogador que faz isso.
As habilidades de Lilac são bastante variadas, trazendo um senso de propriedade para cada jogador, que vai testá-las e encontrar sua melhor combinação. Para mim, o combo do machado de Nola como golpe principal, além de orbes, tiros de arma e um soco flamejante dos personagens secundários, conseguiu me manter até o chefe final.
Os mapas são interconectados por obstáculos temporários que posteriormente são ultrapassados por novas habilidades que o jogador recebe, como a habilidade de desferir um golpe para cima e voar, ou mesmo socar em direção ao chão e destruir barreiras. Faz parte de todo bom Metroidvania e garante com que o jogador sempre revisite áreas antigas para descobrir novos caminhos, seja para novos mapas ou mesmo novos equipamentos.
Ao contrário do clima medieval de Ender Lilies, Ender Magnolia traz uma vibe industrial, tanto nos sprites dos inimigos, como nos mapas e nas cidades. Para sobreviver à Chuva da Morte, os personagens que ainda estão vivos utilizam da tecnologia sucateada para conseguirem sobreviver mais um dia.
O design dos inimigos, por sinal, é bastante interessante. Muitos inimigos são robôs, por conta desse clima mais industrial, mas também existem inimigos marinhos, inimigos selvagens e inclusive insetos e zumbis em certas áreas. Os chefes seguem o padrão de seus mapas e Lilac, a protagonista, é praticamente uma cópia do desenho da protagonista do primeiro jogo.
A trilha sonora do jogo é suave, não tirando a atenção do jogador da jogabilidade, e deixando para aparecer mais em momentos específicos da história ou em batalhas contra algum chefe. Não há qualquer dublagem no jogo em qualquer língua, mas existe uma excelente localização em português do Brasil que não me fez querer trocar de língua para inglês em nenhum momento.
ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist conseguiu aprimorar aspectos importantes de ENDER LILIES: Quietus of the Knights, mas deixou a desejar em outros, especialmente em relação à história. De toda forma, esse talvez seja um dos melhores jogos do gênero dos últimos anos e recomendação fácil, mesmo para quem não jogou o primeiro título da série e está interessado em começar com a sequência.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Binary Haze Interactive.
Veredito
ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist é uma ótima sequência para um surpreendente Metroidvania. Aqui nasce uma franquia que deve prosperar por muito tempo.
ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist is a great sequel for a surprising Metroidvania. A new franchise is born, one that should prosper for years to come.
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