Houve uma época em que Guitar Hero e Rock Band lutavam entre si. Os lançamentos aconteciam basicamente anualmente e a Activision e a Electronic Arts disputavam quem conseguia oferecer mais músicas e desafios aos jogadores. A disputa foi tão acirrada que quem acabou saturando foi o próprio público. Guitar Hero não tem um novo lançamento há quase 8 anos, enquanto que Rock Band vive com Rock Band 4, lançado também em 2015, mas que continua recebendo suporte através de DLCs (mas bem longe da popularidade que já teve um dia).
É difícil encontrar atualmente um jogo daquele gênero – com as notas “caindo” em 5 linhas coloridas – e que ainda por cima utilize um acessório. Tentando agradar o público que sente saudade dessa época, temos agora Drums Rock do PS VR2. Apesar de existir uma diferença ali e aqui, é basicamente o gameplay da bateria que tínhamos nos dois jogos citados anteriormente.
Drums Rock é bastante simples de ser descrito: você fica sentado e, através dos dois controles Sense, toca a bateria conforme o respectivo demônio desce em sua direção. Cada parte do instrumento possui uma cor e você deve batucar no momento exato em que o demônio da cor correspondente estiver próximo. Acerte de forma precisa e a pontuação será maior. Não tem mistério, é exatamente o gameplay que você já viu no passado, mas agora em VR e sem a necessidade de comprar uma bateria de plástico.
O gameplay é realmente muito divertido e viciante. Demora um pouco para você se acostumar com a localização “virtual” das partes da bateria (como seus pratos), mas depois que se acostuma tudo fica bastante natural. Obviamente, há níveis de dificuldade e quanto mais altos, mais demônios (notas) vêm em sua direção.
Drums Rock apresenta apenas dois problemas que o deixam longe de ser perfeito. O primeiro não é bem um problema, mas uma mecânica que não gostei. Trata-se de um efeito que ocorre com a sua baqueta: na configuração padrão, você pode deixar ela “eletrizante” e, se pegá-la no ar após usá-la em vários momentos, a pontuação aumenta consideravelmente. Pessoalmente, é uma técnica muito difícil de fazer e inúmeras vezes deixei ela cair no chão (e perdendo pontos no processo). Mas para isso há uma saída: nas configurações, você pode deixar para que a baqueta fique presa em sua mão. Você perde a chance de obter pontuações muito maiores, mas é uma forma muito mais divertida de se jogar.
Já o real problema é o repertório das músicas. Drums Rock possui poucas opções. Há algumas licenciadas, como Evanescence e Blind Guardian, mas a grande maioria é de criação própria da desenvolvedora. Não que sejam ruins – mas normalmente para esse tipo de jogo rítmico, a graça está em acompanhar algo que você já conhece e principalmente gosta. Há alguns DLCs previstos (sem revelar quais), assim como novas colaborações (provavelmente com bandas mais desconhecidas do grande público), mas o jogo base sinceramente deixa a desejar nesse sentido.
No fim, Drums Rock diverte e fará você querer sempre aprimorar seus resultados. Há uma campanha que também o incentiva a seguir adiante e obter as estrelas.
Entre as várias experiências de realidade virtual que o PS VR2 pode oferecer, Drums Rock é sem dúvida uma das mais divertidas até o momento.
Jogo analisado no PS VR2 com código fornecido pela Garage51 Entertainment.
Veredito
Drums Rock é um ótimo jogo rítmico no PS VR2. É bastante desafiador, mas recompensador e divertido. O único problema é que há poucas músicas no repertório, principalmente as licenciadas.
Drums Rock is a great rhythm game on PS VR2. It’s quite challenging, but rewarding and fun. The only problem is that there are few songs.
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